sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Garota de ouro agita vitrine de moda





A designer Alessandra Gold lança em Curitiba linha-conceito de tênis produzida nos Estados Unidos 

Por Marisa Valério, de Curitiba (PR)

 Garota de ouro agita vitrine de moda

Ex-aluna do Cefet e da Belas Artes, em Curitiba, nos anos 1990, a empresária Alessandra Gold (foto) abriu três lojas nos Estados Unidos, criou uma grife de calçados (a Goka) e passou a circular no mundo fashion como styling e consultora de marcas. “Tudo o que eu fiz no Brasil deu certo, minha saída foi pessoal. Os Estados Unidos são um país onde se pode começar do zero”, diz ela, que estará de volta à cidade nos próximos dias para participar do LabModa, uma iniciativa multicultural destinada a valorizar e apresentar o trabalho autoral, além de ser uma enorme vitrine para novos criadores.

Na sexta edição, entre 10 de novembro e 24 de dezembro, a mostra é assinada pelos empreendedores culturais Rafael Perry e Andrea Caetano e pelo estilista Junior Gabardo. O Pátio Batel será a casa do evento, que ocorrerá em uma pop up store com 955 metros quadrados, instalada no piso L2 do shopping. Neste espaço, onde moda e arte se encontrarão, os organizadores trocaram os tradicionais desfiles com horário estabelecidos por um ambiente em que 30 marcas se revezarão para mostrar seu trabalho.

Para o Labmoda, Ale Gold montou uma coleção exclusiva de tênis KruZin, marca conceito de tênis com estampas exclusivas e pegada streetwear. Com o câmbio desfavorável para produtos importados, os preços tiveram de ser ajustados. Custarão em média R$ 400. A ideia é testar o mercado brasileiro para esse tipo de produto. “Quero que as pessoas experimentem, comprem e entendam a marca.”

Sua relação com a grife começou em 2009, quando foi convidada a desenhar uma coleção cápsula. “Eles não queriam um design de tênis atléticos, mas um peso de moda”, conta ela. Em pouco tempo, Ale Gold se tornou sócia da marca e ajudou a KruZin a saltar de uma para dez lojas próprias (incluindo uma na movimentada Lincoln Road, em Miami, cidade onde ela mora atualmente) e passou dos 100 pares por modelo para 600 pares por modelo. Hoje, a grife tem um catálogo de mais de 250 modelos, está presente em uma das mais importantes Fashion Weeks dos Estados Unidos, em editoriais de moda e tem forte presença em multimarcas nas grandes metrópoles da Ásia como Tai Pei e Hong Kong.

A produção é toda feita na China. “Fui chutada de umas dez fábricas na China porque o tênis era muito complexo, muito difícil de fazer”, diverte-se a designer. Um único par da KruZin chega a ter quatro materiais diferentes como pelo de vaca com estampa de leopardo, linho especial encerado, borracha e spikes. Ainda assim, são peças leves, que pesam 200 gramas. É um calçado fashion, colorido, muitas vezes brilhante e que exige atitude de quem usa.


Subindo no salto, de novo...

 
Antes de seguir para cursos de moda e gerência financeira em Londres e Nova York, a designer criou por aqui a marca Sabotagge, a loja Cosmic Bazar – que também era uma feira famosa nos anos 1990 – e ajudou a lançar o Crystal Fashion. 

Agora, com a KruZin estabelecida e em crescimento, Alessandra Gold planeja o retorno da Goka, sapatos de salto feitos a mão no Brasil. Para ela, há uma relação psicológica entre a mulher e o sapato. “Mesmo quando a mulher está insatisfeita com a aparência, o sapato está sempre legal porque não muda o tamanho. O sapato está longe das nossas imperfeições”,  filosofa.


 http://www.amanha.com.br/posts/view/1386

Ministério Público driblou a lei para trazer documentos da Suíça na "lava jato"



Um “atalho” usado pelo Ministério Público Federal para ter  cooperação judicial internacional coloca em risco a operação “lava jato”. Um documento que acaba de chegar à Justiça mostra que o MPF driblou exigências legais para obter dados de contas bancárias na Suíça. Como o Estado nunca pode ir contra a lei — que ele mesmo faz —, o movimento pode custar caro a todo o desenvolvimento da já famosa operação que investiga corrupção na Petrobras.

O tratado de cooperação jurídica entre o Brasil e a Suíça para matéria penal deixa claro o “caminho das pedras”: cabe às autoridades centrais dos países fazer pedidos e autorizar a troca de documentos. 

O Decreto 6.974/2009, que promulgou o tratado, lista como autoridade central no Brasil apenas um órgão: a Secretaria Nacional de Justiça do Ministério de Justiça. Isso significa que todo pedido e autorização de cooperação penal entre os dois países precisa necessariamente passar por esta secretaria para ser considerado legal. Caso contrário, claro, é ilegal.

Deltan Dallagnol recebeu documentos do MP Suíço sobre contas bancárias sem autorização do Ministério da Justiça.
MP-RJ
Uma certidão que acaba de ser anexada a um processo no Superior Tribunal de Justiça mostra que o Ministério Público Federal trouxe da Suíça documentos relacionados à operação “lava jato” sem a autorização do Ministério da Justiça. Trata-se de um pen drive (mídia USB) com informações de contas bancárias relacionadas a “Paulo Roberto Costa, Alberto Youssef e outros” (veja lista abaixo).

O Ministério Público suíço confirma ter entregado os documentos ao procurador brasileiro Deltan Dallagnol — chefe da força-tarefa do MPF na “lava jato” — em 28 de novembro de 2014.

Titular da conta Banco
White Candle InvestBanque Cramer & Cie
Omega PartnersRoyal Bank of Canada (Suisse)
Inernational Team EnterpriseRoyal Bank of Canada (Suisse)
Larose HoldingsRoyal Bank of Canada (Suisse)
Glacier FinanceRoyal Bank of Canada (Suisse)
OST Invest & FinanceBanque Lombárd Odier & Cie
Sampaio de MesquitaBanque Lombárd Odier & Cie
Sygnus AssetsPKB Privatebank
Rock Canyon InvestPKB Privatebank
Sagar HoldingBank Julius Baer & Co
Paulo Roberto CostaBank Julius Baer & Co
Quinus ServicesHSBC Private Banque (Suisse)

O pedido não foi feito via Ministério da Justiça, como determina o tratado internacional. A própria Secretaria Nacional de Justiça fez um alerta ao MP, enviando um ofício à Procuradoria-Geral da República no qual diz que “é de extrema importância que os documentos restituídos pelas autoridades suíças não sejam usados para instruir processos ou inquéritos não mencionados no pedido de cooperação jurídica internacional, sem prévia autorização da autoridade central”.

Na certidão recentemente anexada a um processo relacionado à Odebrecht no STJ, o Ministério da Justiça atesta que não tem conhecimento da motivação ou do desenvolvimento da viagem do Ministério Público Federal à Suíça em novembro de 2014. Ou seja, a entrega dos documentos não passou pela autoridade central responsável pela cooperação jurídica entre Brasil e Suíça, como diz a lei. Logo, é uma prova ilegal, que pode contaminar todo o processo.


Reunião com o ministro

Essa certidão, que ameaça ruir parte da operação que investiga corrupção na Petrobras, foi pivô de um dos episódios mais marcantes da novela “lava jato”. Os advogados da Odebrecht foram recebidos em audiência pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, no dia 5 de fevereiro deste ano, para reclamar de vazamentos de informações sigilosas e para pedir que o ministério emitisse a certidão sobre a cooperação internacional. O simples fato de ter havido uma reunião (oficial e listada na agenda do ministro) foi motivo de notícias alarmantes e acusações contra os advogados e o ministro.

O caso ganhou destaque em jornais e o próprio Cardozo foi à imprensa rebater as críticas ao encontro, dizendo que não aceitaria a criminalização da advocacia, como estava ocorrendo. Sua fala rebatia insinuações feitas inclusive pelo ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, que, em redes sociais, pedia a demissão de Cardozo. “Nós, brasileiros honestos, temos o direito e o dever de exigir que a presidente Dilma demita imediatamente o ministro da Justiça. Reflita: você defende alguém num processo judicial. Ao invés de usar argumentos/métodos jurídicos perante o juiz, você vai recorrer à política?”, escreveu Barbosa.

A melhor resposta a Joaquim Barbosa, avaliam advogados, é a própria certidão do Ministério da Justiça, que mostra como provas foram trazidas de forma ilegal da Suíça.

Contato direto entre autoridades de persecução de países distintos é algo comum, afirma Vladimir Aras.
Reprodução
Profissionais que atuam no caso apontam também que a certidão desmente o que disse o secretário de cooperação internacional da Procuradoria-Geral da República e procurador regional da República, Vladimir Aras, em entrevista ao Jornal Nacional. No dia 20 de fevereiro deste ano, o jornal mostrou a rota que devem seguir os pedidos de provas da Suíça na “lava jato”: O Ministério Público Federal no Paraná faz um pedido de informações para a Secretaria de Cooperação Jurídica internacional da PGR, que encaminha tal demanda ao Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça, que, por sua vez, faz uma solicitação às autoridades suíças.

Aras disse à Rede Globo, que o pedido dos advogados da Odebrecht para ter acesso à certidão que agora chega ao STJ seria “uma tentativa de encontrar nulidade onde não há”. O procurador disse ainda ter “certeza absoluta, convicção, de que todo procedimento foi observado de acordo com as leis e os tratados”.


Pesca proibida

Questionado pela ConJur sobre o documento que mostra o MPF encaminhando pedidos diretamente ao Ministério Público Suíço e recebendo documentos relativos à operação, Vladimir Aras diz, agora, que “são corriqueiros e absolutamente comuns os contatos diretos entre autoridades de persecução de países distintos”.

Ele reafirma que todos os procedimentos foram observados na “lava jato” e que o fato de documentos terem sido entregues a Dallagnol antes de haver o pedido formal via Ministério da Justiça foi o resultado de contatos prévios, estimulados para que os pedidos “sejam precisos, adequados e completos e não necessitem de aditivos ou retificações”. Ou seja, o MPF teve acesso às provas para saber exatamente quais provas pedir pela via formal.

“A tramitação pela autoridade central ou por via diplomática é requisito sempre observado pelo Ministério Público Federal em todos os pedidos de cooperação, tenha ou não tenha havido contato direto prévio entre procuradores brasileiros e estrangeiros”, diz Aras (leia a resposta completa abaixo).

A professora de Direito Internacional da Uerj e advogada do Barroso Fontelles, Barcellos, Mendonça & Associados, Carmen Tiburcio, entende que a atuação do MPF neste caso — em tese, uma vez que ela ressalta não atuar no caso — segue as normas internacionais que impedem o fishing expedition. A expressão se refere a pedidos genéricos, em uma “pescaria” de provas. Segundo ela, ao ter acesso aos documentos antes, o Ministério Público saberá o que pedir. Ela enfatiza que só será possível usar os documentos oficialmente após tê-los recebido pela via da cooperação.

Pedro Serrano aponta que há ilegalidade em tudo que resultou da coleta de provas sem autorização do Ministério da Justiça.
Reprodução

Árvore envenenada

Já o professor de Direito Constitucional da PUC-SP Pedro Estevam Serrano, que advoga para a Odebrecht, rebate: “A lei é clara: só é possível trazer documentos via autoridade central”. Segundo ele, o argumento segundo o qual a remessa de provas serviu apenas para que o MPF, posteriormente, fizesse o pedido pela via correta, sabendo o que pedir “é para tentar fazer com que essa ilegalidade clara não contamine as provas”.

Para Serrano, há uma ilegalidade patente em tudo que resultou desta coleta de provas ilícita. Ele aponta a regra do Direito Constitucional conhecida como teoria dos frutos da árvore envenenada, segundo a qual, uma vez que a acusação baseou-se em provas ilícitas, toda ela é ilegal. Serrano faz questão de ressaltar que isso não é uma posição da Odebrecht, mas dele, e que será levada aos criminalistas que atuam no caso.

O fato de a companhia ter sido forçada a pedir em juízo a certidão, uma vez que o MPF havia se negado a fornecê-la, mostra, para Serrano, que o MPF adota uma postura dúbia: “Quando trata-se de acusações contra os réus, diz que é preciso ser transparente junto ao público. Quando diz respeito a um erro do próprio MP, não age de forma transparente”. E finaliza: “A transparência seletiva é incompatível com uma instituição republicana”.

Por tratarem de dados bancários, envio de documentos exige autorização judicial, diz criminalista Fábio Tofic.
Reprodução
O criminalista Fábio Tofic Simantob faz coro às críticas. Segundo ele, como os documentos tratam de dados bancários, dependem, inclusive de autorização judicial para serem obtidos. Além disso, não podem ser entregues a qualquer órgão que não seja a autoridade central do país. “Isso não é uma padaria, onde qualquer pessoa chega no balcão e pede o que quiser para levar para casa”, diz o advogado, que também atua na “lava jato”. A obtenção das informações bancárias sem o procedimento correto, diz Tofic, torna todo o procedimento viciado.

Em nova petição no STJ, a Odebrecht aponta também que, agora que está comprovado que foram encaminhados para a Suíça três pedidos de cooperação contendo o nome de empresa do grupo Odebrecht, a defesa tem todo o direito de conhecer o conteúdo desses pedidos.


Pressa contra perfeição

Esta não é a primeira vez que o Ministério Público põe à prova o provérbio judaico que diz que “o caminho mais curto é pedregoso”. A sanha do órgão em buscar provas que, posteriormente, são consideradas ilícitas e anulam o processo chegou ao ponto de o próprio MPF propor mudanças legislativas para que o uso de provas ilícitas não contaminasse o processo. Assim, seria blindado para usar as provas que quisesse e, depois, descartá-las, aproveitando o resultado que estas trouxessem à acusação.

O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, cita como exemplo do problema a operação farol da colina, que, em 2004, prendeu, entre outros, o empresário do Pará Fernando Yamada. Coincidentemente, a prisão foi determinada pelo juiz Sergio Moro, em um desdobramento do caso Banestado. Yamada foi solto e, posteriormente, absolvido, porque provas que o Ministério Público Federal trouxe de fora do país não seguiram o trâmite determinado pela lei. 

Outro evento que gerou burburinho foi o da Igreja Renascer, em que um documento da Justiça Italiana convocava o jogador Kaká para depor “a pedidos da Justiça Brasileira”. No entanto, a Justiça negou que tivesse feito o pedido. O Ministério da Justiça, por sua vez, afirmou que o pedido foi encaminhado ao Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional do Ministério da Justiça pelo promotor Marcelo Mendroni, e não pela vara que cuidava do caso. Mendroni era o membro do Ministério Público de São Paulo responsável pela denúncia.

Para o bem e para o mal, devemos agir por principio e não de forma finalística teleológica, diz Lenio Streck.
Reprodução
O jurista Lenio Streck, ao comentar a questão, afirma que, se ficar comprovado que o MPF tomou um "atalho investigativo",  "podemos estar em face, talvez, da maior escorregada formal do processo penal nos últimos tempos".

Ele faz a ressalva de que é preciso esperar o posicionamento da Justiça. "Mas algo há. E houve. Parece que o MP está diante do 'dilema da ponte' da qual falo para enfrentar argumentos teleológicos no livro Verdade e Consenso: como ultrapassar um abismo, chegar do outro lado e depois voltar para construir a ponte pela qual se acabou de passar?", questiona.

Lenio aponta que "para o bem e para o mal, devemos agir por principio e não de forma finalística teleológica", lembrando que ele mesmo colocou essa discussão em pauta no último congresso do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, em setembro, quando dividiu a mesa com o juiz responsável pela "lava jato" em Curitiba, Sergio Fernando Moro.
Resposta da Procuradoria-Geral da República


Todos os procedimentos de cooperação internacional foram observados no caso Lava Jato, como ocorre aliás em todas as outras apurações transnacionais do MPF.

São corriqueiro e absolutamente comuns os contatos diretos entre autoridades de persecução de países distintos, sejam eles procuradores, policiais ou autoridades ligada a UIFs. Tais contatos prévios são estimulados por foros internacionais, como o UNODC, como providências que devem anteceder pedidos formais, para que tais rogatórias e "mutual legal assistance requests" sejam precisos, adequados e completos e não necessitem de aditivos ou retificações.
Ademais a troca de informações entre autoridades do Estado requerido e Estado requerente não é prática vedada por qualquer norma interna ou internacional, sendo modelo condizente com o que a comunidade internacional espera dos países para o eficaz combate à criminalidade transnacional, notadamente aquela relacionada a crimes graves. 

A tramitação pela autoridade central ou por via diplomática é requisito sempre observado pelo Ministério Público Federal em todos os pedidos de cooperação, tenha ou não tenha havido contato direto prévio entre procuradores brasileiros e estrangeiros, valendo lembrar que a PGR é autoridade central em três tratados (Portugal e Canadá e Convenção de Nova York) e também vela pela validade de documentos que tramitam por esses canais. 

Há mais de uma década o MPF vem utilizando modernas técnicas de cooperação para instruir ações penais no Brasil. O método adotado hoje na Lava Jato segue boas práticas internacionais, os tratados e a legislação interna.

São três as perguntas a fazer: de quem é o dinheiro que tramitou por essas contas? Quem depositou esse dinheiro? Qual a razão dessas transferências?


Clique aqui para ler a certidão do Ministério da Justiça.
Clique aqui para ler as informações do MP da Suíça sobre a entrega de documentos a Deltan Dallagnol.
Clique aqui para ler a nova petição da Odebrecht sobre o caso

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Justiça no Brasil: uma das mais caras do mundo

 

Brasil lidera em gastos se comparado a EUA e países da Europa 

 

 

Publicado por Pedro Magalhães Ganem

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São 16,5 mil magistrados, 412,5 mil servidores e um gasto anual que totalizou R$ 62,3 bilhões em recursos públicos em 2013. O custo do Poder Judiciário brasileiro é um dos mais altos do mundo, e muito provavelmente o mais alto por habitante dentre os países federais do hemisfério ocidental. Um estudo do doutor em Ciência Política e pós-doutorando Luciano Da Ros, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mostra que a estrutura no Brasil é pesada, ineficiente e cara na comparação com países mais desenvolvidos e ricos.

E a maior fatia do orçamento destinado ao Judiciário cobre despesas com funcionalismo. Por aqui, o percentual com pagamento de pessoal chega a aproximadamente 89% dos gastos, atendo-se a cerca de 70% em média nos países europeus. “Trata-se de um custo altíssimo especialmente ante a conhecida demora das decisões, que gera uma taxa de congestionamento de cerca de 70%”, frisa a pesquisa.


Justia no Brasil uma das mais caras do mundo


Embora os volumosos repasses não gerem celeridade no andamento de processos e na redução dos mesmos, em termos percentuais em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) o Brasil gasta mais com o sistema de Justiça do que superpotências e até mesmo vizinhos latino-americanos. Superamos Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Espanha, Itália, Argentina, Chile e Portugal.

“O Poder Judiciário brasileiro é claramente um caso desviante em relação aos demais, sendo sua despesa proporcionalmente muito mais elevada que a de outras nações. Essa despesa se torna proporcionalmente muito alta comparativamente ante a renda média inferior do país”, detalha Da Ros.

O trabalho “O custo da Justiça no Brasil: uma análise comparativa exploratória” é resultado de uma pesquisa ainda em andamento, publicada pelo Observatório de Elites Políticas e Sociais do Brasil, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Os caminhos são difíceis no sentindo de corrigir distorções, admite o especialista. Aliás, alegando perdas acumuladas, o Judiciário pleiteia um aumento salarial que virou cabo de guerra entre o Congresso e o governo federal nos últimos meses, devido ao ajuste fiscal diante da crise econômica.

 

Ministério Público consumiu R$ 15 bilhões em 2014


Não só de raízes históricas vive o gigantismo do mundo jurídico. O orçamento total do Ministério Público no Brasil em 2014 foi de R$ 15,4 bilhões, equivalente a 0,32% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Os cálculos de Luciano Da Ros incluem todos os ramos e níveis hierárquicos da instituição e revelam percentual muito elevado em relação a muitos países, como Alemanha. Já o Judiciário (Justiças estadual, federal, trabalhista, militar e eleitoral e seus níveis hierárquicos, da 1ª instância ao Supremo Tribunal Federal e Conselho Nacional de Justiça) gastou 1,3% do PIB.

 

“Ou se reduzem os processos ou os salários”


Os governos estaduais e federal não sinalizam cortar gastos com prestação jurisdicional diante da crise, avalia Luciano Da Ros, autor do estudo sobre o perfil de gastos do Judiciário. Pesquisador do Centro de Estudos Internacionais de Governo (CEGOV), Da Ros diz que o lento sistema de Justiça brasileiro, líder em orçamento, deveria era figurar entre os mais efetivos do mundo.

Segundo o especialista, há pouco incentivo para os tribunais controlarem os próprios gastos, mas, provavelmente, a continuidade de sua autonomia e prestígio no Brasil exigirá que o Poder Judiciário controle os custos “antes que outros Poderes do Estado e a própria população – que é, afinal de contas, quem paga por tudo – sintam que a situação excede os parâmetros aceitáveis”.

A análise mostra o Judiciário com despesas superiores ao de países em vários níveis de desenvolvimento, seja em valores proporcionais à renda média, seja em valores absolutos per capita. 

A maior fatia paga o pessoal, como a grande maioria das nações. Há como mudar isso?

A fração da nossa população economicamente ativa trabalhando junto ao Poder Judiciário é muito elevada por qualquer critério comparativo. E isso decorre não do número de magistrados (próximo da média mundial), mas da sua força de trabalho auxiliar (assessores, estagiários, terceirizados), uma das maiores do mundo. Contratar este número enorme de funcionários com salários superiores à renda média do país vem sendo a principal estratégia para lidar com o igualmente enorme volume de processos que chegam ao nosso Judiciário todo ano. Assim, a diminuição da despesa do Judiciário no  Brasil passará pela redução da carga processual e/ou pela redução dos salários e benefícios.

Nosso Judiciário gasta mal? Nesse contexto de crise, acha que os governos terão disposição de cortar essas verbas?

É difícil dizer, porque demanda avaliar a prestação jurisdicional não só nos custos, mas no acesso, forma de tratamento etc. Nosso Judiciário consome parcela muito elevada da riqueza produzida pelo país. É claro que assegura o cumprimento de contratos, gera segurança jurídica etc., mas uma decisão judicial custar, em valores absolutos, mais no Brasil do que na Itália ou em Portugal deveria fazer refletir sobre a eficiência dessa despesa. Neste cenário, os governos estaduais e federal não parecem dispostos a cortar gastos com prestação jurisdicional mesmo ante o contexto de crise. Cortar gastos no Judiciário dificilmente faz parte da agenda.

Em que medida altos orçamentos deveriam resultar em serviço de Justiça mais célere e efetivo? Você diz que temos poucos juízes para muitos processos que chegam, mas que os magistrados têm equipes grandes para ajudá-los.

Dada a despesa do Judiciário do Brasil em valores absolutos e proporcionais, nossa prestação jurisdicional deveria figurar entre as mais efetivas do mundo. Só que o mesmo caso é examinado diversas vezes por vários magistrados, em razão dos baixos custos do leque de recursos em cada etapa de um processo. O resultado é a demora para a decisão definitiva. Por outro lado, casos semelhantes são tratados isoladamente, sem uniformização jurisprudencial. Assim, só se estabelecem posições claras do Judiciário à sociedade de forma muito lenta, devido à esta repetitividade dos trabalhos da Justiça.

 

O problema se repete no Ministério Público do país?


O diagnóstico em relação ao Ministério Público (MP)é menos claro, o que pede cautela. Se sua despesa não é tão elevada quanto à do Judiciário no Brasil, é muito alta comparativamente, representando o que a maioria dos países dispende com o Poder Judiciário propriamente dito (0,32% do PIB). Embora não haja dados longitudinais, é razoável supor que essa despesa do MP decorre dos enormes poderes acumulados há décadas. Inclusive para verificar prioridades, talvez devamos pensar em indicadores de produtividade no MP envolvendo o custo por denúncias, inquéritos civis, termos de ajustamento de conduta, procedimentos investigatórios criminais, pareceres.

 

CNJ vai detalhar produtividade de juízes


Mais transparência à vista: será possível identificar a produtividade da Justiça em todo o país de forma individualizada e detalhada. “Muito trabalho terá que ser feito para apresentar resultados positivos, mas este trabalho terá que primar por uma gestão pública profissional, atentar para o planejamento estratégico e se pautar pelas boas práticas profissionais”, avalia o capixaba Luiz Cláudio Allemand, representante da classe dos advogados no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão de controle externo do Judiciário.

No próximo ano, o CNJ juntará o módulo “Justiça Aberta” ao “Relatório CNJ em números”, permitindo a identificação dos dados de produtividade por Vara, serventia ou comarca – inclusive identificando os nomes dos juízes e responsáveis, conforme resolução e provimento da Corregedoria do CNJ que trata da produtividade dos magistrados.

Para Allemand, advogado licenciado e mestre em Direito, o grande problema da falta de gestão profissional torna a Justiça cara, como aponta o pesquisador Luciano Da Ros. “É preciso melhorar os números de produtividade para justificar esse gasto, em face do consumo elevado da riqueza do país, que o Judiciário mesmo não produz diretamente”, corrobora.

De todo modo, frisa, o CNJ trabalha para melhorar os números do relatório de 2015 e traçou, em resolução, a estratégia judiciária até 2020. “As metas deste ano estão sendo cumpridas pelos tribunais, tendo o presidente Ricardo Lewandowski editado, ainda, portaria que aprofunda o papel do CNJ como órgão de planejamento estratégico.”


Fonte: GazetaOnline

em busca da mudança de paradigmas
Capixaba, espírita, formado em Direito, atuante e sempre um estudante das áreas jurídicas. Pós-graduado em Processo Civil e pós-graduando em Ciências Criminais. O objetivo é levantar debates acerca das situações jurídicas (e da vida) que nos incomodam e tentar contribuir para a mudança de conceito...

Criador da marca Perini volta ao mercado

 

 

Ronaldo Jacobina

  • Fernando Vivas l Ag. A TARDE
    Almacen Pepe abre as portas, nesta quinta-feira, com um mix de quatro mil itens - Foto: Fernando Vivas l Ag. A TARDE
    Almacen Pepe abre as portas, nesta quinta-feira, com um mix de quatro mil itens
Salvador acordou nesta quinta-feira, 5, com a primeira delicatessen com a assinatura do empresário espanhol Pepe Faro, após cinco anos e quatro meses afastado deste segmento em função do acordo firmado com a marca Cencosud, que adquiriu a rede Perini, em 2010, por US$ 27,7 milhões.

Instalado num prédio de 300 m², na Avenida Paulo VI, na Pituba, o Almacen Pepe abre as portas com um mix de mais quatro mil produtos. Mais de 90% destes são de importados. O restante, de procedência nacional, foi garimpado pelo próprio empresário entre os melhores produtores artesanais do Brasil.

Com um investimento de cerca de R$ 3,5 milhões, a marca pode ser o piloto de uma nova rede. "A ideia é voltar ao mercado varejista e observar como será a aceitação do público. Não temos ainda planos para outras, mas este é um modelo que dá para multiplicar", diz Alexandre Maia, diretor comercial do grupo Carballo Faro, que pertence à família do espanhol.
 

Brinquedo


Envolvido na arrumação da loja, seu Pepe parecia uma criança que recebeu seu brinquedo de volta. De tão contente passou a palavra para os filhos. "O negócio é deles", riu, enquanto se escondia atrás das garrafas para não ser fotografado.  "Ele está muito feliz, só sai daqui de  madrugada, quando tiver tudo pronto", disse a filha Sandra, que, ao lado do irmão André, compõe com o pai a sociedade do novo negócio familiar.

Com um projeto arquitetônico que remete a um charmoso empório europeu, assinado por Euclides Mendonça, a loja conta com áreas de panificação, embutidos, queijos, cortes especiais de carnes, mariscos, vinhos e destilados.

No mezanino foi instalada uma área para atendimento privativo a clientes que querem fazer encomendas, contratar eventos, etc. Depois do Natal, o espaço abrigará também uma sala reservada para degustação, com capacidade para até 30 pessoas.

Curioso é que dos 40 empregados do Almacen Pepe, 99,9% trabalharam na Perini da época de seu Pepe. Mas eles fazem questão de esclarecer: "Não tiramos ninguém de lá. A grande maioria já atuava em outras empresas".
 

Intimidade


O clima entre a equipe e o patrão  é de total sintonia e intimidade. "O que queremos é exatamente isso, manter  esse clima de família, da boa qualidade de serviço, do preço, da oferta de produtos diferenciados que sempre marcaram nossos negócios", diz Maia.

É com essa interação que os Faro planejam reconquistar a clientela que deixaram há cinco anos para se dedicar exclusivamente a importação e distribuição de produtos  por meio da  Carballo Faro.

"O Almacen Pepe agora é um cliente da Carballo Faro", explica o diretor comercial. Sim, mas o que a reportagem viu lá no final da tarde de ontem (quarta-feira), foi tudo junto e misturado. "Está todo mundo vibrando junto e colaborando para deixar a loja pronta para amanhã (quinta-feira)".

A proposta inicial dos sócios é terceirizar a produção. Na área de panificação, por exemplo, buscaram dois parceiros para produzir pães artesanais. Para garantir a qualidade, importaram um padeiro da França para treinar os fornecedores. Completando o mix, o Almacen Pepe conta com uma área de hortifrúti, com produtos selecionados.

6 dados mostram por que governo mudou regra da aposentadoria

 

São Paulo – Uma nova regra para aposentadorias foi sancionada nesta quinta-feira pela presidente Dilma Rousseff. A chamada fórmula 85/95 é uma alternativa ao fator previdenciário e leva em conta a soma da idade do trabalhador com o tempo que ele contribuiu ao INSS.

Isso significa que, ao optar pela nova regra, o contribuinte terá que acumular pontos para receber a aposentadoria integral – 85 para mulheres e 95 para homens. Essa pontuação irá aumentar progressivamente a partir de 2019 até chegar a 90/100. 

De acordo com o governo, a revisão no modelo de previdência é uma forma de acompanhar o aumento da expectativa de vida e a diminuição da taxa da natalidade do país. Num futuro próximo, haverá muito mais pessoas se aposentando e menos contribuintes pagando a conta. 

Com as mudanças publicadas hoje, a tendência é que os trabalhadores esperem um pouco mais para se aposentar na expectativa de receber o valor integral sem a aplicação do fator previdenciário. Até 2018, a expectativa do governo é economizar 17,5 bilhões de reais

Navegue pelos slides e veja seis números que ajudam a entender essa mudança e o que ela pode significar para os cofres públicos. 


......

BNDES lançam linha de crédito para indústria química


Getty Images
Indústria nos Estados Unidos
Indústria: os contratos firmados terão valor máximo de investimento de R$ 10 milhões para empresas e R$ 20 milhões para contratos com ICTs
 
Idiana Tomazelli, do Estadão Conteúdo


Rio - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lança nesta quinta-feira, 5, em parceria com a Finep (agência de fomento à inovação), o primeiro edital do Programa de Desenvolvimento da Indústria Química (Padiq), que vai oferecer linha de crédito de R$ 2,2 bilhões para o setor.

O anúncio será feito no encerramento do Seminário Produtivo Inovativo Brasileiro, que ocorre no Rio e terá como palestrante o presidente do BNDES, Luciano Coutinho.

O Padiq faz parte do programa Inova Empresa e vai investir em seis linhas temáticas apontadas pelo Estudo de Diversificação da Indústria Química (Ediq) em uma consulta a 45 parceiros (empresas, Instituições de Ciência e Tecnologia - ICTs e pesquisadores).
Entre as principais linhas estão os projetos para a produção de materiais compostos revertidos com fibras, derivados do silício (principalmente para o uso do silicone na construção civil) e produtos químicos de fontes renováveis de matéria-prima.

Dos R$ 2,2 bilhões, R$ 200 milhões serão de recursos não reembolsáveis, enquanto o restante será reembolsável.

Tanto a Finep quanto o BNDES terão, cada um, participação de R$ 1,1 bilhão nos investimentos.

Os contratos firmados terão valor máximo de investimento de R$ 10 milhões para empresas e R$ 20 milhões para contratos com ICTs.

Todos os participantes do edital devem apresentar planos de negócio estruturados, devido ao alto valor investido e pelos riscos tecnológicos e de mercado envolvidos. A avaliação dos resultados das empresas contempladas será realizada a cada dois anos.

A expectativa do plano, segundo as duas instituições de fomento, é suprir as principais demandas do setor, colocando o País como protagonista no mercado mundial e promovendo, além do conhecimento e inovação, mão de obra qualificada, postos de trabalho, renda e qualidade no fornecimento dos serviços.

Bilionário russo quer expandir negócios com fusão Oi e TIM


Bloomberg
Mikhail Fridman, magnata russo

Mikhail Fridman: o magnata russo está apostando menos em uma recuperação rápida do Brasil e mais nos bilhões de dólares em economia potencial de uma fusão com uma concorrente
 
Amy Thomson e Ilya Khrennikov, da Bloomberg

Mikhail Fridman passou os últimos dois anos procurando ativos de telecomunicações até colocar os olhos na operadora de celular mais endividada da América Latina, a Oi.

O magnata russo está apostando menos em uma recuperação rápida da economia brasileira e mais nos bilhões de dólares em economia potencial de uma fusão com uma concorrente.

A LetterOne, empresa de investimento de Fridman, concordou no mês passado em entrar em negociações exclusivas com a Oi para injetar até US$ 4 bilhões para a operadora e ajudá-la em uma possível combinação com a TIM Participações, segunda maior operadora de telefonia celular do Brasil, que é controlada pela Telecom Italia SpA.
Alexey Reznikovich, sócio-gerente do braço de telecomunicação e tecnologia da LetterOne, disse em entrevista na terça-feira que mesmo que um acordo com a TIM não siga adiante, podem existir outros alvos para a Oi.

“Estamos muito abertos a qualquer tipo de possibilidade”, disse Reznikovich de seu escritório em Londres. “O modelo tradicional de telecomunicações está praticamente morto do ponto de vista do investidor. É possível obter retornos e ganhar dinheiro no setor de telecomunicações como um investidor apenas em situações especiais -- em situações em que poderia haver potencial consolidação do mercado ou reestruturação ou refinanciamento da empresa”.

Combinadas, a TIM e a Oi, que está em quarto lugar no mercado de telefonia móvel do Brasil, terão uma participação de cerca de 44 por cento, segundo dados da Anatel. As empresas competem com a Telefônica Brasil e a Claro, do bilionário mexicano Carlos Slim.

“O mercado brasileiro está bastante pronto para uma consolidação”, disse Reznikovich. 

“Considerando sua estrutura, este provavelmente seja o fator mais importante”.

A Telecom Itália poderia iniciar conversas com a Oi somente se tiver o controle da nova empresa, disseram duas fontes com conhecimento do assunto. A operadora italiana inicialmente rejeitou a proposta de Fridman porque a LetterOne provavelmente teria o controle, deixando a empresa italiana com uma participação de 35 por cento, disse uma fonte.

A LetterOne não se oporia a ceder o controle da nova empresa à Telecom Itália, disse outra fonte. Representantes da Oi e da LetterOne preferiram não comentar.

A proposta da LetterOne deu impulso a uma consolidação há muito debatida no maior mercado de telecomunicações da América Latina. No ano passado, a Oi contratou o BTG Pactual -- acionista da Oi -- para analisar uma possível aquisição da TIM. O BTG tem participado ativamente das discussões, embora nenhuma oferta formal tenha sido feita, disse Reznikovich.

Fridman, 51, tem um patrimônio líquido de US$ 12,7 bilhões, segundo o índice Bloomberg Billionaires. Após fazer fortuna com petróleo e bancos, o empresário ampliou os negócios para o setor de telecomunicações em 2001, adquirindo o controle da operadora russa VimpelCom com seus sócios. Após expansão para ex- repúblicas soviéticas e compra de ativos na Itália, a VimpelCom atualmente opera em 14 países.
 

Fusão italiana


Em agosto, a VimpelCom fechou um acordo de fusão de sua unidade italiana, Wind, com a empresa de telefonia celular local de Li Ka-shing, um bilionário de Hong Kong. As empresas projetam uma economia avaliada em mais de 5 bilhões de euros (US$ 5,5 bilhões), excluindo os custos de integração.

A VimpelCom, que tem sede em Amsterdã e ações negociadas em Nova York, buscará vender torres de telefonia celular e ativos de rede para se tornar mais enxuta e poderá adicionar novos mercados no Leste Europeu ou na Ásia, disse Reznikovich, que é também presidente do conselho da VimpelCom.

A companhia não está interessada em adquirir os ativos que a sueca TeliaSonera AB recentemente colocou à venda devido às sobreposições em países como Cazaquistão e Uzbequistão, acrescentou ele.

“Nós precisamos reformular o modelo inteiro”, disse Reznikovich. “Os sistemas de TI estão desatualizados, com diferentes camadas e você não pode coletar ’big data’ de usuários corretamente”.