sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Garota de ouro agita vitrine de moda





A designer Alessandra Gold lança em Curitiba linha-conceito de tênis produzida nos Estados Unidos 

Por Marisa Valério, de Curitiba (PR)

 Garota de ouro agita vitrine de moda

Ex-aluna do Cefet e da Belas Artes, em Curitiba, nos anos 1990, a empresária Alessandra Gold (foto) abriu três lojas nos Estados Unidos, criou uma grife de calçados (a Goka) e passou a circular no mundo fashion como styling e consultora de marcas. “Tudo o que eu fiz no Brasil deu certo, minha saída foi pessoal. Os Estados Unidos são um país onde se pode começar do zero”, diz ela, que estará de volta à cidade nos próximos dias para participar do LabModa, uma iniciativa multicultural destinada a valorizar e apresentar o trabalho autoral, além de ser uma enorme vitrine para novos criadores.

Na sexta edição, entre 10 de novembro e 24 de dezembro, a mostra é assinada pelos empreendedores culturais Rafael Perry e Andrea Caetano e pelo estilista Junior Gabardo. O Pátio Batel será a casa do evento, que ocorrerá em uma pop up store com 955 metros quadrados, instalada no piso L2 do shopping. Neste espaço, onde moda e arte se encontrarão, os organizadores trocaram os tradicionais desfiles com horário estabelecidos por um ambiente em que 30 marcas se revezarão para mostrar seu trabalho.

Para o Labmoda, Ale Gold montou uma coleção exclusiva de tênis KruZin, marca conceito de tênis com estampas exclusivas e pegada streetwear. Com o câmbio desfavorável para produtos importados, os preços tiveram de ser ajustados. Custarão em média R$ 400. A ideia é testar o mercado brasileiro para esse tipo de produto. “Quero que as pessoas experimentem, comprem e entendam a marca.”

Sua relação com a grife começou em 2009, quando foi convidada a desenhar uma coleção cápsula. “Eles não queriam um design de tênis atléticos, mas um peso de moda”, conta ela. Em pouco tempo, Ale Gold se tornou sócia da marca e ajudou a KruZin a saltar de uma para dez lojas próprias (incluindo uma na movimentada Lincoln Road, em Miami, cidade onde ela mora atualmente) e passou dos 100 pares por modelo para 600 pares por modelo. Hoje, a grife tem um catálogo de mais de 250 modelos, está presente em uma das mais importantes Fashion Weeks dos Estados Unidos, em editoriais de moda e tem forte presença em multimarcas nas grandes metrópoles da Ásia como Tai Pei e Hong Kong.

A produção é toda feita na China. “Fui chutada de umas dez fábricas na China porque o tênis era muito complexo, muito difícil de fazer”, diverte-se a designer. Um único par da KruZin chega a ter quatro materiais diferentes como pelo de vaca com estampa de leopardo, linho especial encerado, borracha e spikes. Ainda assim, são peças leves, que pesam 200 gramas. É um calçado fashion, colorido, muitas vezes brilhante e que exige atitude de quem usa.


Subindo no salto, de novo...

 
Antes de seguir para cursos de moda e gerência financeira em Londres e Nova York, a designer criou por aqui a marca Sabotagge, a loja Cosmic Bazar – que também era uma feira famosa nos anos 1990 – e ajudou a lançar o Crystal Fashion. 

Agora, com a KruZin estabelecida e em crescimento, Alessandra Gold planeja o retorno da Goka, sapatos de salto feitos a mão no Brasil. Para ela, há uma relação psicológica entre a mulher e o sapato. “Mesmo quando a mulher está insatisfeita com a aparência, o sapato está sempre legal porque não muda o tamanho. O sapato está longe das nossas imperfeições”,  filosofa.


 http://www.amanha.com.br/posts/view/1386

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