Lula Marques/ Agência PT/Fotos Públicas
Dilma Rousseff: a presidente Dilma Rousseff chamou Berzoini ao Palácio da Alvorada
Lisandra Paraguassu, da REUTERS
Brasília - O Palácio do Planalto foi pego totalmente de surpresa pela prisão do líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS),
nesta quarta-feira, e tenta agora decidir, o mais rapidamente possível,
quem assumirá a liderança interinamente para evitar uma paralisia nas
votações do Senado, de acordo com fontes do Palácio do Planalto.
São quatro os vice-líderes do governo na Casa --Paulo Rocha (PT-PA),
Wellington Fagundes (PR-MT), Telmário Mota (PDT-RR) e Hélio José
(PSD-DF). Em reunião pela manhã entre os ministros da Casa Civil, Jaques
Wagner, e o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, o
nome do senador Paulo Rocha foi, ao menos por enquanto, descartado.
O Planalto ainda avalia o impacto da prisão de Delcídio.
Nesta manhã, a presidente Dilma Rousseff chamou Berzoini ao Palácio da
Alvorada e o incumbiu de negociar a nomeação do novo líder no Senado,
que será interino até o governo ter uma noção mais clara da situação de
Delcídio.
Os ministros passaram a manhã tentando obter mais informações sobre as acusações ao senador e sua real situação.
Delcídio foi preso pela Polícia Federal por suspeita de obstruir o
andamento da operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção
na Petrobras.
O ministro Teori Zavascki, responsável pelas ações decorrentes da Lava
Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), disse que Delcídio foi acusado
de ter supostamente negociado oferta de fuga ao ex-diretor da área
Internacional da Petrobras Nestor Cerveró em troca de silêncio nas
investigações da operação.
A prisão de Delcídio acontece em um momento em que o governo precisa
aprovar matérias importantes no Legislativo, como por exemplo a mudança
da meta fiscal deste ano. Caso o Planalto não consiga alterar a meta de
2015 e encerre o ano com um déficit, poderá incorrer em crime de
responsabilidade fiscal.
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