Wilson Dias/ABr
Senado: O envio do caso ao colegiado já foi preparada pela assessoria do
presidente da Casa, mas só não foi remetida porque falta uma assinatura
do peemedebista
Ricardo Brito, do Estadão Conteúdo
Brasília - O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), pediu nesta quinta-feira, 26, ao presidente da Casa, Renan Calheiros
(PMDB-AL), que mande o caso envolvendo o ex-líder do governo, senador
Delcídio Amaral (PT-MS), diretamente para o Conselho de Ética.
Em um telefonema, Cássio argumentou com Renan que a medida tem amparo regimental.
A Mesa Diretora do Senado, presidida por Renan, tem competência para
mandar diretamente para o Conselho de Ética um pedido referente ao
decoro parlamentar.
O envio do caso ao colegiado já foi preparada pela assessoria do
presidente da Casa, mas só não foi remetida porque falta uma assinatura
do peemedebista.
O presidente da Casa ficou de dar uma resposta ao tucano em breve, possivelmente aceitando o caso.
Numa sessão histórica ontem, os senadores entenderam numa votação aberta
que Delcídio, ao tentar evitar que o ex-diretor da Petrobras Nestor
Cerveró o implicasse numa delação premiada da Operação Lava Jato, tem de
permanecer preso.
Liderados pelo presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), os partidos
de oposição traçaram uma estratégia para averiguar o caso envolvendo o
petista. Eles defendem que, para evitar que a representação contra
Delcídio seja "carimbada" por um determinado partido, iriam cobrar que
Renan mande o caso por conta própria para o Conselho de Ética.
Assim como a Mesa Diretora, partidos políticos também têm competência
para apresentar um pedido por quebra de decoro contra senadores. Nessa
estratégia, ainda há embutido um cálculo político. Os senadores querem
tratar o caso envolvendo Delcídio - um senador com trânsito fácil na
base e na oposição - como da "instituição" e não como de cada partido.
Com a prisão preventiva, o petista está automaticamente licenciado do
cargo ainda por 120 dias. A avaliação de senadores da base e da oposição
é que um julgamento de mérito do caso - que pode levá-lo à cassação -
só ocorrerá no próximo ano.
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