quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Manifestação em Brasília tem tiros e duas pessoas presas

 

Segundo a polícia, um dos disparos em frente ao Congresso Nacional foi feito por homem que havia sido preso na semana passada; em confusão, deputado também foi atingido por spray de pimenta



BRASÍLIA - O gramado em frente ao Congresso Nacional foi palco de manifestações que terminaram com tiros disparados, duas pessoas presas e parlamentares atingidos por spray de pimenta na tarde desta quarta-feira,18, enquanto deputados e senadores votam os vetos presidenciais.

A primeira confusão aconteceu durante a passagem da Marcha das Mulheres Negras pelo Congresso, quando integrantes do ato e manifestantes que pedem a intervenção militar no País acampados no gramado do canteiro central da Esplanada dos Ministérios entraram em confronto.

Deputado Paulo Pimenta (PT-RS) é atingido por gás de pimenta durante confusão em frente ao Congresso Nacional
Deputado Paulo Pimenta (PT-RS) é atingido por gás de pimenta durante confusão em frente ao Congresso Nacional
Os intervencionistas acusaram os integrantes da marcha de destruírem barracas e o boneco inflável gigante do general Antonio Hamilton Martins Mourão. Membros da passeata, por sua vez, acusaram os intervencionistas de jogarem bombinhas nos integrantes do ato e de terem atirado.

Segundo o major da Polícia Militar Juliano Farias, o homem que atirou foi o mesmo que foi preso na noite da última quinta-feira, com um revólver e armas brancas escondidas em seu carro. O policial reformado Jorge Luiz Damasceno Vidal foi detido novamente pela PM encaminhado à delegacia.

Farias afirmou ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado,  não saber por que o policial aposentado foi solto pelo 5º DP após ser preso na quinta-feira, 12. De acordo com o comandante da operação, a PM encaminhará ofício ao Ministério Público, questionando os motivos de o policial reformado ter sido solto.

Spray de pimenta. O major explicou ainda que, para evitar o contato corporal com os manifestantes, a polícia teve de usar spray de pimenta para dispersar a confusão. O spray também atingiu jornalistas e deputados que foram ao protesto para averiguar o que estava acontecendo, entre eles, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS).

O petista retornou à Câmara com olhos irritados lacrimejando. Ele explicou que foi ao local da confusão por ser presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. "Me pegaram por trás, não deu para ver nada", afirmou, antes de ser atendido no posto médico da Casa.

Segunda confusão. Quando finalmente a confusão entre os integrantes da Marcha e manifestantes que pedem a intervenção militar acabou, um novo protesto aconteceu no gramado em frente ao Senado. Um homem ainda não identificado disparou três tiros e foi preso pela PM.

Logo em seguida aos disparos, integrantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) desceram para o gramado e tentaram arrancar a faixa pedindo o impeachment instalada por movimentos acampados no local há quase um mês, mas foram contidos pela Polícia Militar e Legislativa.

Revista. A confusão tumultuou também a sessão do Congresso para apreciação de vetos e dominou os discursos. O presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), pediu que a Polícia Militar e Polícia Federal revistassem as barracas em busca de armas.



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