Preso pela Operação Lava Jato junto com o senador e líder do governo Delcídio do Amaral (PT-MS), o banqueiro André Esteves,
do banco BTG, disse em depoimento nesta quarta-feira (25) que se
encontrou com o petista cerca de cinco vezes, sendo a última em outubro.
Esteves está detido na Superintendência da Polícia Federal no Rio de
Janeiro e é suspeito de ter obtido ilegalmente uma cópia da negociação
da delação premiada do ex-diretor da Petrobras,
Segundo ÉPOCA apurou, Esteves relatou aos policiais que o último
encontro com o senador foi em outubro, na sede do banco em São Paulo. De
acordo com ele, partiu de Delcídio o pedido de reunião. André Esteves
negou qualquer discussão sobre delações premiadas. Segundo o banqueiro,
ele e o senador trataram sobre os rumos da economia do país e a pauta do
Congresso, como a criação da CPMF. No depoimento, o banqueiro disse
ainda que não tinha interesse em qualquer desfecho sobre a negociação da
delação de Cerveró e que não houve pagamentos.
Youssef envolveu Esteves no petrolão
Em fevereiro deste ano, ÉPOCA revelou que o banco BTG Pactual, de André Esteves, foi citado em delação do doleiro Alberto Youssef
num esquema de corrupção envolvendo a BR Distribuidora. De acordo com o
depoimento de Youssef, a rede de postos DVBR, uma sociedade formada
entre o BTG e o empresário Carlos Santiago, pagou R$ 6 milhões em
propina para viabilizar um negócio com a BR Distribuidora em 2011.
Metade desse valor teria ido direto para o bolso do senador Fernando Collor, que tinha uma ampla ingerência na estatal.
A BR Distribuidora desembolsou cerca de R$ 300 milhões, segundo
Youssef, para estampar a sua marca em 120 unidades da DVBR. O doleiro
foi designado para entregar o pixuleco pelo operador Pedro Paulo Leoni
Ramos, o PP, amigo antigo de Collor. Cerveró, que foi diretor financeiro
da BR Distribuidora com o aval de Collor, confirmou em sua delação a
acusação feita por Youssef. Ele descreve a “a prática de crime de
corrupção ativa por André Esteves, por meio do Banco BTG Pactual,
consistente no pagamento de vantagem indevida ao Senador Fernando
Collor, no âmbito de contrato de embandeiramento de 120 postos de
combustíveis em São Paulo, que pertenciam conjuntamente ao Banco BTG
Pactual e a grupo empresarial denominado Grupo Santiago”, diz a
Procuradoria Geral da República em sua representação que embasou o
pedido de prisão temporária de Esteves.
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