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Vista panorâmica da orla da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro: cidade investe em linhas de metrô e BRT
Nos últimos anos, a frota brasileira de automóveis aumentou em um ritmo
bem superior ao da expansão demográfica. Enquanto a população cresceu
menos de 20% desde 2000, o número de carros mais que dobrou no mesmo
período.
Existem, hoje, quase 50 milhões de automóveis rodando no país, mais 33
milhões de ônibus, caminhões e veículos de outro tipo. Não por acaso, a
mobilidade urbana é um tema recorrente nas discussões sobre qualidade de
vida nas grandes cidades, um fator determinante para o aumento da
produtividade e o desenvolvimento econômico do país.
Um estudo conduzido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES) mostra que é necessário investir quase 230 bilhões de
reais – ou quase 5% do PIB do país – para eliminar o déficit de
infraestrutura relacionada à mobilidade urbana nas 15 maiores regiões
metropolitanas brasileiras.
Naturalmente, as áreas com as maiores demandas são as mais densamente
povoadas. Quase 35% do valor apurado pelo BNDES corresponde a
investimentos necessários em São Paulo; 18% no Rio de Janeiro; e 11% em
Belo Horizonte.
Alguns fatores impulsionam obras dessa natureza. Um exemplo são os
eventos esportivos mundiais realizados no Brasil nesta década, como a
Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada do Rio de Janeiro, no ano que vem.
Cálculos do BNDES indicam que cerca de 50 bilhões de reais devem ser
aplicados em mobilidade urbana entre 2015 e 2018.
Em São Paulo, há 31 quilômetros de linhas de metrô e 57 quilômetros de
monotrilhos em projeto ou em andamento – o que dobrará a extensão atual
da rede.
No Rio, existem investimentos previstos para linhas de metrô e BRTs,
como são chamados os sistemas rápidos de ônibus com faixas prioritárias.
Essa solução, adotada de forma pioneira em Curitiba nos anos 1970, é
considerada uma das formas mais rápidas e baratas de equacionar o
problema da mobilidade em grandes metrópoles.
Outras cidades brasileiras, como Belém, João Pessoa, Goiânia, Brasília,
Recife, Fortaleza e Vitória, também apostam nos modernos BRTs.
Segundo o projeto BRT Data, que compila informações sobre esse sistema
de transporte, há linhas rápidas de ônibus em quase 200 cidades de todo o
mundo. Em mais de 150 delas, as linhas foram instaladas depois de 2001.
“Em lugares como a Cidade do México, onde existem várias linhas, o
serviço de BRT é tão bem avaliado pela população quanto o de metrô”,
afirma Luis Antonio Lindau, diretor da organização WRI Brasil Cidades
Sustentáveis.
Não é difícil entender as vantagens do transporte coletivo sobre o
individual. Pelas contas de Lindau, uma faixa com 3,6 metros de largura
permite o transporte de até 1 200 pessoas por hora em automóveis. Em
ônibus, esse número pode chegar a 15 000 pessoas.
A economia de tempo – e de dinheiro – é evidente. “Uma parte do problema
da mobilidade urbana pode ser resolvida sobre rodas, com obras menos
complexas do que podemos imaginar”, diz Lindau.
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