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Dinheiro: na média, transações que vazam saem mais caro, aponta estudo
São Paulo - O vazamento de informações sobre futuras fusões e aquisições caiu para o nível mais baixo em seis anos no mundo todo, segundo pesquisa da empresa de tecnologia Intralinks.
Enquanto em 2013 8,8% dos acordos feitos globalmente vazaram antes do
anúncio público, em 2014 o índice foi de 6%. A média de furos
registrados de 2009 até o ano passado ficou em 7,4%.
Foram analisadas 4.400 operações fechadas por empresas de capital aberto, anunciadas entre 1º de janeiro de 2009 e 31 de dezembro de 2014.
Os vazamentos foram identificados por meio do monitoramento das ações da
empresa-alvo. Um volume de negociação acima da média nos 40 dias que
antecedem a transação indica que a notícia pode ter vazado. O índice de
precisão é de 95%, segundo a Intralinks.
De acordo com o estudo, a queda pode ser explicada por uma aplicação
mais rigorosa da regulação, pela instituição de governanças internas
mais fortes e o aumento dos riscos para a transação quando ela é vazada.
Nos últimos dois anos, as ações de fiscalização e multas por abusos de
mercado cresceram significativamente. O valor médio de uma indenização
subiu 18 vezes nos últimos cinco anos na Europa e nos Estados Unidos,
por exemplo, conforme a Intralinks.
"Os vendedores e seus conselheiros estão levando a questão da
confidencialidade do pré-anúncio muito mais a sério", disse em nota
Philip Whitchelo, vice-presidente de estratégia da companhia.
Por região
No período entre 2009 e 2014, a média de vazamentos foi de 9,2% na
região que compreende a Europa, o Oriente Médio e a África. Na América
do Norte, a fatia ficou em 6,3%. Se considerado apenas o ano passado, as
parcelas ficaram em 3,8% e 8,0%, respectivamente.
Na América Latina, os índices são muito voláteis devido à amostragem
pequena. Em 2009, 2011 e 2012 nenhum vazamento foi registrado no
subcontinente. Em 2010, 12,5% dos acordos sofreram furos; em 2013, 9,1%;
e em 2014, 22,2%.
"Na América Latina e no Brasil, o maior volume de fusões e aquisições
ainda envolvem empresas fechadas, o que torna mais difícil a apuração",
explicou em nota Cláudio Yamashita, diretor geral da Intralinks.
Mais caras
Conforme aponta a pesquisa, os negócios que vazam acabam saindo mais caros.
Durante os seis anos analisados, a média do takeover premium (diferença
entre o valor estimado de uma empresa e o preço pelo qual ela é
comprada) para as transações que sofreram furos foi de 51,2%. Já para
aquelas em que não houve vazamentos, a média foi de 29,2%.
Segundo a Intralinks, isso pode acontecer porque operações que são
divulgadas antes da hora têm tendência a atrair mais concorrentes. De
2009 a 2014, 7,3% das fusões e aquisições que vazaram receberam ofertas
da concorrência, frente a 6,1% das que não vazaram.
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