Ueslei Marcelino/Reuters
Ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró: a Interpol já localizou o
advogado nos Estados Unidos e deve ser preso pela polícia assim que o
governo brasileiro encaminhar os documentos
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, autorizou a inclusão do nome do advogado Edson Ribeiro, na lista da Interpol, polícia internacional.
Edson Ribeiro é defensor do ex-diretor da Área Internacional da
Petrobras Nestor Cerveró e teve a prisão determinada ontem (26) pelo
Supremo na operação que prendeu também o senador Delcídio do Amaral
(PT-MS), o banqueiro André Esteves, dono do Banco BTG Pactual, e o chefe de gabinete do senador, Diogo Ferreira.
A Interpol já localizou o advogado nos Estados Unidos e deve ser preso
pela polícia assim que o governo brasileiro encaminhar os documentos
necessários.
De acordo com pedido de prisão da Procuradoria-Geral da República (PGR),
encaminhado ao STF, Edson Ribeiro participou das negociações em que o
senador Delcídio do Amaral tentou impedir que Cerveró firmasse um acordo
de colaboração com o Ministério Público Federal.
Em um dos encontros - que foi gravado pelo filho de Nestor Cerveró,
Bernardo Cerveró, em um hotel em Brasília - o senador prometeu pagar R$
50 mil mensais à família do ex-diretor para não ocorrer a delação
premiada.
"O Senador Delcídio Amaral contou com o auxílio do advogado Edson
Ribeiro, que, embora constituído por Nestor Cerveró, acabou por ser
cooptado pelo congressista. O advogado Edson Ribeiro passou,
efetivamente, a proteger os interesses do Senador Delcídio Amaral em sua
interação profissional com Nestor Cerveró e Bernardo Cerveró, mesmo
depois de tomada por Nestor Cerveró a decisão de oferecer colaboração
premiada ao Ministério Público Federal. O advogado Edson Ribeiro recebeu
do Senador Delcídio Amaral, a certa altura das tratativas, a
promessa de pagamento dos honorários que convencionara com
Nestor Cerveró, cujo valor era de R$ 4.000.000,00 (quatro milhões
de reais)", diz o documento da PGR.
Segundo a PGR, o banqueiro André Esteves, dono do Banco BTG Factual,
arcaria com os custos para não ter seu nome mencionado no acordo de
colaboração ou para o ex-diretor desistir.
"Ao menos parte desses recursos seria dissimulada na forma de
honorários advocatícios a serem convencionados em contrato de
prestação de serviços de advocacia entre André Esteves e/ou pessoa
jurídica por ele controlada com o advogado Edson Ribeiro".
Esteves está preso na Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro.
Nestor Cerveró firmou acordo de colaboração premiada com o Ministério público Federal no dia 18 de novembro deste ano.
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