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Desigual: de novembro a janeiro, as mulheres do Reino Unido vão trabalhar de graça devido à diferença salarial
São Paulo - Se alguém pedisse para você fazer o seu trabalho de graça a partir de hoje até o final do ano, você aceitaria?
Pois a última segunda (9) marcou o dia no ano em que as mulheres britânicas empregadas em horário integral passaram a trabalhar de graça devido à diferença de remuneração de 14,2 por cento que existe entre o salário delas e o dos homens.
É o que mostra uma pesquisa do Instituto Nacional de Estatística do país
divulgado esta semana. Os dados sobre as disparidades salariais podem
variar um pouco, mas a história é basicamente a mesma.
Em média, para cada £1 (uma libra esterlina equivale a cerca de seis
reais) ganho por um homem, uma mulher leva para casa em torno de 85
pences (centavos de libra esterlina) por fazer o mesmo trabalho.
Desde 1970, é ilegal no Reino Unido remunerar os homens e mulheres de
forma diferente por causa de gênero, ainda assim, quase meio século
depois, as diferenças continuam. No ritmo atual de progresso, vai
demorar mais de 50 anos para fechar a lacuna salarial, relata o The Guardian.
Na semana passada, o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, declarou que estava comprometido com a erradicação das disparidades salariais dentro de uma geração.
Cameron anunciou que empregadores maiores seriam obrigados a publicar os
salários e bônus pagos a homens e mulheres em uma tentativa de
pressionar as empresas a aumentar os salários das mulheres.
De acordo com a pesquisa, a única área onde as mulheres ganham mais que
os homens é nos trabalhos de meio período, onde a diferença de
remuneração fica negativa (5,5 por cento em favor das mulheres).
Segundo o Financial Times,
isso provavelmente reflete o fato de que as mulheres mais velhas, mais
experientes e mais bem remuneradas tendem a reduzir suas horas de
trabalho, a fim de lidar com responsabilidades familiares.
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