sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Dilma defende Lava Jato, mas diz que há pontos fora da curva





José Cruz / Agência Brasil
Presidenta Dilma Rousseff durante café da manhã com jornalistas-setoristas do Palácio do Planalto, dia 15/01/2016
Presidente Dilma Rousseff: "Tenho de preservar o fato de que o Brasil precisa dessa investigação”


São Paulo – A presidente Dilma Rousseff defendeu, nesta sexta-feira, a operação Lava Jato, mas disse que “assim como qualquer coisa na vida”, as investigações “não estão acima de qualquer suspeita”.


"Tenho de preservar o fato de que o Brasil precisa dessa investigação”, disse ela, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.

Dilma também disse não concordar com o vazamento de trechos de delações. Para ela, esses são "pontos fora da curva" que devem ser “colocados dentro da curva". 


Crise econômica


Questionada sobre o futuro da Petrobras, a presidente classificou como um "escândalo" apostar em uma falência da empresa. "Nem em 2016, nem em 2017, nem em 2018", afirmou ao jornal. 

Sobre a decisão do Banco Central de manter a taxa básica de juros em 14,25% ao ano, Dilma afirmou que não houve nenhum tipo de pressão sobre o órgão.

Admitiu, no entanto, que se encontrou com o presidente do BC, Alexandre Tombini. O motivo da conversa, segundo Dilma, foi a participação do Brasil no Fórum Econômico Mundial, em Davos. 

Volume de fusões e aquisições atinge menor nível desde 2009


AndreyPopov/ThinkStock
Mãos unem peças de quebra-cabeça (cooperação, colaboração)
2015: das 742 operações de fusões e aquisições anunciadas no ano passado, 218 tiveram seu valor divulgado, totalizando US$ 34,85 bilhões
 
Álvaro Campos, do Estadão Conteúdo


São Paulo - O número total de fusões e aquisições no Brasil em 2015 caiu 16% em relação ao ano anterior, para 742, atingindo o menor nível desde 2009, segundo os dados mais recentes da consultoria PwC.

Com a economia brasileira em crise e a forte valorização do dólar no ano passado, os estrangeiros lideraram as transações pela primeira vez em 15 anos.

Das 742 operações de fusões e aquisições anunciadas no ano passado, 218 tiveram seu valor divulgado, totalizando US$ 34,85 bilhões.

Trata-se de uma queda de 68% na comparação com o volume das transações com valores anunciados em 2014.

Foram sete grandes acordos superiores a US$ 1 bilhão e 51 com valores entre US$ 101 milhões a US$ 999 milhões. As demais aquisições foram de pequeno porte.

No ano de 2015, os investidores estrangeiros estiveram presentes em 51% das transações, bem acima da participação do ano anterior, de 38%, e o maior nível desde 2000, quando chegou a 57%.

As empresas de capital americano continuaram liderando o ranking de operações, seguidas das britânicas e das japonesas.

"Os chineses têm aparecido bastante, mas eles são muito seletivos. Fazem grandes e poucas operações, em setores bem definidos, como o de infraestrutura", diz Rogério Gollo, sócio da PwC Brasil e líder da área de fusões e aquisições.

Para este ano, o executivo prevê nova queda na participação de empresas brasileiras nas aquisições e presença ainda maior de estrangeiros. "Com base nas consultas que nos fazem, estimo um aumento de 20% na participação de companhias de fora nas transações."

"As empresas estão esperando um cenário político e econômico mais claro e certa estabilidade do dólar. Se isso acontecer, as fusões e aquisições vão crescer. Mas se as condições piorarem, com acirramento da disputa política, com mais inflação e alta de juros, aí haverá nova queda", explica.

Entre os investidores financeiros, o apetite, segundo Gollo, tem sido menor, em função do risco cambial, já que normalmente esse tipo de fundo compra participações em empresas para revender em um prazo relativamente curto, de dois, três anos.

Para as multinacionais que esperavam uma brecha para entrar ou se fortalecer no mercado brasileiro, o momento é particularmente interessante, diz o executivo.

"Tivemos uma pequena janela entre 2008 e 2009 e antes disso só em 2002, 2003. Para quem planeja estar no Brasil, a hora é agora." 

WPP compra fatia no Grupo Máquina, 3ª aquisição no Brasil


Oli Scarff/Getty Images
CEO da WPP, Sir Martin Sorrell
CEO da WPP, Sir Martin Sorrell: o maior grupo de marketing do mundo já adquiriu outras duas empresas no país
São Paulo - A Cohn & Wolfe, agência de comunicação do grupo britânico WPP, anunciou hoje a compra de participação majoritária do Grupo Máquina.

Com a aquisição, a nova empresa passará a se chamar Máquina Cohn & Wolfe, com 240 funcionários em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. As empresas não revelaram o valor do negócio.

A Máquina, criada em 1995 por Maristela Mafei, tem clientes nos setores de finanças, educação, tecnologia, varejo, entretenimento, setor público e turismo. Mafei continuará como diretora geral da nova empresa. Ela responde à Donna Imperato, CEO da Cohn & Wolfe.

Grupo vai às compras


Esse não é o primeiro investimento do grupo inglês no Brasil. Nos últimos anos, o maior grupo de marketing do mundo adquiriu outras duas empresas de mídia e relações públicas no país.

"A América Latina se tornou uma região muito importante para os nossos clientes e é um mercado crítico para a Cohn & Wolfe", disse Imperato.

Em dezembro de 2014, a Kantar Media, braço do grupo WPP responsável por gestão de informação, comprou o controle do Ibope Media e se tornou líder em medição de audiência de televisão. O grupo britânico já tinha participação de 44% na brasileira desde 1997.

Em setembro do ano passado, ele comprou uma fatia majoritária da agência de relações públicas Ideal. A aquisição criou o Grupo Ideal, que reúne duas agências: a nova Ideal H+K Strategies e a Ogilvy PR.

Pelo mundo, a WPP investiu em grandes empresas do setor. A Cohn & Wolfe adquiriu também o controle acionário da Six Degrees PR and Alphabet Consulting, na Índia, em setembro.

Em 2013, o grupo WPP adquiriu 30% de participação na Richard Attias & Associates (RAA), responsável pela organização de eventos como Fórum Econômico Mundial e cerimônias de entrega do Prêmio Nobel.

No mesmo ano, comprou a maior agência de publicidade digital da China, a IM2.0.

Roldão compra operação no interior de SP da Mega Atacadista


Divulgação/Roldão
Loja da Roldão Atacadista
Roldão: a varejista vai incorporar quatro lojas, localizadas no interior de São Paulo, ao grupo
 
Mônica Scaramuzzo, do Estadão Conteúdo


São Paulo - O grupo Roldão, que atua no atacarejo, formato de loja que mistura atacado com varejo, fechou a compra de quatro lojas da concorrente Mega Atacadista, de Minas Gerais, apurou o jornal O Estado de S. Paulo com fontes próximas às negociações.

A varejista vai incorporar essas lojas, localizadas no interior de São Paulo, ao grupo. O valor da operação não foi divulgado e não inclui as lojas de Minas, pelo menos, por enquanto.

Com faturamento estimado em R$ 2,1 bilhões no ano passado, o Roldão tem crescido, nos últimos anos, de maneira orgânica. A estratégia é avançar em cidades do interior de São Paulo e Grande São Paulo, mesmo movimento feito pelas gigantes Assaí, do Grupo Pão de Açúcar, e Atacadão, do Carrefour.

Com a incorporação dessas quatro lojas, que faturam cerca de R$ 200 milhões, o Roldão passa a contar com 27 unidades, todas no Estado de São Paulo. Fontes afirmaram que o grupo pretende expandir seus negócios para outras regiões do País, mas não em grandes capitais. "Eles querem buscar mercados regionais", disse uma fonte.

O negócio de atacarejo é bem-visto em anos de crise. De acordo com José do Egito Frota Lopes Filho, presidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad), as redes de atacarejo estão "roubando" vendas dos hipermercados.

"Os hipermercados têm um custo muito alto por loja, que conta com ar condicionado, empacotadores e toda uma estrutura mais sofisticada. Já o atacarejo é um modelo mais simples e atrai o consumidor pelo preço", disse o presidente da entidade.

O setor atacadista movimentou no Brasil em 2014 cerca de R$ 212 bilhões, segundo a Abad. O valor de 2015 ainda não foi divulgado, mas deve ficar no mesmo patamar, de acordo com Lopes Filho.

Nesse segmento, estão incluídos os atacadistas de produtos gerais, de produtos especializados, distribuidores exclusivos para determinadas empresas e o atacarejo.

O movimento feito pelo Roldão, fundado em 2000 na cidade de São Paulo, deve crescer. "A consolidação nesse segmento faz muito sentido porque esse setor é focado em volume. Com esse movimento, os fornecedores serão mais espremidos e terão de ceder mais em preço", afirmou uma fonte com conhecimento em varejo.
 

Migração


Em recente entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, os grandes varejistas, também donos de formatos de atacarejo, afirmaram que está ocorrendo uma migração dos consumidores das classes B para esse tipo de loja, que antes era focado na classe C.

Tradicionalmente, os formatos de atacarejo têm quatro canais de venda: os transformadores (food service, lanchonetes e pizzarias); revendedores (mercearias e padarias); utilizadores (comunidades, como escolas e igrejas); e o consumidor final.

Os consumidores finais estão desde o ano passado buscando produtos nessas lojas para fazer estoques, sobretudo de produtos de limpeza. Para economizar, os consumidores têm reduzido as refeições fora do lar e adquirido alimentos e bebidas em maior quantidade para consumir em casa.

Procurado, o presidente do Roldão, Ricardo Roldão não retornou os pedidos de entrevista. Nenhum porta-voz do Mega Atacadista foi encontrado para comentar o assunto. 

Suíço EFG faz maior oferta por BSI, diz Financial Times


Charles Ellena/Bloomberg
O Banco suiço EFG
O Banco suiço EFG: o conselho do BTG Pactual na semana passada autorizou o banco a prosseguir com a venda do BSI
 
Da REUTERS


Zurique - O banco suíço EFG Internacional apresentou o maior lance pela unidade do BTG Pactual na Suíça, o BSI, publicou o Financial Times nesta terça-feira.

EFG e BTG Pactual devem entrar em negociações exclusivas pelo BSI, num acordo que deve superar 1,2 bilhão de francos suíços (1,2 bilhão de dólares), afirmou o FT, citando fontes familiarizadas com o assunto.

O conselho do BTG Pactual na semana passada autorizou o banco a prosseguir com a venda do BSI, que o grupo brasileiro comprou por 1,3 bilhão de dólares em setembro, após terceiros terem mostrado interesse no negócio.

Shell espera que aquisição da BG seja concluída em semanas


Andrey Rudakov/Bloomberg
Funcionário com símbolo da Shell em capacete
Shell: a Shell está apostando no acesso a novas áreas ricas em recursos, especialmente no Brasil
 
Da REUTERS

London - A BG, alvo de aquisição da Royal Dutch Shell, superou sua meta de produção para 2015, disse nesta quarta-feira, dias antes de reuniões de acionistas para votar sobre o acordo de 47 bilhões de dólares entre as empresas, cuja conclusão se espera para as próximas semanas.

A BG, que divulgará seus resultados anuais em 5 de fevereiro, disse esperar que os volumes de produção de 2015 tenham atingido 704 mil barris de óleo equivalente por dia (boepd), acima de sua meta de 680 mil a 700 mil boed, devido a novos campos em Austrália, Brasil e Noruega.

A Shell está apostando no acesso a novas áreas ricas em recursos, especialmente no Brasil, para fazer a aquisição da BG valer a pena.

"A conclusão da transação com a BG, que esperamos dentro de semanas, marcará o início de um novo capítulo na Shell, para rejuvenescer a empresa e melhorar os retornos para acionistas", disse o presidente-executivo da Shell, Ben van Beurden, em comunicado.

Acionistas da Shell votarão sobre o acordo em 27 de janeiro, seguido por uma votação de acionistas da BG em 28 de janeiro. O acordo resultará na perda de 10 mil postos de trabalho fixos e terceirizados no período de 2015 e 2016, afirmaram.


Softline compra Compusoftware e cria gigante de TI no Brasil




Claudio Gatti/Softline
Os executivos Gustavo Capart (à esquerda)  e José Azevedo, da Softline Brasil
Os executivos Gustavo Capart (à esquerda) e José Azevedo, da Softline: empresa espera faturar US$ 150 milhões no país



São Paulo - A Softline, multinacional russa de soluções de TI, acaba de comprar a brasileira Compusoftware, que vende licenças de software corporativo (majoritariamente da Microsoft) e presta serviços de infraestrutura.

O valor do acordo não foi divulgado. Juntas, elas esperam alcançar um faturamento de 150 milhões de dólares no ano fiscal que termina em março.

A meta da companhia combinada, que passa a se chamar Softline Brasil e seria uma das cinco maiores da América Latina no ramo de tecnologia, é aumentar as receitas em algo entre 10% e 20% nos próximos 12 meses.

Com o negócio, a operação brasileira se torna a mais importante do grupo Softline fora da Rússia. A empresa, que tinha cerca de 100 clientes por aqui, passa a incorporar os 500 da carteira da Compusoftware.


Objetivos complementares


A negociação durou aproximadamente seis meses. "Foi muito rápido porque as sinergias são muito grandes. O objetivo deles vai muito ao encontro do nosso", disse José Azevedo, presidente da Sofline Brasil, em entrevista exclusiva a EXAME.com.

Antes de assumir a nova empresa, Azevedo comandou a Compusoftware por cerca de um ano e meio – e tinha a missão de atrair um investidor para fazê-la crescer.

A princípio, ele contratou um banco para ajudá-lo nessa busca, mas o processo não deu certo. Foi então que apareceu a Softline.

A companhia russa está no Brasil desde 2014. Ela tinha planos de crescer organicamente no país, mas, em meio à crise econômica, optou pela aquisição para acelerar seu processo de expansão.

Sua estratégia é se consolidar em mercados emergentes como aqui e a Índia (onde ela também chegou em 2014) e se tornar robusta o suficiente para abrir seu capital.

"Queremos nos tornar uma ‘blue chip’ para aqueles que investem nos BRICs", disse Igor Borovikov, fundador e presidente do conselho da Sofltine, em nota.

O IPO deve acontecer dentro dos próximos três a cinco anos, na região da Europa ou Ásia.

"Ainda não está definido. Há um grupo fazendo os processos internos, estamos negociando em que bolsa vamos nos lançar", contou a EXAME.com Gustavo Capart, diretor de vendas, marketing e serviços LATAM da Softline.

Graças ao acordo, os planos das duas empresas avançam: enquanto a Softline ganha escala no Brasil, a Compusoftware se internacionaliza.

Ao fazer parte de um grupo multinacional, a brasileira diversifica seu faturamento e fica mais forte para atravessar a crise econômica.

"Com a desvalorização do dólar, que é a principal moeda de trading dentro do nosso mercado, não dá. É preciso trazer receitas de outros países", disse Azevedo.


Como fica


A Compusoftware tinha cerca de 86 funcionários no país, distribuídos entre escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Já a Softline estava presente em São Paulo e em Brasíla e empregava 30 pessoas.

Os escritórios de São Paulo já foram integrados e, ao final de todas as sinergias, a Softline Brasil deve terminar com 100 empregados.