Claudio
Gatti/Softline
Os executivos Gustavo Capart (à esquerda) e José
Azevedo, da Softline: empresa espera faturar US$ 150 milhões no país
Luísa Melo, de EXAME.com
São Paulo - A Softline, multinacional russa de
soluções de TI, acaba de comprar a brasileira
Compusoftware, que vende licenças de software
corporativo (majoritariamente da Microsoft) e presta serviços de
infraestrutura.
O valor do acordo não foi divulgado. Juntas, elas
esperam alcançar um faturamento de 150 milhões de dólares no ano fiscal que
termina em março.
A meta da companhia combinada, que passa a se
chamar Softline Brasil e seria uma das cinco maiores da América Latina no ramo
de tecnologia, é aumentar as receitas em algo entre 10% e 20% nos próximos 12
meses.
Com o negócio, a operação brasileira se torna a
mais importante do grupo Softline fora da Rússia. A empresa, que tinha cerca de
100 clientes por aqui, passa a incorporar os 500 da carteira da Compusoftware.
Objetivos complementares
A negociação durou aproximadamente seis meses.
"Foi muito rápido porque as sinergias são muito grandes. O objetivo deles
vai muito ao encontro do nosso", disse José Azevedo, presidente da Sofline
Brasil, em entrevista exclusiva a EXAME.com.
Antes de assumir a nova empresa, Azevedo comandou a
Compusoftware por cerca de um ano e meio – e tinha a missão de atrair
um investidor para fazê-la crescer.
A princípio, ele contratou um banco para ajudá-lo
nessa busca, mas o processo não deu certo. Foi então que apareceu a Softline.
A companhia russa está no Brasil desde 2014. Ela
tinha planos de crescer organicamente no país, mas, em meio à crise econômica,
optou pela aquisição para acelerar seu processo de
expansão.
Sua estratégia é se consolidar em mercados
emergentes como aqui e a Índia (onde ela também chegou em 2014) e se tornar
robusta o suficiente para abrir seu capital.
"Queremos nos tornar uma ‘blue chip’ para
aqueles que investem nos BRICs", disse Igor Borovikov, fundador e
presidente do conselho da Sofltine, em nota.
O IPO deve acontecer dentro dos próximos três a
cinco anos, na região da Europa ou Ásia.
"Ainda não está definido. Há um grupo fazendo
os processos internos, estamos negociando em que bolsa vamos nos lançar",
contou a EXAME.com Gustavo Capart, diretor de vendas, marketing e serviços
LATAM da Softline.
Graças ao acordo, os planos das duas empresas
avançam: enquanto a Softline ganha escala no Brasil, a Compusoftware se
internacionaliza.
Ao fazer parte de um grupo multinacional, a
brasileira diversifica seu faturamento e fica mais forte para atravessar a
crise econômica.
"Com a desvalorização do dólar, que é a
principal moeda de trading dentro do nosso mercado, não dá. É preciso trazer
receitas de outros países", disse Azevedo.
Como fica
A Compusoftware tinha cerca de 86 funcionários no
país, distribuídos entre escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas
Gerais.
Já a Softline estava presente em São Paulo e em
Brasíla e empregava 30 pessoas.
Os escritórios de São Paulo já foram integrados e,
ao final de todas as sinergias, a Softline Brasil deve terminar com 100
empregados.
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