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2015: das 742 operações de fusões e aquisições anunciadas no ano
passado, 218 tiveram seu valor divulgado, totalizando US$ 34,85 bilhões
Álvaro Campos, do Estadão Conteúdo
São Paulo - O número total de fusões e aquisições no Brasil em 2015 caiu
16% em relação ao ano anterior, para 742, atingindo o menor nível desde
2009, segundo os dados mais recentes da consultoria PwC.
Com a economia brasileira em crise e a forte valorização do dólar no ano passado, os estrangeiros lideraram as transações pela primeira vez em 15 anos.
Das 742 operações de fusões e aquisições anunciadas no ano passado, 218
tiveram seu valor divulgado, totalizando US$ 34,85 bilhões.
Trata-se de uma queda de 68% na comparação com o volume das transações com valores anunciados em 2014.
Foram sete grandes acordos superiores a US$ 1 bilhão e 51 com valores
entre US$ 101 milhões a US$ 999 milhões. As demais aquisições foram de
pequeno porte.
No ano de 2015, os investidores estrangeiros estiveram presentes em 51%
das transações, bem acima da participação do ano anterior, de 38%, e o
maior nível desde 2000, quando chegou a 57%.
As empresas de capital americano continuaram liderando o ranking de operações, seguidas das britânicas e das japonesas.
"Os chineses têm aparecido bastante, mas eles são muito seletivos. Fazem
grandes e poucas operações, em setores bem definidos, como o de
infraestrutura", diz Rogério Gollo, sócio da PwC Brasil e líder da área
de fusões e aquisições.
Para este ano, o executivo prevê nova queda na participação de empresas
brasileiras nas aquisições e presença ainda maior de estrangeiros. "Com
base nas consultas que nos fazem, estimo um aumento de 20% na
participação de companhias de fora nas transações."
"As empresas estão esperando um cenário político e econômico mais claro e
certa estabilidade do dólar. Se isso acontecer, as fusões e aquisições
vão crescer. Mas se as condições piorarem, com acirramento da disputa
política, com mais inflação e alta de juros, aí haverá nova queda",
explica.
Entre os investidores financeiros, o apetite, segundo Gollo, tem sido
menor, em função do risco cambial, já que normalmente esse tipo de fundo
compra participações em empresas para revender em um prazo
relativamente curto, de dois, três anos.
Para as multinacionais que esperavam uma brecha para entrar ou se
fortalecer no mercado brasileiro, o momento é particularmente
interessante, diz o executivo.
"Tivemos uma pequena janela entre 2008 e 2009 e antes disso só em 2002,
2003. Para quem planeja estar no Brasil, a hora é agora."
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