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quarta-feira, 13 de janeiro de 2016
Em posse, presidente da OAB-SP defende fim do convênio com a Defensoria
Na
posse do presidente reeleito da seccional paulista Ordem dos Advogados
do Brasil, Marcos da Costa, o assunto foi o atraso no pagamento dos 40
mil advogados inscritos no convênio com a Defensoria Pública de São
Paulo. O convênio continuaria, mas com a Secretaria da Justiça e da
Defesa da Cidadania. "Não podemos ter parceria com quem não quer a advocacia como parceira", disse presidente reeleito da OAB-SP. Reprodução
Em seu discurso, o mandatário da entidade disse querer acabar com o
convênio entre a OAB-SP e a Defensoria de SP. Ele também vai pedir que
deputados da Assembleia Legislativa de São Paulo abram uma Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) para analisar as contas da instituição
responsável por defender pessoas carentes na esfera judicial. “Chega.
Não podemos ter parceria com quem não quer a advocacia como parceira”,
disse.
A ideia do presidente é mudar o gestor dos recursos usados
para pagar advogados que atuam por meio do convênio. A mudança seria
feita por um projeto de lei que será enviado à Assembleia legislativa de São Paulo.
O dinheiro deixaria de ser gerido pela Defensoria, como ocorre
atualmente, e passaria à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania.
Visivelmente
irritado com a postura da Defensoria, Marcos da Costa citou inúmeras
vezes o “calote” dado pela instituição pública nos advogados dativos e
criticou o defensor público-geral, Rafael Valle Vernaschi, por afirmar em entrevista à ConJur que a OAB-SP foi devidamente notificada sobre o atraso nos pagamentos.
“Essa
afirmação é mentirosa. Inclusive, o defensor público-geral está sendo
interpelado criminalmente para esclarecer isso”, ressaltou Marcos da
Costa.
O presidente da OAB-SP também contou que nos dias 1º e 22
de dezembro, a Defensoria tinha em caixa, respectivamente, R$ 105
milhões e R$ 56 milhões, mas, mesmo assim, não quitou seus débitos junto
aos advogados dativos.
"A Defensoria Pública nunca quis convênio
com a Ordem porque ela quer o monopólio de atendimento aos carentes. São
700 defensores e dizem que atenderam 1,5 milhão de pessoas em um ano.
Isso é impossível. Não há como fazer isso dentro desse período", afirmou
Marcos da Costa.
Marcos da Costa ocupou parte considerável de seu
discurso para criticar o pagamento de gratificações aos defensores
públicos, que classificou como “ilegais”. Ele afirmou ainda que o
Ministério Público que atua junto ao Tribunal de Contas do estado
constatou o pagamento de gratificações indevidas.
Segundo o
presidente da OAB-SP, essas gratificações foram criadas ao longo dos
últimos dois anos, sem lei, pelo próprio conselho da Defensoria Pública.
Marcos da Costa disse que alguns integrantes da instituição chegaram a
receber 20 bonificações, cada uma correspondendo a 10% do salário-base
da função. Porém, ele destacou que “alguns defensores não recebem essas
gratificações porque não integram o núcleo político da Defensoria”.
Nesse
sentido, o presidente reeleito explicou as várias frentes que usará
contra a Defensoria Pública de SP. Uma delas é a divulgação dos gastos.
“Já notifiquei o defensor por mais transparência. A Defensoria não segue
as diretrizes de divulgação de gastos, eles não têm um portal que dê
visibilidade aos gastos do órgão.”
Outro foco de atuação, segundo
Marcos da Costa, será o anteprojeto de lei entregue ao deputado federal e
também advogado Arnaldo Faria de Sá (PTB) para definir o que é
carência. “Vamos lutar pela definição do que é ser carente. A Defensoria
se julga no direito de decidir quem vai atender”, criticou o presidente
da OAB-SP.
Questionado pela ConJur sobre a
afirmação do defensor público-geral, de que a filiação dos defensores à
OAB poderia inibir a atuação dos profissionais, Marcos da Costa disse
que essa afirmação está "absolutamente equivocada". "É como se um
médico, por atuar no setor público, não fosse considerado médico."
Marcos
da Costa lembra que quando Vernaschi tentou tomar posse, a OAB-SP
impetrou Mandado de Segurança para impedir que ele assumisse enquanto
não reativasse seu registro junto à OAB. O que aconteceu.
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