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Dólares: na verdade, as empresas parecem mais otimistas com a busca por fusões e aquisições do que no ano passado
Manuel Baigorri, da Bloomberg
Após um ano recorde para as aquisições, os executivos querem mais.
Os compradores investiram US$ 3,8 trilhões em fusões e aquisições
em 2015, maior montante da história, superando o recorde anterior,
estabelecido em 2007, antes da crise financeira, segundo dados
compilados pela Bloomberg.
Na verdade, as empresas parecem mais otimistas com a busca por fusões e
aquisições do que no ano passado: em uma pesquisa da EY publicada em
outubro, quase 60 por cento dos executivos disseram que esperavam
realizar aquisições nos próximos 12 meses, contra 40 por cento um ano
antes.
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O quarto trimestre foi o mais movimentado do ano passado, com US$ 1,3
trilhão em transações anunciadas, segundo os dados -- superando a marca
de um trilhão de dólares pela primeira vez desde o segundo trimestre de
2007.
Os investidores poderiam ter um indício precoce de como será o restante
do ano na Healthcare Conference, primeira conferência importante do
setor em 2016, que será realizada pelo JPMorgan Chase Co. na semana que
vem e é também um tradicional ponto de encontro para as fases iniciais
das negociações de fusão e aquisição.
Após a enorme combinação de US$ 160 bilhões entre Pfizer Inc. e Allergan
Plc -- a maior transação do ano passado --, o setor de saúde mais uma
vez parece impulsionar o fechamento de acordos. A Shire Plc está em
negociações avançadas para adquirir a Baxalta Inc. por cerca de US$ 32
bilhões, disseram pessoas informadas sobre o assunto, e um acordo
poderia ser anunciado ainda nesta semana.
“As atividades de fusão e aquisição provavelmente continuarão em níveis
elevados”, escreveu Eddie Yoon, gerente de portfólio e líder do setor de
saúde da Fidelity Investments Ltd., em sua perspectiva para 2016.
“Considerando o perfil atraente do fluxo de caixa livre do setor de
saúde, a alocação de capital efetiva com o objetivo de melhorar as
perspectivas de crescimento ou reduzir os custos de uma empresa por meio
de sinergias deveria continuar gerando oportunidades de investimento”.
Alvos atraentes
A atividade de negócios deste ano se concentrará em setores que precisam
aumentar sua escala para lidar com a concorrência forte ou com o
crescimento lento, como telecomunicações, tecnologia e saúde, disse
Paulo Pereira, sócio da empresa de assessoria financeira Perella
Weinberg Partners em Londres.
A Orange SA, maior empresa de telefonia da França, disse na terça-feira
que está em negociações preliminares com a Bouygues SA por sua unidade
de telefonia celular em um acordo que reduziria o número de operadoras
de telefonia celular no país.
As aquisições de instituições financeiras, em particular no setor
bancário, também deverão começar a acelerar nos próximos meses à medida
que houver mais segurança e visibilidade em relação à estrutura
regulatória e às exigências de capital, como os padrões estabelecidos
pelo Comitê da Basileia de Supervisão Bancária, disse Pereira.
Ao longo de 2015, as empresas de bens de consumo, como as companhias
farmacêuticas, de alimentos e de bebidas, responderam pela maior parcela
dos investimentos, com US$ 1 trilhão, e protagonizaram as maiores
transações do ano -- como o acordo Pfizer-Allergan e a aquisição da
SABMiller Plc pela Anheuser-Busch InBev SA por cerca de US$ 107 bilhões.
Esse grupo é seguido pelo total de US$ 751 bilhões em negócios no setor
financeiro e pelo montante de US$ 447 bilhões em aquisições de empresas
industriais, incluindo o acordo da Berkshire Hathaway Inc., de Warren
Buffett, para pagar mais de US$ 30 bilhões na aquisição da Precision
Castparts Corp.
A rede de supermercados britânica J Sainsbury Plc disse na terça-feira
que está estudando uma oferta
pela Home Retail Group Plc, proprietária
das marcas Argos e Homebase, em uma transação que combinaria duas das
maiores redes de varejo do Reino Unido.
O auge dos volumes visto no ano passado deveu-se ao fato de o otimismo
dos compradores ter superado os temores a respeito da instabilidade
política e financeira, segundo Charles Jacobs, sócio para fusões e
aquisições do escritório de advocacia Linklaters.
Os compradores conseguiram driblar a queda do mercado na China, a
desaceleração dos mercados emergentes e a crise da dívida grega durante
os últimos 12 meses.
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