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Presidente Dilma Rousseff: o governo brasileiro foi criticado pela oposição por não ter sido mais firme
Da REUTERS
Brasília - A presidente Dilma Rousseff defendeu, em entrevista ao jornal equatoriano El Comércio, a atuação do Brasil frente à crise política na Venezuela e negou que o país tenha se omitido durante as ameaças de ruptura democrática no país vizinho.
“Tivemos tudo menos silêncio por parte do Brasil em relação à Venezuela.
Acompanhamos com muita atenção os acontecimentos no nosso vizinho do
norte, país irmão com o qual mantemos excelentes e sólidas relações. E
estamos muito presentes e atuantes, de forma individual ou em conjunto
com os demais membros da Unasul (União das Nações Sul-Americanas)",
afirmou na entrevista publicada no domingo.
“Pautamos nossa ação pelos princípios básicos de não ingerência e autodeterminação dos povos”, acrescentou.
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O governo brasileiro foi criticado pela oposição por não ter sido mais
firme em relação às ações do governo venezuelano de perseguição a
políticos. Nos últimos meses, no entanto, o tom da relação mudou.
O Itamaraty já divulgou pelo menos quatro notas mais duras sobre a
atuação do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, sendo a primeira
delas sobre a prisão do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, ainda em
fevereiro.
Durante as eleições para a Assembleia Nacional, o assessor especial da
Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, levou uma carta a Maduro
lembrando os compromissos democráticos do Mercosul e da Unasul.
Na entrevista, Dilma reconheceu que a Venezuela passa por uma crise econômica e política.
“Com a instalação da nova Assembleia Nacional venezuelana temos a
expectativa de que todos os atores políticos mantenham e aperfeiçoem o
diálogo e a boa convivência, que devem ser a marca por excelência das
sociedades democráticas”, afirmou.
“Não há lugar na América do Sul do século 21 para soluções políticas a
margem da institucionalidade e do mais absoluto respeito à democracia e
ao Estado de Direito.”
Corrupção
Dilma voltou a dizer que não há respaldo jurídico para o pedido de
abertura de processo de impeachment contra ela, e que a melhor saída
quando há “divergência de ideias” é o debate.
“Não é aceitável, em uma sociedade democrática e participativa, tirar um
presidente apenas por divergência política, sem nenhum respaldo
jurídico.”
Dilma também se disse “implacável contra a corrupção” desde seu primeiro
mandato, e garantiu que em seu governo a Polícia Federal e o Ministério
Público têm total autonomia de investigação.
“Não transigirei no combate a qualquer tipo de ação criminosa cometida
por qualquer pessoa. O povo brasileiro é honesto e trabalhador e jamais
aceitarei que pequenos grupos tentem se beneficiar do dinheiro público
em proveito próprio”, disse.
A presidente viaja nesta terça-feira para o Equador, onde terá encontro
bilateral ainda na terça com o presidente equatoriano, Rafael Correa. No
dia seguinte, participa da Cúpula dos Estados Latino-americanos e
Caribenhos (Celac).
Economia
Sobre a abatida economia brasileira, Dilma repetiu a necessidade de
recuperar a confiança dos investidores e citou os programas de
investimento em logística e energia e o Plano Nacional de Exportações
como sinais de que o governo não está parado.
“O Brasil está passando por um momento de transição econômica. Estamos
fazendo um grande esforço para nos adaptarmos à nova realidade global...
Estamos empenhados em recuperar o equilíbrio fiscal, reduzir a inflação
e restaurar a confiança dos investidores para que a economia brasileira
comece um novo ciclo de crescimento e investimentos”, afirmou.
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