Roberto Stuckert Filho/PR
Dilma participa de cerimônia de anúncio de investimentos do PAC 2, em
2010: a presidente Dilma Rousseff disse que lançaria a terceira fase do
programa
Brasília e Rio - Para tentar estimular a economia, em meio a uma
profunda recessão, o governo prepara uma série de medidas para destravar
investimentos, um plano tratado internamente como uma espécie de "novo PAC".
Mas obras anunciadas ainda no primeiro PAC, em 2007, e que já deveriam ter sido entregues há anos, continuam inacabadas.
Levantamento feito pelo Estado mostra que, das 10 maiores obras
anunciadas pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva no lançamento
do Programa de Aceleração de Crescimento, há nove anos, apenas duas, na
área de petróleo, foram totalmente concluídas.
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Outras três usinas de energia e uma refinaria até entraram em operação, mas de forma parcial - ainda estão em obras.
A maior obra anunciada em 2007, a refinaria Premium 1, no Maranhão, com
projeção de investimentos de R$ 41 bilhões, foi simplesmente abandonada,
com prejuízo de R$ 2,1 bilhões para a Petrobrás.
O PAC foi lançado no governo Lula, em tempos de bonança econômica, com o
objetivo declarado de "estimular o aumento do investimento privado e do
investimento público, principalmente na área de infraestrutura" e
"desobstruir os gargalos que impedem os investimentos", nas palavras do
então ministro da Fazenda, Guido Mantega.
O programa previa um total de R$ 503,9 bilhões em investimentos em mais
de mil projetos. Em 2010, as obras ainda em andamento foram reembaladas,
juntadas a outras e o governo lançou o PAC 2, com projeção de
investimentos de R$ 1 trilhão.
No início do seu segundo mandato, no ano passado, a presidente Dilma
Rousseff disse que lançaria a terceira fase do programa, que ainda não
saiu do papel.
Apesar de ter sido criado para destravar a infraestrutura, dados
compilados pela organização Contas Abertas mostram que, de 2007 a 2014,
34% de tudo que foi considerado investimento dentro do PAC se referiam a
financiamentos habitacionais tomados pelos cidadãos em bancos públicos,
a preços de mercado. Se incluídos os financiamentos subsidiados do
programa Minha Casa Minha Vida, essa conta chega a 40%.
No complexo de favelas do Alemão, no Rio, onde Dilma foi batizada em
2008 por Lula de "mãe do PAC", só 53% das unidades habitacionais
prometidas foram entregues.
O teleférico é a obra na região que mais chama a atenção - apesar de ter
sido fechado só no ano passado 11 vezes, em função de tiroteios.
As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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