sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

FMI afirma que Brasil vive importante choque inflacionário




REUTERS/Ueslei Marcelino
Presidente Dilma Rousseff durante cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília
Economia brasileira: de acordo com o fundo, apesar do choque inflacionário, a alta de preços não aponta para a hiperinflação
 
Altamiro Silva Junior, do Estadão Conteúdo
correspondente, do Estadão Conteúdo


Nova York - O Brasil passa por choque inflacionário importante, mas a alta de preços não aponta para a hiperinflação, afirmou a jornalistas nesta sexta-feira, 22, o diretor do Departamento para o Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional (FMI), Alejandro Werner, reforçando que o Brasil precisa prosseguir com o ajuste na economia para restaurar a confiança dos agentes e a credibilidade na melhora das contas do governo.

Werner evitou comentar a decisão do Banco Central esta semana de manter juros e disse que o mais importante é a coordenação da política fiscal e monetária e que o governo dê "sinais claros" de que as finanças públicas estão em trajetória de estabilização.

A recessão mais forte do que o inicialmente previsto no período 2015/2016 indica a urgência de restabelecer a certeza de que haverá controle das contas do governo, do crescimento da dívida pública e prosseguir com o ajuste fiscal, disse ele. "Hoje vemos que isso ainda não foi restabelecido", afirmou.

O diretor do FMI disse que é essencial um ajuste tanto pelo lado da receita como do gasto público, mas frisou que tem havido clara pressão sobre as despesas do governo e, por isso, o ajuste precisa pender mais para o lado do gasto.

O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, sinalizou que o ajuste fiscal vai continuar no médio prazo, ressaltou Werner. "Mas claramente os detalhes são muito importantes e teremos que conhecer", completou. Para ele, é fundamental que se resolva a turbulência política e o Congresso aprove as medidas fiscais, de modo a dar credibilidade ao ajuste na economia.

"O Brasil passa por situação muito complexa", disse Werner, ressaltando que se não fosse a recessão no país, a América Latina teria crescimento positivo, mesmo que em nível baixo. O FMI projeta que a região vai encolher 0,3% em 2016, o segundo ano consecutivo de contração.

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