REUTERS/Ueslei Marcelino
Dilma Rousseff: "Nós não descartamos que vai ser necessário fazer uma avaliação se esse processo continuar", disse a presidente
Da REUTERS
Brasília - A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira que não descarta uma capitalização da Petrobras se os preços do petróleo no exterior continuarem a cair.
"O que nós faremos será em função do cenário local e internacional. Nós
não descartamos que vai ser necessário fazer uma avaliação (sobre uma
capitalização) se esse processo (de queda no preço do petróleo)
continuar. Agora não somos nós, o governo brasileiro que não descarta. Nenhum governo vai descartar", disse Dilma em café da manhã com jornalistas.
Os preços do petróleo
no exterior estão operando perto de mínimas de 12 anos, com um
excedente de oferta afetando o mercado global, em meio a preocupações
com a desaceleração na economia da China.
Publicidade
</div>
<div id='passback-wb3db08d46c'></div>
Somente em 2016, as cotações do petróleo tipo Brent recuaram cerca de 20
por cento e estão cotados atualmente na casa dos 30 dólares por barril.
O banco Morgan Stanley alertou no começo desta semana que uma maior
desvalorização da moeda chinesa, o iuan, pode levar os preços do
petróleo a uma espiral de baixa para entre 20 e 25 dólares por barril.
"O que acontecerá com o petróleo, que pelo menos eu acho que desde o
final da década de 1990 até hoje ele nunca esteve aos níveis que alguns
bancos internacionais estão dizendo que ele vai chegar. Agora, se ele
vai chegar, eu não sei e ninguém sabe. Porque ninguém podia dizer no
final de 2014 que ele chegaria a 30 (dólares)", disse Dilma.
Segundo a presidente, todas as grandes produtoras de petróleo no mundo
estão preocupadas com os preços atuais da commodity, por inviabilizar a
produção em algumas áreas, o que não é o caso do pré-sal brasileiro.
Além de lidar com preços do petróleo em queda no mercado internacional, a
Petrobras possui a maior dívida detida por uma petroleira no mundo e
plano de investimentos ainda vultoso.
Executivos da Petrobras disseram, em conversa com analistas também nesta
sexta-feira, que a empresa não descarta ajuda do governo federal, mas
que isso não está em discussão no momento e seria a última opção,
segundo relato do Itaú BBA em nota a clientes obtida pela Reuters.
Ainda de acordo com a nota do Itaú BBA, a petroleira vê a posição
considerada mínima de caixa de 15 bilhões de dólares sendo alcançada em
meados de 2017 apenas considerando o pior cenário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário