São Paulo - Com um aporte de 120 milhões de euros, a
Azul será sócia minoritária da
TAP. O
investimento será feito junto com o grupo chinês HNA.
Juntos, a Azul, o grupo chinês e o consórcio Gateway, que venceu a
disputa pela privatização da portuguesa, terão 45% da TAP, mas ainda não
está claro qual será a fatia de cada uma delas.
Quando a TAP foi privatizada, em junho, o
consórcio Atlantic Gateway comprou 61% da companhia. O consórcio é formado pelos empresários Humberto Pedrosa, de Portugal, e David Neeleman, fundador da Azul.
O consórcio assumiu 1 bilhão de euros em dívidas e se comprometeu a
investir
338 milhões de euros. O governo ficou com 34% da participação e os
funcionários, 5%. Na época, Neeleman afirmou que a Azul não teria
participação na TAP, mas que poderia
buscar parcerias.
Já em fevereiro, o governo português recomprou 50% da
companhia portuguesa, retomando seu controle. Os funcionários continuam com 5%.
Hoje, a Azul entrou como uma das sócias da TAP, ao lado do grupo chinês HNA.
O aporte de 120 milhões de euros da Azul faz parte dos 338 milhões de
euros que o consórcio Atlantic Gateway se comprometeu a injetar na
empresa na ocasião da compra, em junho.
Parte desse valor, 23,7% para ser exato, será pago pelo grupo HNA, dono do quarto maior grupo de aviação da
China. É porque ele detém exatamente essa participação na Azul.
Em novembro, o
grupo chinês adquiriu 23,7% de participação na brasileira por 450 milhões de dólares, se tornando o maior acionista individual da Azul.
Em nota, a Azul confirmou a transação "em títulos da TAP e esclarece que
tal operação foi um requisito da negociação com o HNA Group ocorrida no
final de 2015". Esse requisito não havia sido detalhado antes.
Por meio desse aporte, o HNA terá indiretamente de 10% a 13% do capital da TAP.
No entanto, a mudança de controle não alterou os direitos econômicos de
cada parte. O governo português ficará com apenas 18,75% dos lucros da
TAP.
As fatias exatas das sócias privadas, o Gateway, HNA e Azul, na
companhia portuguesa ainda estão em discussão com o governo de Portugal.
A indefinição levou a TAP e a Agência Nacional de Aviação Civil de
Portugal a criarem um grupo de trabalho para esclarecer dúvidas.
Ao jornal português
Económico,
David Neeleman afirmou que o investimento prometido na TAP não está em
risco e que todas as decisões são tomadas junto aos sócios portugueses.
“Como tem investimento de fora e eles estão vendo a percentagem dos
benefícios econômicos, têm que esclarecer quem está controlando. Quando
separarmos a porcentagem que a Azul vai ter, os americanos e os
europeus, não tem dúvida nenhuma de quem está controlando são os
europeus”.