Waldemir Barreto/Agência Senado
Aécio Neves: a Moody's cortou a nota do País em dois graus, para Ba2, com perspectiva negativa
Igor Gadelha e Ricardo Brito, do Estadão Conteúdo
Brasília - Líderes de partidos da oposição na Câmara dos Deputados aproveitaram a perda do grau de investimento do Brasil pela Moody's, anunciada na manhã desta quarta-feira, 24, para criticar o governo.
Para opositores, o rebaixamento do País pela terceira grande agência de
classificação de risco reforça a necessidade de afastamento da
presidente Dilma Rousseff do cargo.
A Moody's cortou a nota do País em dois graus, para Ba2, com perspectiva negativa.
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No comunicado, a agência diz que a decisão foi motivada, entre outras
razões, pela "dinâmica política desafiadora", que continua a complicar
os esforços de consolidação fiscal do governo e a atrasar as chamadas
reformas estruturantes.
Para o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), a decisão mostra que o Brasil não tem perspectiva.
Para ele, o projeto da presidente Dilma Rousseff é se manter no poder e as agências percebem esse movimento.
"É o pior sinal possível e, ao contrário do que o PT gosta de afirmar, a
responsabilidade por mais esse rebaixamento é exclusivo do governo
brasileiro, dos inúmeros equívocos do governo do PT", disse Aécio, ao
destacar que a decisão não decorre de qualquer crise internacional
porque ela "não existe".
Para o tucano, mesmo em um presidencialismo forte como o brasileiro, o
Executivo não tem mais perspectiva de apresentar e aprovar no Congresso
uma agenda por não conseguir mobilizar sua base em favor de reformas
estruturantes.
Ele disse que a oposição continuará na mesma estratégia que vem
adotando, ou seja, se a matéria em debate for de interesse do País,
contará com seu apoio.
"Enquanto tivermos um governo sem autoridade, sem projeto, sem coragem
para enfrentar as questões estruturantes, o Brasil ficará no final da
fila como estamos vendo", criticou.
Na mesma linha, o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), afirmou que a
presidente Dilma fez o Brasil receber o selo de caloteiro.
"A superação dessa crise só se dará com a saída dela do governo", disse .
"Hoje ela não tem mais nenhuma credibilidade para aprovar um ajuste
fiscal no Congresso."
Para o parlamentar paranaense, só um novo governo, de aliança nacional, pode promover uma "virada" no País.
Para o líder do DEM, Pauderney Avelino (AM), o rebaixamento reflete a
situação "calamitosa" das contas públicas do Brasil, "destroçadas pelos
repetidos erros deste governo e pela gastança pré-eleitoral, quando os
petistas fizeram de tudo para poder se perpetuar no poder".
"Isso ratifica a percepção de que a situação fiscal do País é dramática.
Se Dilma continuar no poder, o País vai continuar ladeira abaixo".
O presidente do Solidariedade, deputado Paulinho da Força (SP), avaliou
que a crise institucional pela qual o Brasil passa é o principal motivo
do terceiro rebaixamento do País pela Moody's.
"A agência classifica o governo brasileiro como caloteiro, e é isso que
são mesmo. O PT está em crise institucional, com suas principais
lideranças políticas na cadeia", disse.
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