Mariana Desidério/Exame.com
Sede da Wayra, aceleradora de startups da Telefônica
São Paulo – Um lugar em que as paredes (pretas) servem de lousa para
registrar as mais novas ideias surgidas ali. Cada grupo trabalha em seu
espaço, mas não há salas fechadas, apenas algumas divisórias. Na
entrada, uma mesa de pingue-pongue para os empreendedores se
descontraírem. Mais ao fundo, uma rede para relaxar.
Esta é a nova sede da Wayra, a aceleradora de startups do Grupo Telefônica.
O espaço, que antes ficava afastado do centro da cidade, agora está
dentro do prédio da empresa, ao lado da estação Vergueiro do metrô, em
São Paulo. Deu para perceber que é um ambiente com cara de inovação.
“Gostaria que todos na Telefônica pudessem trabalhar num ambiente
assim”, afirmou o CEO da empresa, Amos Genish, durante a inauguração
nesta terça-feira. “Eu venho de Israel, que é um importante centro
tecnológico. Quando cheguei ao Brasil me perguntei: ‘o que falta para
ter mais startups aqui?’”, lembrou o executivo.
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A resposta, segundo Genish, é que falta incentivo e infraestrutura. “Um
Facebook ou um Google nunca vão surgir no Brasil sem o investimento
inicial e sem infraestrutura. E a Wayra é uma forma de a Telefônica dar
oportunidade para essas empresas com potencial se desenvolverem”,
concluiu.
5,8 milhões investidos
A aceleradora já investiu em 54 negócios no Brasil, num total de 5,8
milhões de reais. Cada startup selecionada recebe aporte de 200 mil
reais e fica um ano na Wayra, onde tem acesso a infraestrutura, recebe
mentorias e participa de rodadas com investidores. No mundo, já foram
mais de 600 startups apoiadas pela empresa através do Telefônica Open
Future, programa global da empresa para o empreendedorismo.
“Foi uma experiência muito útil. A gente precisava muito de um
desenvolvimento de negócio, e a Wayra nos permitiu fazer isso de forma
mais focada”, afirma Felipe Venetiglio, da startup Dujour, uma rede
social de moda. Além de amadurecer seu negócio, a Dujour saiu da
aceleração com uma parceria com a Vivo através do serviço Vivo Moda.
Em geral, os negócios que passam pela Wayra têm boa aceitação no
mercado, afirma Renato Valente, diretor do Telefônica Open Future no
Brasil. Ele mesmo já foi um empreendedor apoiado pela Wayra, com a
startup Ocapi, de marketing digital. “Em média, se a Wayra coloca 1 real
numa startup, o mercado coloca outros 5. Isso é uma super validação
para nós.”
Pré-aceleração
Agora, a ideia da Telefônica é dar apoio também a negócios que estejam
numa fase mais inicial de seu desenvolvimento. A empresa anunciou ontem o
início do projeto de crowdworking, de pré-aceleração de startups.
Através de parcerias, o objetivo é ter espaços para pré-aceleração em
vários lugares do país, não só nas grandes capitais.
A primeira sede será em Santa Rita do Sapucaí, em Minas Gerais, em
parceria com o Inatel (Instituto Nacional de Telecomunicações) e a
Ericsson. “Talento não escolhe lugar. Eu já rodei o país e vi muito
projeto bacana fora dos grandes centros. Para essas pessoas, é mais
difícil acessar investimento.
Então, se a gente conseguir de alguma
forma integrar essas pessoas numa rede, todo mundo tende a ganhar”,
afirma Valente.
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