Rodrigo Paiva/REUTERS
O marqueteiro João Santana desembarca com sua mulher Monica em Cumbica, São Paulo
Pedro Fonseca, da REUTERS
Rio de Janeiro - O marqueteiro João Santana desembarcou em São Paulo
nesta terça-feira de manhã vindo da República Dominicana e foi
imediatamente levado de avião pela Polícia Federal para Curitiba, onde ficará preso como parte da operação Lava Jato, disse um assessor do publicitário.
Santana, que trabalhou nas duas campanhas da presidente Dilma Rousseff e
na reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teve mandado
de prisão expedido como parte da 23ª fase da Lava Jato, deflagrada na
segunda-feira, por suspeita de ter recebido pagamentos milionários
ilegais no exterior provenientes do esquema de corrupção na Petrobras
por serviços prestados para campanhas eleitorais do PT no Brasil.
"Ele chegou em Garulhos, desembarcou por volta de 9h25, e já embarcou em
um jato da PF para Curitiba", disse por telefone o assessor Paulo
Figueiredo. Segundo Figueiredo, a PF não informou se pretende ouvir
Santana ainda nesta terça-feira. A mulher do publicitário, Mônica Moura,
que também teve mandado de prisão expedido, também foi levada pela PF
para o Paraná.
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De acordo com a acusação do Ministério Público Federal, Santana recebeu
7,5 milhões de dólares fora do país por parte da empreiteira Odebrecht e
do operador financeiro do esquema de corrupção na Petrobras Zwi
Skornicki. Segundo o MPF, há evidências de que a Odebrecht transferiu 3
milhões de dólares entre abril de 2012 e março de 2013 para conta não
declarada no exterior de Santana e da mulher, enquanto Skornicki efetuou
transferência no exterior de pelo menos 4,5 milhões de dólares entre
setembro de 2013 e novembro de 2014 para os publicitários, que à época
eram responsáveis pelo marketing de campanhas eleitorais do PT.
A prisão do marqueteiro tem potencial para complicar a situação da
presidente Dilma nas ações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que
pedem a cassação de seu mandato.
Além da prisão de Santana, a Justiça também determinou o bloqueio de
contas e investimentos bancários dele, de sua esposa, de Skornicki, que
foi preso na segunda, e de três empresas.
Em carta divulgada na segunda-feira para anunciar seu desligamento da
campanha de reeleição de Daniel Medina à Presidência da República
Dominicana após a deflagração da operação da PF, Santana disse que está
sendo perseguido e é alvo de acusações infundadas.
"Conhecendo o clima de perseguição que se vive hoje em dia em meu país,
não posso dizer que me tomou completamente de surpresa, mas ainda assim é
difícil acreditar", escreveu o publicitário.
Também alvo de mandado de prisão expedido na 23ª etapa da Lava Jato, o
diretor-presidente da construtora Odebrecht, Benedicto Barbosa da Silva
Junior, se entregou à Polícia Federal na segunda-feira, informou a
empresa nesta terça-feira.
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