Valter Campanato/Agência Brasil
José Eduardo Cardozo: o presidente do Solidariedade, deputado Paulo
Pereira da Silva (SP), acredita que há um processo de implosão do
partido da presidente Dilma Rousseff
Daiene Cardoso, do Estadão Conteúdo
Brasília - Representantes de partidos de oposição na Câmara criticaram a saída de José Eduardo Cardozo do Ministério da Justiça.
Para os oposicionistas, a pressão do PT tem como objetivo preservar figuras importantes da sigla que estão na mira da Operação Lava Jato e transformar a Polícia Federal em polícia política.
"No PT, a lógica é inversa: quem está atrás das grades ou na iminência
de parar lá é tratado como herói. Já quem se posiciona no sentido de
cumprir a lei, que parece ser o caso do atual ministro, é alvo de
pressões políticas para deixar o cargo. Ou seja, estamos diante de uma
ação do partido de Dilma para cortar a cabeça de Cardozo e transformar a
PF em um órgão político", comentou o líder do PPS, deputado Rubens
Bueno (PR).
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Por meio de nota, Bueno ressaltou que a saída de Cardozo ocorre às
vésperas do depoimento da família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva ao Ministério Público, quando devem dar explicações sobre o
apartamento tríplex no Guarujá, litoral sul de São Paulo, e o sítio de
Atibaia, no interior de São Paulo.
"A sociedade deve ficar atentar a uma possível mexida de cadeiras na
Esplanada com o objetivo de tentar amenizar a situação daqueles que
estão enrolados nas principais operações de investigação em curso. É
preciso lembrar que a Polícia Federal, que vem realizando um trabalho
sério nesta área, não poderá sofrer qualquer revés, a partir de
ingerências políticas", acrescentou Bueno.
O presidente do Solidariedade, deputado Paulo Pereira da Silva (SP),
acredita que há um processo de implosão do partido da presidente Dilma
Rousseff.
"No PT, as coisas funcionam assim: Aos que não cumprem a ordem do rei,
forca! É possível que o ministro não tenha aguentado a pressão da ala do
PT, simpatizante de Lula, para que o partido tenha mais influência
sobre a Polícia Federal e trabalhe para inocentar Lula", resumiu.
Paulinho da Força, como é conhecido, disse que a mudança na Esplanada
pode impulsionar o processo de impeachment. "A oposição está vigilante a
mais uma manobra criminosa do PT.
Se Dilma permitir isso, o impeachment ganha mais força. Não vamos
aceitar que um partido político trabalhe para livrar o Lula e a Dilma",
afirmou em nota.
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