Brendan McDermid/REUTERS
Standard & Poor's: "Na nossa visão, as previsões da agência ainda são muito otimistas a despeito das revisões para baixo"
Fernando Nakagawa, do Estadão Conteúdo
Londres - O banco Credit Suisse acredita que o Brasil deve sofrer novo rebaixamento da agência de classificação de risco Standard & Poor's no segundo semestre de 2016.
Com a piora prevista para acontecer na segunda metade do ano, a nota do
Brasil cairia do novo "BB" para "BB-", o que colocaria o Brasil com a
mesma nota atribuída a Bangladesh e Suriname.
"Nós agora esperamos que a S&P rebaixe o País para BB- no segundo
semestre. Na nossa visão, as previsões da agência ainda são muito
otimistas a despeito das revisões para baixo", dizem os analistas da
casa.
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O banco dá como exemplo a previsão da S&P de que haverá recessão de
3% em 2016 e crescimento da economia brasileira de 1% em 2017. Para o
Credit Suisse, "há grande chance" de que o Produto Interno Bruto frustre
a previsão da agência nos dois anos.
Ao mesmo tempo, os analistas notam que a recente dinâmica da arrecadação
e a baixa probabilidade de que medidas sejam aprovadas pelo Congresso
sugerem que os resultados fiscais seguirão fracos neste e nos próximos
anos.
"Além disso, a recente ação da S&P, com um curto período entre
revisões de rating, é compatível com novo downgrade antes do fim de
2016".
Os analistas do Credit Suisse notam que alguns fatores poderão
desencadear a nova piora da nota, como revisões adicionais para baixo do
PIB, mudança da orientação política rumo a um quadro mais relaxado na
frente fiscal e monetária ou a deterioração da relação entre Executivo e
Legislativo em meio ao processo de impeachment da presidente Dilma
Rousseff.
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