Victor Moriyama/Getty Images
Torcedora assiste a goleada da Alemanha contra o Brasil durante a semifinal da Copa do Mundo, no Mineirão
São Paulo - Inflação e desemprego: quando a economia vai mal, são estes os números que atingem em cheio a vida dos cidadãos.
Foi isso que levou o economista americano Arthur Okon, nos anos 60, a
juntar as duas taxas para criar o "índice de infelicidade" (misery
index, em inglês).
De acordo com um levantamento da Bloomberg com previsões para 63 países, o Brasil vai subir duas posições e ficar em 9º no ranking mundial dos países mais infelizes na economia em 2016.
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A Venezuela lidera com uma taxa de 159,7 (soma da inflação de 152% com
desemprego de 7,7%), seguido de longe pela Argentina com um número
quatro vezes menor (39,9, também mais dominada pela inflação do que pelo
desemprego).
Veja a tabela com os números:
Índice em 2016 (projeção) | Ranking 2016 | Índice em 2015 (real) | Ranking 2015 | |
---|---|---|---|---|
Venezuela | 159,7 | 1 | 105,1 | 1 |
Argentina | 39,9 | 2 | 22,1 | 5 |
África do Sul | 32 | 3 | 30,2 | 3 |
Grécia | 27 | 4 | 23,4 | 4 |
Ucrânia | 26,3 | 5 | 57,8 | 2 |
Espanha | 21,2 | 6 | 21,6 | 6 |
Sérvia | 20,9 | 7 | não estava | |
Turquia | 18,8 | 8 | 17,9 | 8 |
Brasil | 16,8 | 9 | 15,8 | 11 |
Cazaquistão | 16,7 | 10 | 17,3 | 9 |
O Brasil fechou 2015 com inflação de 10,67%, a maior desde 2002, e a previsão do Boletim Focus para 2016 é de 7,26%.
Já o desemprego ficou na média em 6,8%, o maior desde 2009, e deve continuar subindo neste ano de acordo com especialistas.
Índice ampliado
Também nesta semana o instituto americano Cato divulgou os números referentes a 2015 a partir de uma versão ampliada do "índice de infelicidade" criada por Roberto Barro, um economista de Harvard.
Steve H. Hanke, da Johns Hopkins University, inclui não apenas inflação e
desemprego mas também as taxas de empréstimos bancários e o crescimento
real do PIB (positivo ou negativo).
Novamente, o Brasil se sai mal com a terceira posição mundial (67,8),
atrás de Venezuela (214,9) e Ucrânia (82,7) e na frente de Argentina
(60) e África do Sul (40).
Veja os 7 mais altos na lista:
1. Venezuela: 214,9
2. Ucrânia: 82,7
3. Brasil: 67,8
4. Argentina: 60
5. África do Sul: 40
6. Rússia: 37,4
7. Irã: 36,7
Estudos já mostraram uma correlação forte entre o índice de infelicidade
original de Okon e a popularidade de presidentes. Um trabalho de Chor
Foon Tang e Hooi Hooi Lean encontrou uma relação também com aumento da
criminalidade.
Em 2001, Rafael Di Tella, Robert J. MacCulloch e Andrew J. Oswald se
basearam em pesquisas de felicidade em 12 países europeus e os EUA para
concluir que as pessoas se incomodam mais com o desemprego do que com a
inflação.
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