Yuri Gripas/Reuters
Christine Lagarde: cenário inclui "o risco de desigualdades crescentes, de protecionismo e de populismo"
AFP/Arquivos, da AFP
A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde,
expressou, nesta quinta-feira, seu temor ante a possibilidade de que
uma desaceleração no crescimento de países emergentes gere desigualdade,
protecionismo e populismo.
Durante um discurso na Universidade de Maryland, Lagarde disse que, em
um cenário marcado pelo freio da China e a queda dos preços de
commodities, os emergentes se encontram ante a uma "nova e dura
realidade".
"As taxas de crescimento são baixas, os fluxos de capital foram
invertidos e as perspectivas de médio prazo se deterioraram
consideravelmente", disse a diretora do FMI, de acordo com a transcrição
distribuída à imprensa.
A China registrou, em 2015, seu menor crescimento dos últimos 25 anos, enquanto Brasil e Rússia se encontram em recessão.
Os níveis de rendas dos países ricos e dos emergentes deverão adotar,
antes do esperado, uma tendência em consonância com as previsões do FMI
de dez anos atrás, disse Lagarde.
"Isto quer dizer que milhões de pobres consideram mais difícil sair
desta situação. E integrantes das novas classes médias não têm suas
expectativas atendidas", destacou.
Além das consequências econômicas, este cenário inclui "o risco de desigualdades crescentes, de protecionismo e de populismo".
Para sair desta fase de crescimento frágil, Lagarde aconselhou aos
países exportadores de matérias-primas racionalizar seus gastos e
diversificar suas rendas para que os ajustes orçamentários se tornem
"menos dolorosos".
Para impulsionar a atividade econômica, ela defendeu "maiores esforços"
para reforçar os laços comerciais mediante acordos regionais.
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