Andressa Anholete / AFP
Dilma Rousseff: a cúpula do PT decidiu incluir, na lista de propostas
para sair da crise, a criação de um Fundo Nacional de Reforma Agrária
Rio de Janeiro - O PT
aprovou nesta sexta-feira, 26, em reunião do Diretório Nacional, um
plano econômico paralelo, intitulado Programa Nacional de Emergência,
que propõe o uso de parte das reservas internacionais para a criação de
um Fundo de Desenvolvimento e Emprego, destinado a obras de
infraestrutura, saneamento e habitação.
O programa deixa claro o distanciamento do PT em relação ao governo da
presidente Dilma Rousseff, propondo um novo eixo para o segundo mandato.
O texto lembra como o governo Lula saiu da crise em 2008-2009 e destaca a necessidade de "dobrar a aposta" na solução adotada naquele período.
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A cúpula do PT decidiu incluir, na lista de propostas para sair da crise, a criação de um Fundo Nacional de Reforma Agrária.
"Estamos propondo um fundo com dinheiro do Incra. Com isso resolvemos o
problema da reforma agrária no Brasil", disse o deputado Sibá Machado
(PT-AC).
Entre as medidas sugeridas para enfrentar o cenário adverso estão também
a redução da taxa básica de juros (Selic), a correção da tabela de
Imposto de Renda - com adoção de alíquotas mais altas e um teto de
isenção superior ao atual -, o reajuste de 20% nos valores do Bolsa
Família e a tributação de lucros e dividendos.
Constam ainda do programa do PT propostas como a adoção do imposto sobre
grandes fortunas e de um regime progressivo para o Imposto Territorial
Rural sobre propriedades produtivas.
Um dos poucos pontos de consenso entre o PT e o governo Dilma é o
projeto de recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação
Financeira (CPMF).
"Qual o problema de ter opinião divergente da do governo? O próprio PMDB
não apresentou um plano econômico?", perguntou Jorge Coelho, um dos
vice-presidentes do PT, numa referência ao documento do PMDB intitulado
Uma Ponte para o Futuro.
"Nós temos que ter opinião, não podemos só apoiar tudo. Queremos mudança
na política econômica, por exemplo. No pré-sal também temos opinião
diferente."
Na noite de quarta-feira, o Senado aprovou projeto do senador José Serra
(PSDB-SP), que desobriga a Petrobras de ser a operadora única e ter
participação mínima de 30% na exploração da camada do pré-sal.
O governo negociou a votação dessa proposta em termos que contrariaram o PT.
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