Wikimedia Commons/EXAME.com
Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda e deputado federal
São Paulo - Para Delfim Netto, a Operação Lava Jato é inconveniente no curto prazo mas vai aumentar o potencial de crescimento do país.
"A Lava Lato é um ponto de inflexão na história do Brasil. Pode ter
causado uma perturbação aqui e ali, mas daqui 5 anos o Brasil vai ter
condições de crescer 1 a mais por centro por ano por causa dela"..
A declaração foi dada em resposta a uma pergunta da plateia durante o
evento "Rumos da Economia", promovido pela RedeTV! na manhã desta
terça-feira no hotel Renaissance em São Paulo.
Publicidade
</div>
<div id='passback-wb7100ec26f'></div>
"[A Lava Jato] é um momento inconveniente, de dificuldades, mas tem em
si a semente do crescimento melhor", disse o ex-ministro da Fazenda, de
87 anos.
É algo parecido com o que disse recentemente Dani Rodrik,
professor de economia política na Universidade de Harvard e um dos
economistas mais influentes do mundo, em um debate no Mercatus Center.
"Quando você olha para o que está acontecendo, por um lado é chocante
que haja uma corrupção tão generalizada na Petrobras e que parece ter
chegado até lá em cima. Por outro lado, quando você olha como eles
lidaram com a situação, é incrivelmente impressionante. É algo que mesmo
em um país avançado você não imaginaria acontecer: todos esses
promotores e juízes de fato seguindo o Estado de Direito".
Rodrik disse que isso mostra a formação de um senso real de
responsabilização e que o Brasil era o país mais subestimado pelos
investidores atualmente:
"Eu apostaria no longo prazo no Brasil (...) Pelo menos vocês estão
lidando com essas coisas. Estão tentando superá-las. Talvez não seja 5
anos... talvez vocês descubrem outras coisas acontecendo. Mas minha
recomendação é que vocês se orgulhem de ter um sistema que está de fato
tentando limpar as coisas. Isso é realmente raro. Não está acontecendo
na Turquia. Não está acontecendo na Tailândia.
Não está acontecendo na
maior parte dos países em desenvolvimento que eu conheço. Neste sentido,
o Brasil é exemplar".
A Operação Lava Jato começou ontem sua 23a fase, a Operação
Acaraje, com foco no marqueteiro João Santana, que voltou hoje da
República Dominicana e foi levado para Curitiba onde ficará preso pela
Polícia Federal.
Santana trabalhou nas duas campanhas da presidente Dilma Rousseff e na
reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e está sob suspeita
de ter recebido pagamentos milionários ilegais no exterior provenientes
do esquema de corrupção na Petrobras por serviços prestados para
campanhas eleitorais do PT no Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário