Em Carta Aberta divulgada hoje, 5, na sua página pessoal no Facebook, o Conselheiro Federal pela OAB-CE, advogado Valmir Pontes Filho, pede a presidente Dilma renuncie ao seu mandato, afirmando que “Por muito menos, já que auxiliares diretos seus foram acusados de crimes (de pequena monta, comparados aos atuais), Getúlio Vargas cometeu um gesto insano, radical e rigorosamente condenável pelas Leis de Deus. Não estou, portanto, nem de longe a sugerir que a Sra. faça o que ele fez! Tal caminho, como espírita que sou, é o inadmissível. Mas, por favor, RENUNCIE, é o que lhe rogo…”
Alerta
que “caso um novo processo de impeachment seja deflagrado, sinto que isto seria
terrivelmente desgastante”, pedindo-lhe por este motivo, que “num gesto heroico
e de humildade, RENUNCIE”, pois assegura, ela “não foi talhada para o cargo que
ocupa.” E conclui: “Se a Sra. foi legitimamente eleita, lembre-se que
legitimidade tanto se conquista como se perde. Tanto que, em algumas democracias,
existe o recall. Haverá, de certo, quem cuide melhor do Brasil do que a
senhora.”
Leia na
íntegra o texto da Carta Aberta
“SENHORA
PRESIDENTE
Valmir
Pontes Filho
Advogado
Advogado
É
absolutamente inegável que a desastrada política econômica adotada por V. Exa.,
ainda que em parte “herdada” do seu antecessor, “quebrou” o Tesouro Nacional,
fazendo retornar o nosso País a uma era que todos julgávamos ultrapassada de
vez: a da recessão com inflação, a do desemprego, a da falta de confiança dos
investidores internos e externos. Apostas indevidas, senão irresponsáveis (a
depender do que apurado for), dos órgãos paraestatais de financiamento,
inclusive do BNDES e da CAIXA, deixaram o Brasil empobrecido e desgastado, isto
sem falar na utilização (supostamente) errônea das chamadas “pedaladas
fiscais”, fato a proximamente confirmado (ou não) pelo Tribunal de Contas da
União.
Agora
chega aos brasileiros a informação que o déficit nas contas públicas quase
chegou na casa dos dois bilhões de reais. Espantoso, isto, a provar que Governo
Federal gastou o que não tinha. A brutal retração da economia, dentre todos os
malefícios que causa, produz, como já dito, o mais cruel deles: o desemprego.
Parafraseando o poeta, Sra. Presidente, o homem, sem o seu trabalho, não tem honra…
e sem honra, não dá para ser feliz.
Os juros
estão na órbita de Plutão e, de certo, serão detectados pela sonda americana
que lá se encontra. Os cobrados pelos cartões de crédito em um ano, por
exemplo, só seriam compensados pelos depósitos em poupança depois de 22 anos
(foi o que ouvi de um respeitado economista). Não há crédito para nada, seja
para comprar um liquidificador (coisa antiga, não é?), seja para máquinas
agrícolas ou industriais. E os que existem são restritos e caríssimos. Vivemos
o pior dos cenários, qual o da estagflação.
O Brasil,
por obra e graça de um evidente despreparo governativo, restou desmoralizado
perante o mundo, quando deixou às escâncaras que sua maior empresa – a
Petrobrás (só ela?) – foi dirigida (ou continua a ser?) – por gente capaz das
práticas de corrupção mais pérfidas já imaginadas. Montanhas de dinheiro, que a
massa ignara, mas trabalhadora, jamais conseguiria “escalar”, mesmo que à custa
de muito suor, foram destinadas às contas pessoais de alguns energúmenos, tanto
aqui e como alhures. Receberam indevidamente, esses marginais, não só dinheiro,
mas até obras de arte, automóveis de luxo e imóveis. E a Sra., que foi
Presidente do Conselho de Administração da Petrobrás, que depois virou Ministra
da área e, finalmente, virou Presidente (com “E” no final, faço questão de
frisar) da República, de nada sabia?. Onde, enfim, a sua outrora decantada
capacidade gerencial?
Os
Estados e Municípios, privados da participação (constitucionalmente assegurada)
na arrecadação tributária da União (que se vale de artifícios vedados pela CF
para tanto, ao arranjar contribuições que não se enquadrem na categoria de
impostos), ficam impossibilitados de sobreviver. O caso do Rio Grande do Sul,
Presidente, é apenas a ponta de um imenso iceberg. Ao invés de se concluir a
transposição de águas para o Nordeste, às voltas com uma cruel estiagem de
quatro anos, o Brasil constrói um porto em Cuba. Inadmissível, isto!
Na
elevada condição em que se encontra V. Exa., a Sra. permitiu o inchaço
desmurado da máquina administrativa federal, com a criação de Ministérios (ou
de “Secretarias” como mesmo status), como os coelhos se reproduzem, tudo para
acomodar os integrantes do seu partido em cargos comissionados (ou “de
direção”, nos quais apenas deviam estar os motoristas).
Permitiu
que seu execrável (na minha humilde opinião) antecessor (em quem
desgraçadamente cheguei a votar) continuasse a ter formidável influência no
governo, por si ou por seus (ou suas) ajudantes, embora se trate ele de um
homem que assumiu a mentira como algo intrínseco à sua personalidade e, quem
sabe, às suas próprias moléculas orgânicas. Um dos seus maiores méritos, pelo
que soube pela imprensa, é ter ensinado seu filho a ser um “fenômeno” (que o
Ronaldo, o genuíno, me perdoe pelo uso da expressão).
Por muito
menos, já que auxiliares diretos seus foram acusados de crimes (de pequena
monta, comparados aos atuais), Getúlio Vargas cometeu um gesto insano, radical
e rigorosamente condenável pelas Leis de Deus. Não estou, portanto, nem de longe
a sugerir que a Sra. faça o que ele fez! Tal caminho, como espírita que sou, é
o inadmissível. Mas, por favor, RENUNCIE, é o que lhe rogo como reles cearense
e, portanto, cidadão de terceira categoria deste País (ao qual tanto amo)
.
O Brasil já passou (tenho 64 anos e, portanto, vivenciei sofridamente alguns deles), e continuo a passar, por momentos tão difíceis que, caso um novo processo de impeachment seja deflagrado, sinto que isto seria terrivelmente desgastante. Ninguém, estou certo, quer esse cenário. Nem deseja, garanto-lhe, o seu mal. Todos querem, inclusive eu, que a Sra. seja feliz ao lado de sua filha, seu neto e demais familiares, a cuidar do seu próprio e do destino deles. Repito: num gesto heroico e de humildade, RENUNCIE. Desculpe-me a franqueza, mas a Sra. não foi talhada para o cargo que ocupa. Notadamente quando me lembro de Juscelino ou de Tancredo, por exemplo.
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O Brasil já passou (tenho 64 anos e, portanto, vivenciei sofridamente alguns deles), e continuo a passar, por momentos tão difíceis que, caso um novo processo de impeachment seja deflagrado, sinto que isto seria terrivelmente desgastante. Ninguém, estou certo, quer esse cenário. Nem deseja, garanto-lhe, o seu mal. Todos querem, inclusive eu, que a Sra. seja feliz ao lado de sua filha, seu neto e demais familiares, a cuidar do seu próprio e do destino deles. Repito: num gesto heroico e de humildade, RENUNCIE. Desculpe-me a franqueza, mas a Sra. não foi talhada para o cargo que ocupa. Notadamente quando me lembro de Juscelino ou de Tancredo, por exemplo.
Se a Sra.
foi legitimamente eleita, lembre-se que legitimidade tanto se conquista como se
perde.
Tanto que, em algumas democracias, existe o recall. Haverá, de certo,
quem cuide melhor do Brasil do que a senhora. É isto o que tinha, desesperada,
mas respeitosamente, a lhe dizer.
Que Deus lhe ilumine.
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