Os últimos anos não têm sido fáceis para o brasileiro que procura o mercado de capitais para investir. Mesmo assim, aplicar na bolsa pode ser uma estratégia interessante para quem busca uma aposentadoria tranquila. Warren Buffett, que é o maior investidor da atualidade, é um famoso defensor do “buy and hold”, que consiste em comprar algumas ações de boas empresas e mantê-las em carteira por décadas, fugindo de flutuações temporárias e captando uma tendência de forte alta no longo prazo. No entanto, quais seriam, no Brasil, as ações mais indicadas para deixar na carteira e esquecê-las até o momento de largar o batente? Flávio Conde, analista da consultoria de investimentos WhatsCall, lista três ações que se encaixam nesse perfil.
A primeira delas é o papel da catarinense Brasil Foods (foto). O especialista atesta que a BRF ainda não é tão internacionalizada quanto outras empresas e que tem uma estrada de penetração em mercados bastante importante. Isso traz, também, uma enorme perspectiva de crescimento. “Com as pessoas saindo da linha da pobreza, principalmente na China e no continente africano, e se mudando do campo para a cidade, uma das primeiras coisas a melhorar é a alimentação e, então, a companhia tem muito espaço para crescer”, diagnostica Conde. Além disso, o preço do papel está muito convidativo atualmente.
Itaú e Ambev
Outra ação indicada por Conde é a do Itaú Unibanco. A companhia é elogiada pelo analista em vários aspectos: o primeiro deles é o setor e seu posicionamento de forte rentabilidade na área bancária, que já é bastante rentável por si. Conde ainda comenta que a gestão da companhia passa bastante segurança para o investidor. “O foco do Itaú na estratégia on-line é estratégico. Faz muito mais sentido investir com força nisso do que em mais agências bancárias para uma rede que já é bastante consolidada”, relata o analista. Outro ponto positivo apontado por Conde é que o papel do banco se encontra com um P/L [Preço sobre Lucro] bastante atrativo hoje.
Outra recomendação de Conde é a Ambev. Ele explica que, no longo prazo, a fabricante de bebidas se tornará a maior empresa de cerveja do mundo. Além disso, a companhia comercializa um produto que é mais resistente a qualquer tipo de crise. “A maioria das pessoas não param de tomar cerveja quando estão com menos dinheiro”, revela o analista. Outro ponto positivo é a diversificação de marcas, produtos e países. Isso permite que a empresa tenha uma lucratividade maior em diferentes cenários. Em relação ao valuation do papel, Conde relata que não é uma ação que esteja “barata” no momento, mas, mesmo assim, compensa tê-la em carteira.