segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Foxconn recebe nova lista com US$2,6 bi em passivos da Sharp


Reprodução
Sharp
Sharp: lista enviada à Foxconn incluiu dívidas potenciais não reveladas antes que levaram ao adiamento do acordo
 
Da REUTERS


TÓQUIO - A lista de passivos da Sharp que levou a Foxconn a suspender a assinatura de um acordo de aquisição foi um estudo não verificado do pior cenário de riscos, em vez de passivos que exijam divulgação, disse uma fonte informada sobre o assunto.

A lista enviada à Foxconn na quarta-feira incluiu dívidas potenciais não reveladas antes de cerca de 2,6 bilhões de dólares, o que levou o fundador da Foxconn Terry Gou a adiar a assinatura do acordo de cerca de 5,8 bilhões, disseram fontes.

Altos funcionários da Sharp não examinaram a lista e não tinham planejado compartilhar com a Foxconn, disse a fonte à Reuters neste sábado, recusando-se a ser identificada por causa da sensibilidade do assunto.
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Os itens incluem eventos ou riscos improváveis e a quantidade era muito maior do que passivos contingentes que exigem a divulgação, acrescentou a fonte sem dar mais detalhes.
A Sharp não quis comentar.

Foxconn concordou com a Sharp na sexta-feira em estender um prazo para as negociações de aquisição por uma ou duas semanas para além termo previsto de segunda-feira, disse outra fonte.

Se Sharp e Foxconn chegarem a acordo, seria a maior compra de uma empresa japonesa de tecnologia por uma estrangeira. (Reportagem de Makiko Yamazaki e Taro Fuse)

China financiará Petrobras com US$ 10 bi para fornecimento




Ueslei Marcelino/Reuters
Petrobras, tanque da Petrobras
Petrobras: o novo contrato prevê um acordo comercial mediante o qual a Petrobras fornecerá petróleo a companhias chinesas
 
Da EFE


São Paulo - A Petrobras e o Banco de Desenvolvimento da China (CDB, por sua sigla em inglês) assinaram nesta segunda-feira um termo de compromisso que prevê o financiamento de US$ 10 bilhões em troca do fornecimento de petróleo a empresas chinesas, informou a companhia brasileira.

O documento faz parte do acordo de cooperação assinado no ano passado pela empresa brasileira e a entidade estatal de fomento para implementar durante 2015 e 2016 uma aliança entre ambas as instituições, anunciou a Petrobras em comunicado dirigido ao mercado.

O novo contrato, cujo minuta ainda está sendo negociada, prevê um acordo comercial mediante o qual a Petrobras fornecerá petróleo a companhias chinesas em condições "similares" às estipuladas em 2009, quando os governos de ambos países pactuaram 160 mil barris de petróleo diários.
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A Petrobras Global Trading BV-PGT, subsidiária da estatal, e o CDB tinham assinado em abril seu primeiro contrato de financiamento no valor de US$ 3,5 bilhões.

Cardozo deve assumir Advocacia-Geral da União, diz fonte




Valter Campanato/Agência Brasil
“O ministro da Justiça não tem esse poder. É crime”, explicou José Eduardo Cardozo na CPI da Petrobras
José Eduardo Cardozo: Cardozo deixa o Ministério da Justiça em meio a pressões e críticas aos rumos das investigações da Polícia Federal
 
Da REUTERS


Brasília - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, vai assumir a Advocacia-Geral da União (AGU) após deixar o cargo que ocupa atualmente, informou uma fonte do Palácio do Planalto nesta segunda-feira.

Cardozo deixa o Ministério da Justiça em meio a pressões e críticas aos rumos das investigações da Polícia Federal, subordinada à pasta, especialmente às relativas à operação Lava Jato.

Ele será substituído pelo procurador-geral-adjunto do Ministério Público da Bahia, Wellington César Lima e Silva

Oposicionistas criticam saída de Cardozo e veem ameaça à PF




Valter Campanato/Agência Brasil
"Se fosse para falar da Lava Jato, teríamos de tratar com o ministro Teori Zavaski”, disse José Eduardo Cardozo na CPI da Petrobras
José Eduardo Cardozo: o presidente do Solidariedade, deputado Paulo Pereira da Silva (SP), acredita que há um processo de implosão do partido da presidente Dilma Rousseff
 
Daiene Cardoso, do Estadão Conteúdo

Brasília - Representantes de partidos de oposição na Câmara criticaram a saída de José Eduardo Cardozo do Ministério da Justiça.

Para os oposicionistas, a pressão do PT tem como objetivo preservar figuras importantes da sigla que estão na mira da Operação Lava Jato e transformar a Polícia Federal em polícia política.

"No PT, a lógica é inversa: quem está atrás das grades ou na iminência de parar lá é tratado como herói. Já quem se posiciona no sentido de cumprir a lei, que parece ser o caso do atual ministro, é alvo de pressões políticas para deixar o cargo. Ou seja, estamos diante de uma ação do partido de Dilma para cortar a cabeça de Cardozo e transformar a PF em um órgão político", comentou o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR).
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Por meio de nota, Bueno ressaltou que a saída de Cardozo ocorre às vésperas do depoimento da família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Ministério Público, quando devem dar explicações sobre o apartamento tríplex no Guarujá, litoral sul de São Paulo, e o sítio de Atibaia, no interior de São Paulo.

"A sociedade deve ficar atentar a uma possível mexida de cadeiras na Esplanada com o objetivo de tentar amenizar a situação daqueles que estão enrolados nas principais operações de investigação em curso. É preciso lembrar que a Polícia Federal, que vem realizando um trabalho sério nesta área, não poderá sofrer qualquer revés, a partir de ingerências políticas", acrescentou Bueno.

O presidente do Solidariedade, deputado Paulo Pereira da Silva (SP), acredita que há um processo de implosão do partido da presidente Dilma Rousseff.

"No PT, as coisas funcionam assim: Aos que não cumprem a ordem do rei, forca! É possível que o ministro não tenha aguentado a pressão da ala do PT, simpatizante de Lula, para que o partido tenha mais influência sobre a Polícia Federal e trabalhe para inocentar Lula", resumiu.

Paulinho da Força, como é conhecido, disse que a mudança na Esplanada pode impulsionar o processo de impeachment. "A oposição está vigilante a mais uma manobra criminosa do PT.

Se Dilma permitir isso, o impeachment ganha mais força. Não vamos aceitar que um partido político trabalhe para livrar o Lula e a Dilma", afirmou em nota.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Sumitomo comprará até 20% da Cosan Biomassa por até R$ 70 mi


Nelson Almeida/AFP
Cosan (CSAN3)
Trabalhador corta cana em fazenda do grupo Cosan: a Cosan Biomassa foi criada em 2010 para produção de pelletes de biomassa de cana-de-açúcar
 
Da REUTERS


São Paulo - A Cosan fechou acordo de investimento com a Sumitomo Corporation pelo qual a companhia japonesa investirá até 70 milhões de reais por uma fatia de até 20 por cento do capital da Cosan Biomassa, segundo comunicado ao mercado nesta sexta-feira.

A Cosan Biomassa foi criada em 2010 para produção de pelletes de biomassa de cana-de-açúcar para geração de energia elétrica e possui uma planta em Jaú, no interior de São Paulo, que entrou em operação em 2015, segundo a Cosan.

PT aprova plano econômico paralelo ao do governo Dilma


Andressa Anholete / AFP
Presidente Dilma Rousseff durante reunião em Brasília, dia 28/01/2016
Dilma Rousseff: a cúpula do PT decidiu incluir, na lista de propostas para sair da crise, a criação de um Fundo Nacional de Reforma Agrária
 
Vera Rosa, do Estadão Conteúdo
 
Ricardo Galhardo e Luciana Nunes Leal, do Estadão Conteúdo

Rio de Janeiro - O PT aprovou nesta sexta-feira, 26, em reunião do Diretório Nacional, um plano econômico paralelo, intitulado Programa Nacional de Emergência, que propõe o uso de parte das reservas internacionais para a criação de um Fundo de Desenvolvimento e Emprego, destinado a obras de infraestrutura, saneamento e habitação.

O programa deixa claro o distanciamento do PT em relação ao governo da presidente Dilma Rousseff, propondo um novo eixo para o segundo mandato.

O texto lembra como o governo Lula saiu da crise em 2008-2009 e destaca a necessidade de "dobrar a aposta" na solução adotada naquele período.
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A cúpula do PT decidiu incluir, na lista de propostas para sair da crise, a criação de um Fundo Nacional de Reforma Agrária.

"Estamos propondo um fundo com dinheiro do Incra. Com isso resolvemos o problema da reforma agrária no Brasil", disse o deputado Sibá Machado (PT-AC).

Entre as medidas sugeridas para enfrentar o cenário adverso estão também a redução da taxa básica de juros (Selic), a correção da tabela de Imposto de Renda - com adoção de alíquotas mais altas e um teto de isenção superior ao atual -, o reajuste de 20% nos valores do Bolsa Família e a tributação de lucros e dividendos.

Constam ainda do programa do PT propostas como a adoção do imposto sobre grandes fortunas e de um regime progressivo para o Imposto Territorial Rural sobre propriedades produtivas.

Um dos poucos pontos de consenso entre o PT e o governo Dilma é o projeto de recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

"Qual o problema de ter opinião divergente da do governo? O próprio PMDB não apresentou um plano econômico?", perguntou Jorge Coelho, um dos vice-presidentes do PT, numa referência ao documento do PMDB intitulado Uma Ponte para o Futuro.

"Nós temos que ter opinião, não podemos só apoiar tudo. Queremos mudança na política econômica, por exemplo. No pré-sal também temos opinião diferente."

Na noite de quarta-feira, o Senado aprovou projeto do senador José Serra (PSDB-SP), que desobriga a Petrobras de ser a operadora única e ter participação mínima de 30% na exploração da camada do pré-sal.

O governo negociou a votação dessa proposta em termos que contrariaram o PT.

3 momentos em que a Lava Jato foi além da Petrobras



Arquivo/Agência Brasil
Polícia Federal
 
 
 
 
São Paulo – Não é de hoje que a Operação Lava Jato tem revelado quer o esquema de corrupção que envolve políticos e funcionários públicos vai muito além dos limites da Petrobras. Prova disso é a fase deflagrada hoje pela Polícia Federal (PF).

Batizada de “O Recebedor”, a operação desta sexta revela que pagamentos de propina foram feitos para a construção das ferrovias Norte-Sul e Integração Leste-Oeste.

Em suma, o rumo das investigações da polícia aponta para um caminho de corrupção generalizada, em que o esquema de fraudes em estatais tenha sido apenas o ponto de partida – ou a ponta do iceberg.

No ano passado, o próprio juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos e ações penais da Lava Jato, chegou a dizer que todo o esquema de fraude à licitação e propina “vai muito além da Petrobras”. 

Abaixo, você vê alguns dos desdobramentos da operação Lava Jato.
 

Operação “O Recebedor”
Manoel Marques/Veja
Ferrovia Norte-Sul

Hoje, os agentes da PF cumpriram 44 mandados de busca e apreensão e sete de condução coercitiva nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Maranhão, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal e Paraná. 

Só em Goiás, o desvio detectado foi superior a 630 milhões de reais para a construção de alguns trechos da Ferrovia Norte-Sul. 

De acordo com a PF, o dinheiro ilício para a construção da ferrovia foi obtido em um esquema de lavagem de dinheiro por meio do superfaturamento de obras públicas. 

Além disso, a investigação constatou que as empreiteiras faziam pagamentos regulares a um escritório de advocacia por meio de contratos simulados que serviam como fachada para maquiar o dinheiro ilício proveniente das fraudes.
 

Operação Crátons

Reprodução/Youtube
Índios em Rondônia

No dia 8 de dezembro do ano passado, a PF constatou que uma organização criminosa (composta por empresários, advogados e indígenas)  financiava  o  comércio  e  a exploração  ilegal de diamantes no “Garimpo Lange, terra de posse exclusiva da etnia dos índios cinta-larga, em Rondônia.

As investigações da Polícia partiram de informações sobre a atuação de Carlos Habib Chater, o primeiro doleiro preso da Lava Jato, em março de 2014.

Ao menos 200 agentes foram responsáveis por cumprir os 90 mandados judiciais nos estados de Rondônia, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia, Mato Grosso e Pará.
 
Operação Radioatividade
INFO
Obras da usina Angra 3, no RJ

Obras de Angra 3: usina deverá usar 70% de material nacional para a construção

A Radioatividade foi outra operação braço da Lava Jato que acendeu uma luz aos olhos da PF. 

Em julho de 2015, as investigações chegaram à Eletronuclear, estatal controlada pela Eletrobras que é quem cuida da energia nuclear e das usinas brasileiras em Angra dos Reis (RJ).

Desta vez, o alvo da polícia foi no presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro, que teria recebido ao menos 4,5 milhões de reais em propina. 

O dinheiro ilícito, coletado por contratos de fachada, teria sido usado para a construção da obra da Usina Angra 3. 

Entre as empresas responsáveis pelas obras de Angra 3 (e possivelmente envolvidas no esquema) estão a UTC, Odebrecht, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, Techint, EBE e Engevix.