quarta-feira, 1 de junho de 2016

IBM compra EZSource em 14ª aquisição de companhia israelense





Getty Images
Logo IBM
IBM: a aquisição anterior da IBM em Israel foi a Trusteer, em 2013, pela qual pagou mais de 600 milhões de dólares
 
Da REUTERS


Jerusalém - A IBM anunciou nesta quarta-feira a compra da EZSource, uma companhia israelense de software, em estratégia voltada a ajudar desenvolvedores a modernizar aplicativos de negócios digitais para mainframes.

Os termos financeiros do acordo não foram revelados.
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A IBM, que fez 13 aquisições de companhias israelenses desde 1998, afirmou que a compra da EZSource deve ser concluída no segundo trimestre.

A companhia citou que aplicativos podem ser formados por centenas de milhares de linhas de código e que a atualização desse código pode levar semanas. A EZSource, segundo a IBM, fornece um quadro visual que mostra aos desenvolvedores quais aplicativos mudaram, o que facilita o processo de modernização.

A EZSource foi fundada em 2003 e tem escritórios em Israel, Estados Unidos, Reino Unido, Suíça, Japão e Romênia. Os clientes incluem ING Life, Maybank e 7-Eleven.

A aquisição anterior da IBM em Israel foi a Trusteer, em 2013, pela qual pagou mais de 600 milhões de dólares.

Taiwan libera compra da Sharp pela Foxconn





Tim Kelly/Reuters
Bandeira da empresa Sharp
Sharp: a Comissão de Comércio Justo de Taiwan afirmou que não há problemas antitruste na aquisição
 
Da REUTERS


Taipé - Autoridades regulatórias de Taiwan autorizaram a compra da japonesa Sharp pela Foxconn, por 3,5 bilhões de dólares, abrindo caminho para que a maior fabricante de produtos eletrônicos do mundo e importante fornecedora da Apple recupere os negócios da produtora de telas.

A Comissão de Comércio Justo de Taiwan afirmou que não há problemas antitruste na aquisição.
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A Foxconn, formalmente conhecida como Hon Hai Precision Industry, está investindo um total de 388,8 bilhões de ienes (3,54 bilhões de dólares) para ficar com uma participação de 63,34 por cento na Sharp.


Coca-Cola compra a Ades da Unilever por US$ 575 milhões

 

Divulgação Ades
Ades
Líder de mercado: marca domina setor de bebidas no Brasil e na América Latina

São Paulo – A Coca-Cola, em parceria com a engarrafadora mexicana Coca-Cola Femsa, anunciaram hoje a compra da marca de bebidas Ades, da Unilever, por US$ 575 milhões.

A Ades é a principal marca de bebidas à base de soja na América Latina. Criada em 1988, na Argentina, é vendida ainda no México, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Chile e Colômbia.
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No Brasil chegou em 1996 e hoje conta com um portfólio de cerca de 30 produtos e fatura estimados R$ 500 milhões com a liderança do mercado de sucos prontos.

Em 2015, a estimativa é que a marca tenha faturado US$ 284 milhões com a venda de 56,2 milhões de caixas de unidades de bebidas.

A transação aguarda a aprovação dos órgãos reguladores e marca o primeiro (gigante) passa da Coca-Cola para ampliar a oferta de seus produtos sem gás.

O motivo está no fato do mercado de refrigerantes estar em queda, em todo mundo, graças a procura maior das pessoas por bebidas saudáveis - o que leva as maiores fabricantes a querem beber do mesmo copo.

Há um mês, a Ambev comprou no Brasil a marca carioca de sucos Do Bem por um valor não divulgado. A companhia já assinou um terno de cooperação com o Estado do Rio, onde será sua futura fábrica, para garantir o fornecimento de frutas para a produção.

Por aqui, a Coca também está comprando a Laticínios Verde Campo, de Minas Gerais, negócio sem para a conclusão. A empresa é dona da linha de produtos sem lactose Lacfree e tem uma fábrica na cidade mineira de Lavras.


Novos rumos 


Em 16 de maio, a Coca completou 130 anos de operação com uma série de modificações para manter a liderança do setor global.

Entre elas está uma nova estrutura das operações internacionais, mais simplificada e integrada, em regiões consideradas essenciais pela empresa.

"Estes movimentos continuará a estabelecer as bases para uma liderança forte e continuidade de gestão", disse Muhtar Kent, presidente mundial, sobre a decisão.

Os negócios na Europa foram reorganizados para serem divididos entre Europa Central e Oriental e a operação na África foi também reajeitada para poder garantir ações regionais e divisão de custos.

No Brasil, depois de oito anos à frente da Coca-Cola no Brasil, o mexicano Xiemar Zarazúa deixou o cargo para assumir o posto de vice-presidente de empreendimentos da The Coca-Cola Company na América Latina.

Em 1º de setembro, assume o brasileiro Henrique Braun, que estava à frente das operações da marca na China e na Coreia - terceira maior divisão global do grupo.

Eduardo Sattamini é o novo CEO da Tractebel Energia



Executivo substituirá Manoel Zaroni Torres


Da Redação
redacao@amanha.com.br
Eduardo Sattamini é o novo CEO da Tractebel Energia

A geradora Tractebel Energia terá como novo diretor presidente o atual diretor financeiro e de relações com investidores, Eduardo Sattamini (foto), que foi eleito por unanimidade de acordo com ata de reunião do Conselho de Administração divulgada na terça-feira (31). Sattamini, que acumulará os cargos até a definição de novo executivo para a diretoria financeira, substitui Manoel Zaroni Torres, que ocupava desde 1999 a presidência da elétrica, que é controlada pela francesa Engie e lidera o ranking de geradores privados no Brasil.

Na visão de Sattamini, o setor elétrico brasileiro está passando por profundas mudanças, com uma tendência mundial de desenvolvimento de energias renováveis e uma matriz energética mais dinâmica e próxima do consumidor final. Diante disso, a Tractebel Energia está acompanhando e se antecipando a estas mudanças. “Temos aumentado a nossa presença no setor eólico e solar e ingressamos este ano no segmento de geração distribuída fotovoltaica. Eu me sinto preparado e motivado para liderar a Tractebel nesta nova fase da companhia”, afirmou Sattamini.

Já Manoel Zaroni, com 18 anos de companhia, dos quais 17 no cargo de presidente, agradeceu o apoio e destacou o avanço da companhia no ranking de um dos maiores players do setor energético do país. “Agradeço a confiança dos acionistas, o apoio do Conselho de Administração, a parceria dos diretores e o trabalho e dedicação de toda a equipe, que  nesses 17 anos estiveram ao meu lado, construindo essa empresa, que está no topo do ranking do setor elétrico privado”, declarou Zaroni. A Tractebel tem 8.765 MW de capacidade instalada, sendo 85% provenientes de fontes renováveis. O portfólio diversificado é composto por 28 usinas espalhadas em todo o Brasil.


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Eduardo Sattamini é o novo CEO da Tractebel Energia

Executivo substituirá Manoel Zaroni Torres

Da Redação

redacao@amanha.com.br
Eduardo Sattamini é o novo CEO da Tractebel Energia
A geradora Tractebel Energia terá como novo diretor presidente o atual diretor financeiro e de relações com investidores, Eduardo Sattamini (foto), que foi eleito por unanimidade de acordo com ata de reunião do Conselho de Administração divulgada na terça-feira (31). Sattamini, que acumulará os cargos até a definição de novo executivo para a diretoria financeira, substitui Manoel Zaroni Torres, que ocupava desde 1999 a presidência da elétrica, que é controlada pela francesa Engie e lidera o ranking de geradores privados no Brasil.
Na visão de Sattamini, o setor elétrico brasileiro está passando por profundas mudanças, com uma tendência mundial de desenvolvimento de energias renováveis e uma matriz energética mais dinâmica e próxima do consumidor final. Diante disso, a Tractebel Energia está acompanhando e se antecipando a estas mudanças. “Temos aumentado a nossa presença no setor eólico e solar e ingressamos este ano no segmento de geração distribuída fotovoltaica. Eu me sinto preparado e motivado para liderar a Tractebel nesta nova fase da companhia”, afirmou Sattamini.
Já Manoel Zaroni, com 18 anos de companhia, dos quais 17 no cargo de presidente, agradeceu o apoio e destacou o avanço da companhia no ranking de um dos maiores players do setor energético do país. “Agradeço a confiança dos acionistas, o apoio do Conselho de Administração, a parceria dos diretores e o trabalho e dedicação de toda a equipe, que  nesses 17 anos estiveram ao meu lado, construindo essa empresa, que está no topo do ranking do setor elétrico privado”, declarou Zaroni. A Tractebel tem 8.765 MW de capacidade instalada, sendo 85% provenientes de fontes renováveis. O portfólio diversificado é composto por 28 usinas espalhadas em todo o Brasil.
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Economia brasileira tem retração de 0,3% no primeiro trimestre de 2016





PIB caiu menos que o esperado, mas conjuntura econômica ainda é grave, alerta IBGE

Da Redação, com Agência Brasil 

redacao@amanha.com.br
Economia brasileira tem retração de 0,3% no primeiro trimestre de 2016


O Produto Interno Bruto (PIB) – soma de todos os bens e serviços produzidos no país – fechou o primeiro trimestre do ano em queda de 0,3% na série sem ajuste sazonal. No ano passado, o PIB havia fechado em queda de 3,8%, a maior desde o início da série histórica, que começou em 1996. Os dados relativos aos três primeiros meses da economia brasileira foram divulgados nesta quarta-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A queda do PIB no primeiro trimestre reflete retrações em todos os setores da economia, com destaque para Formação Bruta de Capital Fixo (investimento em bens de capital), com queda de 2,7%, na comparação com o trimestre anterior. Em seguida vem a indústria com -1,2%, a agropecuária com -0,3 e serviços com queda de 0,2%. Por sua vez, o consumo das famílias fechou com retração de 1,7% e o do governo em 1,1%.

O resultado do PIB do primeiro trimestre não representa reversão na trajetória de declínio da economia brasileira. A tese é defendida por Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE. “O cenário no primeiro trimestre não se modificou muito em relação ao trimestre passado. 

Não houve mudança de conjuntura. O PIB andou de lado”, ressaltou. Rebeca também afirmou que, na prática, a conjuntura da economia piorou de forma rápida ao longo do ano passado e as condições macroeconômicas no primeiro trimestre deste ano continuaram muito ruins, embora não tenham piorado de forma tão significativa como na passagem dos trimestres ao longo de 2015.

O PIB acumulado nos quatro trimestres terminados em março de 2016 caiu 4,7% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. É a maior queda da série histórica do dado, iniciada em 1996. Nesse período, investimento e consumo das famílias também tiveram baixas recordes. A série mostra a rápida deterioração da economia desde o primeiro trimestre de 2015. Naquele período, a taxa acumulada em 12 meses, de queda de 1,2%, foi o primeiro resultado negativo desde o quarto trimestre de 2009. Depois, no segundo e terceiro trimestres, o PIB voltou a ter contração em 12 meses, de 1,7% e 2,5%, respectivamente, encerrando o calendário com queda de 3,8%.


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terça-feira, 31 de maio de 2016

Cabe recurso contra decisão que negou ingresso de amicus curiae em ação




O decano do Supremo Tribunal Federal, Celso de Mello, entende que cabe recurso ao Plenário da corte contra decisão de relator que negou ingresso de terceiro na ação como amicus curiae, de forma a possibilitar que outros integrantes do STF avaliem se tal parte pode trazer pontos relevantes ao debate.

O ministro declarou seu entendimento em julgamento iniciado na última quarta-feira (25/5), cuja conclusão foi adiada. Ele admitiu agravo contra sua própria decisão de negar a entrada de um procurador da Fazenda Nacional na Ação Direta de Inconstitucionalidade 3.396, que questiona o fato de relação empregatícia de advogados que atuam em órgãos públicos ser diferente da estabelecida pelo Estatuto da Advocacia (Lei 8.906/94).

No entanto, Celso de Mello negou provimento ao recurso. A seu ver, apenas entidades podem ingressar como amicus curiae em ações, e não indivíduos. Isso porque aquelas representam os interesses de um grupo específico, enquanto uma pessoa luta apenas por suas necessidades.

O ministro ressaltou que a entrada de terceiros no processo tem por objetivo “pluralizar o debate constitucional, permitindo que o Supremo Tribunal Federal venha a dispor de todos os elementos informativos possíveis e necessários à resolução da controvérsia”. Por tal razão, o amicus curiae pode fazer sustentações orais, propor requisição de informações adicionais e sugerir pareceres de peritos.

Assim, são admitidas na ação entidades que “efetivamente representem os interesses gerais da coletividade ou que expressem os valores essenciais e relevantes de grupos, classes ou estratos sociais”, apontou o relator.

Segundo ele, o sistema de controle de constitucionalidade abstrato não permite que se discutam interesses individuais. Dessa forma, não se pode admitir que pessoa interessada apenas na sua situação individual vire amicus curiae em um processo, alegou Celso de Mello.


Julgamento empatado


Quatro ministros seguiram o entendimento do decano da corte e entenderam que o recurso deve ser conhecido e não provido. Outros cinco concluíram que o agravo não deve ser conhecido. Como Cármen Lúcia estava ausente, o Plenário suspendeu o julgamento, o qual será desempatado posteriormente pelo voto da ministra.

Além de Celso de Mello, os ministros Cezar Peluso (aposentado), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio admitem o agravo regimental ajuizado por quem teve negada sua admissão como amicus curiae.

Já a corrente contrária é composta pelos ministros Ayres Britto (aposentado), Dias Toffoli, Luiz Fux, Rosa Weber e Edson Fachin, e considera o recurso incabível por entender que, nesses casos, a decisão do relator é “irrecorrível”. Com informações da Assessoria de Imprensa do STF.


Clique aqui para ler a íntegra do voto de Celso de Mello.
ADI 3.396

A dívida dos jornalistas – Por Fernão Lara Mesquita




Em vez de só barulho, o jornalismo tem de mostrar o tamanho da injustiça a ser corrigida.

Fernão Lara Mesquita


Os batedores de bumbo do PT nunca estiveram tão exultantes, desde Waldir Maranhão, com os últimos golpes para “provar que é golpe” a operação que se ensaia para deter o livre despencar da miséria brasileira nas profundezas do caos político e das finanças públicas destroçadas que seu partido nos legou.

Lá virá a ladainha de sempre para demonstrar que alhos são bugalhos, mas é tempo perdido. O que derrubou o PT foi a paralisação da economia, o que paralisou a economia foi a mentira institucionalizada, Temer está onde está porque é o sucessor constitucional no posto do qual o Brasil apeou Dilma, a Operação Lava Jato não vai parar. Só o Brasil tem força para desencadear ou para suspender processos como esses.


O PT passou 13 anos operando só para si e nas sombras, e deu no que deu. Temer começa falando só de Brasil, mas ainda hesita em expor-se inteiro ao sol. Vai em busca de sua legitimação junto à única fonte de onde ela pode vir. Pede humildemente endosso da opinião pública à lógica das suas soluções; dispõe-se a adaptá-las para consegui-lo.


Por esse caminho é certo que pode dar certo. Mas se, e somente se, a aposta na transparência for absoluta.


Ninguém atravessou a “Era PT” impoluto. O País conhece os políticos que tem e sabe que é com eles que terá de contar. O fato de todos eles estarem discutindo Lava Jato, como o resto do Brasil, não significa, em si mesmo, rigorosamente nada. Do presidente em exercício para baixo, na equipe política e na equipe técnica, são as mesmas pessoas que serviram ao PT que se dispõem, agora, a servir antes ao Brasil, como poderia ter sido sempre, se o governo anterior o tivesse desejado. Muda a música que se toca, muda a dança que se dança.


Gravações?


Haverá outras mil. Nesse departamento vivemos o clássico dilema do ovo ou da galinha. Se a imprensa continuar sinalizando que disparará em manchete toda gravação que qualquer chantagista lhe enfiar na culatra, a política seguirá, como hoje, sendo movida exclusivamente a gravações de chantagistas. E mata-se o Brasil. Se passar a investigar e dar manchetes para o maior problema brasileiro, a política nacional passará a girar em torno do maior problema brasileiro. E o Brasil ressuscitará.


Explico-me com um pouco de história. Em 1976, em pleno regime militar e no auge da censura, este jornal publicou a série “Assim vivem nossos superfuncionários”, que ficou conhecida como a reportagem “das mordomias”. Ela expôs em detalhe à miséria nacional o universo obsceno de fausto e desperdício que ela sustentava sem saber e que drenava todo o dinheiro público que deveria estar sendo investido em infraestrutura e serviços essenciais à melhoria continuada do desempenho da economia e, consequentemente, do valor do trabalho. Dado o sinal à Nação de que havia quem se dispusesse a publicá-las, choveram denúncias na redação durante meses a fio revelando as infinitas formas que assumia a ordenha do Estado, mal disfarçada na soma de salários e benefícios estratosféricos, no assalto a longo prazo ao erário mediante a “anabolização” de último minuto em aposentadorias que perdurariam por décadas e se desdobrariam em pensões vitalícias transmitidas de pai para filho e nos outros ralos mil abertos por agentes corruptos dos Três Poderes que viviam de vender esse saque institucionalizado do Estado.


Materializada na exposição direta dos modos de vida que esses esquemas sustentavam, a discussão saiu do nível abstrato. Cada brasileiro, lá do seu barraco, pôde ver com os próprios olhos como e por quem vinha sendo estuprado, e no que se transformava, na realidade, a estatização da economia que a esquerda, de armas na mão, de um lado, exigia que fosse total e os militares da direita, lá pelo deles, concretamente executaram como nunca antes na história deste país criando mais de 540 estatais. Mas nem a famigerada ditadura militar resistiu à força dos fatos e imagens revelados. Muitas outras reportagens semelhantes foram produzidas País afora e, já em 1979, os generais, pressionados, tinham criado um ministério inteiro para começar a desmontar a privilegiatura. Quando o País emergiu para a redemocratização, em 1985, sabia em que direção tinha de caminhar. A luta para desprivatizar o Estado e devolvê-lo ao conjunto dos brasileiros veio até o governo FHC e a Lei de Responsabilidade Fiscal, cujo desmonte – e consequências – pôs um fim à “Era PT”.


Este continua sendo o maior problema brasileiro. Desde 2003 o PT reelegeu o loteamento do Estado como moeda única do jogo político e, ao fim de 13 anos de um processo desenfreado de engorda, cada emprego pendurado no cabide vem desaguando, obeso, na Previdência. O governo Temer aponta vagamente “a Previdência” como o “xis” do problema brasileiro, e está certo. Mas, pendurado ainda no ar, sabe que tomar a iniciativa de pôr esse bode na sala é morte certa. É por isso que nem Henrique Meirelles nem seu chefe se permitem completar a frase: é a Previdência do setor público, valendo 33 vezes o que vale a outra, que é o “xis”do problema brasileiro. E sem mexer profundamente nela o Brasil não desatola.


Não há um único jornalista, especialmente em Brasília, onde o despautério é mais visível a olho nu, que não saiba disso. E, no entanto, persiste a cumplicidade com essa mistificação quando até o PMDB já está claramente pedindo o empurrão que falta para que esse tema indigesto suba à mesa.


Para poder voltar a andar, o Brasil não precisa, exatamente, de uma reforma da Previdência, espremendo um pouco mais a miserinha que ela distribui depois da festa dos aposentados do Estado, na qual, diga-se de passagem, os do Judiciário são reis. Mais do que justiçamentos, o Brasil precisa de justiça, que é uma ideia bem mais fácil de vender, desde que antes o jornalismo, em vez de só barulho, faça a sua porca obrigação de mostrar em todos os seus escandalosos pormenores o tamanho da injustiça que é necessário corrigi



 (O Estado de S.Paulo, 30/5/16)