PIB caiu menos que o esperado,
mas conjuntura econômica ainda é grave, alerta IBGE
Da Redação, com Agência Brasil
redacao@amanha.com.br
O Produto Interno Bruto (PIB) – soma de todos os
bens e serviços produzidos no país – fechou o primeiro trimestre do ano em
queda de 0,3% na série sem ajuste sazonal. No ano passado, o PIB havia fechado
em queda de 3,8%, a maior desde o início da série histórica, que começou em
1996. Os dados relativos aos três primeiros meses da economia brasileira foram
divulgados nesta quarta-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
A queda do PIB no primeiro trimestre reflete
retrações em todos os setores da economia, com destaque para Formação Bruta de
Capital Fixo (investimento em bens de capital), com queda de 2,7%, na
comparação com o trimestre anterior. Em seguida vem a indústria com -1,2%, a
agropecuária com -0,3 e serviços com queda de 0,2%. Por sua vez, o consumo das
famílias fechou com retração de 1,7% e o do governo em 1,1%.
O resultado do PIB do primeiro trimestre não
representa reversão na trajetória de declínio da economia brasileira. A tese é
defendida por Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE. “O
cenário no primeiro trimestre não se modificou muito em relação ao trimestre
passado.
Não houve mudança de conjuntura. O PIB andou de lado”, ressaltou.
Rebeca também afirmou que, na prática, a conjuntura da economia piorou de forma
rápida ao longo do ano passado e as condições macroeconômicas no primeiro
trimestre deste ano continuaram muito ruins, embora não tenham piorado de forma
tão significativa como na passagem dos trimestres ao longo de 2015.
O PIB acumulado nos quatro trimestres terminados em
março de 2016 caiu 4,7% em relação aos quatro trimestres imediatamente
anteriores. É a maior queda da série histórica do dado, iniciada em 1996. Nesse
período, investimento e consumo das famílias também tiveram baixas recordes. A
série mostra a rápida deterioração da economia desde o primeiro trimestre de
2015. Naquele período, a taxa acumulada em 12 meses, de queda de 1,2%, foi o
primeiro resultado negativo desde o quarto trimestre de 2009. Depois, no
segundo e terceiro trimestres, o PIB voltou a ter contração em 12 meses, de
1,7% e 2,5%, respectivamente, encerrando o calendário com queda de 3,8%.
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