Robyn Beck/AFP
O magnata norte-americano Elon Musk: por que ele está fazendo isso?
Tom Randall, da Bloomberg
A Tesla Motors de Elon Musk
acaba de apresentar uma oferta para a compra da SolarCity de Elon Musk
por um total de US$ 2,86 bilhões. É de dar nó no cérebro.
Musk é o maior acionista da SolarCity e já é dono de 23 por cento da
empresa, por isso lucraria pessoalmente US$ 140 milhões com suas ações.
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Por outro lado, ele é também o maior acionista da Tesla, uma empresa
muito maior, que caiu cerca de 11 por cento no fim do pregão após o
anúncio do acordo.
Isto custou a ele cerca de US$ 715 milhões, por isso seu prejuízo líquido foi de US$ 575 milhões. Não é um bom começo.
Então, por que ele está fazendo isso? Há basicamente duas formas de ver a
questão: ou Musk, 44, está resgatando uma empresa com problemas que é
administrada por seu primo, Lyndon Rive, ou está consolidando um império
no setor de energia limpa com os preços no chão. Ou ambas as coisas.
Cenário 1: Musk sai ao resgate
A SolarCity está enfrentando problemas. As ações haviam caído 60 por
cento no ano até agora porque a empresa descumpriu a projeção de lucros
de consenso em três de quatro trimestres e mudou seu foco em relação ao
crescimento das instalações.
O golpe mais devastador, do ponto de vista espiritual, veio durante a
teleconferência do último trimestre, quando o analista Ben Kallo fez uma
pergunta simples aos executivos: “O que é a SolarCity?”.
A conclusão foi que a SolarCity tinha se perdido no caminho, mudando seu
modelo de negócio para oferecer um programa de crédito a proprietários
de imóveis para que comprassem painéis solares em vez de fazerem leasing
e reduzindo as estimativas de instalação três vezes em sete meses.
“Wall Street acha que é complicado demais”, disse Kallo, que cobre a
empresa para a Robert Baird & Co. Dez empresas monitoradas pela
Bloomberg tinham uma classificação de “compra” para a ação antes do
anúncio de terça-feira, enquanto 11 diziam “manter” ou “venda”.
Cenário 2: a construção de um império
Uma leitura alternativa da oferta é que Musk reconhece um bom negócio
quando vê um. Com ações perto dos preços mais baixos desde 2013, o
prêmio de 21 por cento a 30 por cento proposto pela Tesla ainda
representa uma avaliação historicamente baixa de menos de US$ 2,9
bilhões por uma das maiores instaladoras de painéis solares do mundo.
Isto permite a Musk integrar o tripé de energia limpa de uma forma
jamais vista no mundo: carros elétricos, energia solar e baterias de
armazenagem para redes de energia, tudo em um lugar só.
Se for assim, será possível prover todas as suas necessidades de energia
sem nem sequer deixar a família Tesla. Esqueça as economias de escala
(que são significativas), estamos falando de uma poderosa construção de
marca.
E adicionar as baterias à energia solar é algo que está prestes a se
tornar cada vez mais comum, segundo uma análise recente da Bloomberg New
Energy Finance.
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