A operação, que custará R$ 1,6 bilhão, consolidará
a liderança do grupo no segmento de distribuição de energia no país
Da Redação
redacao@amanha.com.br
A CPFL
Energia, maior grupo privado do setor elétrico brasileiro, anunciou nesta
quinta-feira (16) acordo com o grupo americano The AES Corporation para a
aquisição da AES Sul. O Grupo pagará à AES Corp. o valor de R$ 1,4 bilhão pela
totalidade das ações da AES Sul, que será acrescido de um montante de R$ 295,4
milhões referente a um aumento de capital realizado pela AES Corp. na
concessionária gaúcha, totalizando R$ 1,6 bilhão. A transação também está
sujeita a ajustes de capital de giro e dívida líquida em até 45 dias do
fechamento do negócio.
“O acordo
para a compra da AES Sul está em linha com a nossa estratégia de crescer no
setor de distribuição, capturando ganhos de escala para as nossas operações e
criando valor para os nossos stakeholders”, afirma Wilson Ferreira Junior,
presidente da CPFL Energia. A conclusão do negócio depende de aprovação prévia
da Aneel, do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), dentre outros,
incluindo credores da AES Sul.
A AES Sul
atua em 118 cidades das regiões Metropolitana de Porto Alegre e Centro-Oeste do
Rio Grande do Sul, fornecendo energia para 1,3 milhão de clientes, com consumo
de 8,8 mil GWh ao final de 2015. Os clientes residenciais e comerciais
representam aproximadamente 44% do volume. A sua área de concessão é contígua à
da RGE, distribuidora do Grupo CPFL no Estado.
Com a
operação, a CPFL Energia amplia sua presença no segmento de distribuição de
energia no Brasil, consolidando a sua posição de liderança neste mercado. Hoje,
o grupo detém market share de 13% do mercado nacional de distribuição,
fornecendo energia para 7,8 milhões de consumidores em 571 municípios nos
Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais por meio de oito
concessionárias. Com a compra da AES Sul, o seu market share neste mercado
alcançará 14,3%.
Após a
conclusão do negócio, a CPFL Energia será responsável por fornecer energia para
382 dos 497 munícipios do Rio Grande do Sul, consolidando a sua posição de
parceiro para o desenvolvimento socioeconômico do Estado. Essa parceria já vem
desde 2001, com a construção das hidrelétricas Foz do Chapecó, Barra Grande e
as do Complexo Ceran e, mais recentemente, com a implementação de parques
eólicos da CPFL Renováveis.
A compra
da AES Sul marca a quarta aquisição do Grupo no setor de distribuição nos
últimos 10 anos. Anteriormente, a companhia havia comprado a própria RGE
(2006), a CPFL Santa Cruz (2006) e a CPFL Jaguariúna (2007), essas duas últimas
localizadas no interior de São Paulo.
CEEE
Em coletiva logo após o anúncio da aquisição, Ferreira Junior declarou que
outras aquisições estão no radar da companhia. Uma delas pode ser a estatal
gaúcha CEEE. “Faria muito sentido para nós no futuro fazer essa
aquisição, reunificar as concessões do Rio Grande do Sul, poder compartilhar as
boas práticas. Não temos nenhum preconceito contra isso”, declarou. “O Rio
Grande do Sul vendeu concessões com enorme ágio, pôde utilizar os recursos para
equilibrar as finanças”, recordou, pois as concessões da RGE e da AES Sul foram
privatizadas pelo governo gaúcho em 1997.
Outra
companhia interessada em uma incorporação ou fusão com a CEEE é a paranaense
Copel. Em entrevista concedida para AMANHÃ, em dezembro, o presidente Luiz
Fernando Vianna revelou a vontade da estatal de energia do Paraná em adquirir
ativos da CEEE. “A CEEE é uma empresa que tem um grupo de consumidores bastante
interessante. A companhia tem as suas dificuldades – que são conhecidas do
setor elétrico. Temos certeza que o governo do Rio Grande do Sul conseguirá
renovar a concessão. Mas, se o governo gaúcho colocar a concessão à venda,
vamos analisar [a compra], pois estamos abertos a todas as possibilidades”,
garantiu.
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