Empresa de refeições coletivas planeja crescer 80%
no faturamento na região nos próximos dois anos
Por Laura D'Angelo
laura.cauduro@amanha.com.br
Em dois
anos, praticamente dobrar de tamanho. Esta é a expectativa da Sapore, terceira
maior empresa de refeições coletivas do país, para a região Sul. As operações
nos três Estados registraram uma receita de R$ 182 milhões ano passado. A
projeção é que o valor cresça 20% neste ano e, em 2017, chegue à casa dos R$
330 milhões. Muito desse crescimento, que responde por 13% da receita nacional,
deve ser impulsionado pelos mercados gaúcho e catarinense onde a Sapore tem
concentrado os esforços para ganhar mais clientes e ampliar os contratos
vigentes. O objetivo é que a participação dos Estados se equilibre nesse
período. No momento, o Paraná é responsável por quase a metade do faturamento
na região.
Entre
janeiro e abril, a Sapore abriu 18 novos restaurantes no Sul, sendo 15 deles em
Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O ritmo acelerado mesmo em plena crise
econômica é fruto de uma mudança de estratégia comercial colocada em prática há
dois anos. A busca por novos contratos foi direcionada às grandes empresas, que
servem um maior número de refeições e, portanto, geram faturamento superior.
Além disso, Rafael Coelho, gerente comercial da Sapore no Sul, explica que
companhias de maior porte, por sua estrutura, possibilitam a incorporação de
outros serviços e produtos para além da simples alimentação, como é o caso de
lojas de conveniência. “É uma outra receita dentro da mesma operação”, define
Coelho.
A
criatividade, aliás, tem sido a principal arma da companhia para enfrentar a
inflação e a onda de demissões que atinge a indústria. As montadoras, por
exemplo, são clientes da Sapore. “Sentimos o impacto”, admite Coelho. “Por
outro lado, ao contrário dos pequenos fornecedores, temos estrutura para
absorver o aumento dos preços dos alimentos e para criar outros tipos de
negócios”, conta. Prova disso é que a Sapore está prestes a fechar uma parceria
com uma empresa produtora de alimentos sous-vide [método de cozimento a vácuo,
em temperatura baixa e constante, que resguarda aroma e textura da comida].
As porções sous-vide servem como uma opção mais saborosa e igualmente
prática aos congelados. A Sapore espera poder fornecer estes produtos nas lojas
que possui dentro dos restaurantes corporativos a partir do ano que vem.
A criação
de novos negócios tem sido a saída para os players do setor de refeições
coletivas expandirem. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Refeições
Coletivas (Aberc), o número de companhias com autogerência de seus refeitórios
diminui a cada ano. Esse tipo de administração respondia por 2,5% das refeições
servidas por dia no Brasil em 2008; hoje não ultrapassa 0,6%.
“Você vê
somente pequenas empresas atuando nesse formato e mais aquelas do interior”, corrobora
Coelho. Com menos clientes a conquistar – a não ser os dos concorrentes –
algumas companhias, como a Sodexo, incluíram serviços de manutenção, jardinagem
e limpeza no seu portfólio. A Sapore estuda a possibilidade, mas, por enquanto,
aposta fortemente em outra estratégia. Em 2014, a companhia anunciou um acordo
com a Raízen para a criação de um restaurante, o Sabor Raíz, em postos
rodoviários da bandeira Shell. A primeira unidade já opera na rodovia Regis
Bittencourt. O plano é chegar a 100 restaurantes em até cinco anos
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