Adriano Machado
Fazenda: os estados não pagariam nada no primeiro mês de carência, mas
teriam o desconto reduzido em 5,55 pontos percentuais a cada mês
O Ministério da Fazenda apresentou
hoje (9) aos representantes dos estados uma contraproposta que muda o
período de carência do pagamento das parcelas da dívida dos estados com a
União.
Com a contraproposta, o prazo de carência das prestações cai de 24 meses
para 18 meses, com descontos escalonados. À saída do encontro,
secretários de Fazenda disseram-se insatisfeitos com a proposta da
equipe econômica.
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Pela proposta, os estados não pagariam nada no primeiro mês de carência,
mas teriam o desconto reduzido em 5,55 pontos percentuais a cada mês.
No 19º mês, eles voltariam a pagar o valor integral das parcelas. A
primeira proposta do governo previa um desconto de 40% na parcela da
dívida por 24 meses e custaria R$ 26 bilhões para a União.
Segundo a Fazenda, a nova proposta terá impacto estimado de R$ 28
bilhões para o governo federal. A reunião ocorreu no Ministério da
Fazenda, em Brasília, com a nova secretária do Tesouro Nacional, Ana
Paula Vescovi, Eduardo Guardia, que será nomeado para o cargo de
secretário executivo do Ministério da Fazenda na próxima semana, no
lugar de Tarcísio Godoy, também participou do encontro.
“Os estados queriam 24 meses com desconto de 100% da prestação. Eles
reescalonaram essa proposta em 18 meses, começando com desconto de 100% e
redução de [cerca de] 5 pontos percentuais até o 18º mês. O governo
federal também disse que não dará desconto das dívidas questionadas por
ações no Supremo Tribunal Federal (STF). Isso frustrou todos os estados
obviamente”, disse o secretário de Fazenda de Santa Catarina, Antonio
Gavazzoni.
De acordo com o secretário, no conjunto da obra, “os estados ficam
satisfeitos com o posicionamento do Ministério da Fazenda e a franqueza
da equipe econômica”.
No entanto, destacou Gavazzoni, as ações sobre a mudança na cobrança de juros compostos para simples continuarão no Supremo.
No fim de abril, o STF deu 60 dias para que Estados e União cheguem a um
entendimento sobre a disputa judicial no tribunal sobre a cobrança de
juros simples ou compostos sobre esses débitos.
“O prazo de suspensão termina nos próximos 15 a 20 dias. Os estados já
começam a se articular para ir ao STF e defender seus argumentos e se
preparar para o julgamento de mérito. Antes disso, haverá uma reunião do
presidente da República com os governadores. Talvez isso possa
sensibilizar o governo federal a mudar a proposta”, disse Gavazzoni.
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