terça-feira, 7 de junho de 2016

MercadoLivre compra Axado por R$ 26 mi e avança em logística





Divulgação
Escritório do MercadoLivre, em São Paulo
MercadoLivre: com aquisição, markeplace quer melhorar a experiência de compra do cliente
 
 
 
 
São Paulo - O MercadoLivre acaba de anunciar a compra do parceiro Axado por 26 milhões de reais.

A startup, que precifica, rastreia e faz a gestão de fretes para varejistas, passa a integrar o Mercado Envios, braço de logística da empresa.
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Fundada em 2013, a unidade já entregou mais de 50 milhões de encomendas e é responsável por remeter 70% das compras feitas na plataforma do MercadoLivre.

Basicamente, ela oferece dois tipos de serviços: o de venda de etiquetas que possibilitam o despacho de pedidos em qualquer agência dos Correios (mais voltado para vendedores ocasionais) e o de coleta de produtos para envio junto a pequenos e médios comerciantes.

Firmas de grande porte (como Ricardo Eletro, Brastemp e Decathlon) que também anunciam no MercadoLivre, porém, têm operações de logística próprias que precisam ser integradas ao site. E foi aí que entrou a parceria com a Axado, há cerca de dois anos.

"Juntos, vamos maximizar a presença de lojas oficiais no MercadoLivre e aprimorar nosso sistema interno de gestão de transportes", disse Leandro Bassoi, diretor da Mercado Envios, em teleconferência com jornalistas.

Ele destacou também que, com a associação das duas marcas, os vendedores da vitrine virtual passarão a ter acesso à malha de 580 transportadoras conectadas ao Axado.

Atualmente, a empresa já calcula fretes para 2.500 e-commerces consolidados como Arezzo, Raia Drogasil, Leroy Merlin e Extra.

Ela está no mercado há cinco anos. "Dentro do Mecado Livre, conseguiremos atingir nosso propósito de revolucionar a logística. Chegaremos a pequenas e médias empresas, um segmento em que antes não conseguíamos entrar", disse Guilherme Reitz, sócio-fundador da startup.
 

Como fica


Com a compra, os 50 funcionários do Axado serão absorvidos pelo MercadoLivre, mas a empresa funcionará de forma independente e manterá os clientes que tem atualmente.

Sua sede continua em Florianópolis (SC) e os sócios Guilherme Reitz, Leandro Baptista, Michel Kommers e Eduardo Fraceschett seguem no comando da operação.

"Essa separação faz todo o sentido. Quando você compra uma startup nesse estágio de maturidade, você quer dar fôlego a ela, e não sufocá-la com seu negócio", diz o professor professor Pedro Waengertner, coordenador do núcleo de estudos e negócios em marketing digital da ESPM e CEO da aceleradora Ace, que também é uma das investidoras do Axado.

Segundo o MercadoLivre, a aquisição visa aprimorar a experiência de compra para o cliente, e não ganhos financeiros.

"Essas melhorias naturalmente se traduzem em receita, mas esse não é o foco principal, é secundário", disse Helisson Lemos, presidente da companhia no Brasil.

Para Waengertner, da ESPM, o movimento do MercadoLivre também pode ser visto como uma resposta ao aumento da concorrência no segmento, já que cada vez mais grandes varejistas estão abrindo vitrines para outras firmas eu seus sites.

"Essa é uma tendência no mundo todo. Mas, o MercadoLivre está muito bem posicionado, já nasceu como um marketplace e transaciona volumes muito grandes. Ele está se mantendo competitivo nesse jogo de inovação", analisou.

Já faz algum tempo a companhia busca diversificar seu negócio.

Além da Mercado Envios, ela tem também a unidade de pagamentos MercadoPago, que valida as operações feitas em sua plataforma, num sistema parecido com o do PayPal.

Também possui um segmento de publicidade virtual e comprou no ano passado a KPL, que desenvolve sistemas ERP, de gestão de lojas online, num investimento inicial de 50 milhões de reais.

"Nosso propósito é oferecer serviços para pessoas e empresas que atuam no mercado de comércio eletrônico. A MercadoLivre é nossa marca mais conhecida, mas não quer dizer continuará sendo assim no futuro", disse Lemos, presidente da empresa.
 

Números


O MercadoLivre não abre as receitas individuais de suas unidades de negócio, apenas diz que a parte de marketplace ainda responde por cerca de 60% de seu faturamento.

No primeiro trimestre, a receita líquida do grupo foi de 158 milhões de dólares, alta de 6,4% ante os mesmos meses do ano passado.

No período, foram 38,3 milhões de itens vendidos, totalizando 1,78 bilhão de dólares. O lucro líquido ultrapassou os 30 milhões de dólares.

As transações feitas pela MercadoPago chegaram a 27,5 milhões, somando 1,4 bilhão de dólares.

O Axado não abre seus números, mas estima-se que suas receitas girem em torno de 5 milhões de reais por ano – ela foi comprada por 26 milhões de reais e o mercado costuma precificar companhias do setor por um múltiplo de aproximadamente cinco vezes o faturamento.

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