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MercadoLivre: com aquisição, markeplace quer melhorar a experiência de compra do cliente
São Paulo - O MercadoLivre acaba de anunciar a compra do parceiro Axado por 26 milhões de reais.
A startup, que precifica, rastreia e faz a gestão de fretes para varejistas, passa a integrar o Mercado Envios, braço de logística da empresa.
Publicidade
Fundada em 2013, a unidade já entregou mais de 50 milhões de encomendas e
é responsável por remeter 70% das compras feitas na plataforma do
MercadoLivre.
Basicamente, ela oferece dois tipos de serviços: o de venda de etiquetas
que possibilitam o despacho de pedidos em qualquer agência dos Correios
(mais voltado para vendedores ocasionais) e o de coleta de produtos
para envio junto a pequenos e médios comerciantes.
Firmas de grande porte (como Ricardo Eletro, Brastemp e Decathlon) que
também anunciam no MercadoLivre, porém, têm operações de logística
próprias que precisam ser integradas ao site. E foi aí que entrou a
parceria com a Axado, há cerca de dois anos.
"Juntos, vamos maximizar a presença de lojas oficiais no MercadoLivre e
aprimorar nosso sistema interno de gestão de transportes", disse Leandro
Bassoi, diretor da Mercado Envios, em teleconferência com jornalistas.
Ele destacou também que, com a associação das duas marcas, os vendedores
da vitrine virtual passarão a ter acesso à malha de 580 transportadoras
conectadas ao Axado.
Atualmente, a empresa já calcula fretes para 2.500 e-commerces consolidados como Arezzo, Raia Drogasil, Leroy Merlin e Extra.
Ela está no mercado há cinco anos. "Dentro do Mecado Livre,
conseguiremos atingir nosso propósito de revolucionar a logística.
Chegaremos a pequenas e médias empresas, um segmento em que antes não
conseguíamos entrar", disse Guilherme Reitz, sócio-fundador da startup.
Como fica
Com a compra, os 50 funcionários do Axado serão absorvidos pelo
MercadoLivre, mas a empresa funcionará de forma independente e manterá
os clientes que tem atualmente.
Sua sede continua em Florianópolis (SC) e os sócios Guilherme Reitz,
Leandro Baptista, Michel Kommers e Eduardo Fraceschett seguem no comando
da operação.
"Essa separação faz todo o sentido. Quando você compra uma startup nesse
estágio de maturidade, você quer dar fôlego a ela, e não sufocá-la com
seu negócio", diz o professor professor Pedro Waengertner, coordenador
do núcleo de estudos e negócios em marketing digital da ESPM e CEO da
aceleradora Ace, que também é uma das investidoras do Axado.
Segundo o MercadoLivre, a aquisição visa aprimorar a experiência de compra para o cliente, e não ganhos financeiros.
"Essas melhorias naturalmente se traduzem em receita, mas esse não é o
foco principal, é secundário", disse Helisson Lemos, presidente da
companhia no Brasil.
Para Waengertner, da ESPM, o movimento do MercadoLivre também pode ser
visto como uma resposta ao aumento da concorrência no segmento, já que
cada vez mais grandes varejistas estão abrindo vitrines para outras firmas eu seus sites.
"Essa é uma tendência no mundo todo. Mas, o MercadoLivre está muito bem
posicionado, já nasceu como um marketplace e transaciona volumes muito
grandes. Ele está se mantendo competitivo nesse jogo de inovação",
analisou.
Já faz algum tempo a companhia busca diversificar seu negócio.
Além da Mercado Envios, ela tem também a unidade de pagamentos
MercadoPago, que valida as operações feitas em sua plataforma, num
sistema parecido com o do PayPal.
Também possui um segmento de publicidade virtual e comprou no ano passado a KPL, que desenvolve sistemas ERP, de gestão de lojas online, num investimento inicial de 50 milhões de reais.
"Nosso propósito é oferecer serviços para pessoas e empresas que atuam
no mercado de comércio eletrônico. A MercadoLivre é nossa marca mais
conhecida, mas não quer dizer continuará sendo assim no futuro", disse
Lemos, presidente da empresa.
Números
O MercadoLivre não abre as receitas individuais de suas unidades de
negócio, apenas diz que a parte de marketplace ainda responde por cerca
de 60% de seu faturamento.
No primeiro trimestre, a receita líquida do grupo foi de 158 milhões de
dólares, alta de 6,4% ante os mesmos meses do ano passado.
No período, foram 38,3 milhões de itens vendidos, totalizando 1,78 bilhão de dólares. O lucro líquido ultrapassou os 30 milhões de dólares.
No período, foram 38,3 milhões de itens vendidos, totalizando 1,78 bilhão de dólares. O lucro líquido ultrapassou os 30 milhões de dólares.
As transações feitas pela MercadoPago chegaram a 27,5 milhões, somando 1,4 bilhão de dólares.
O Axado não abre seus números, mas estima-se que suas receitas girem em
torno de 5 milhões de reais por ano – ela foi comprada por 26 milhões de
reais e o mercado costuma precificar companhias do setor por um
múltiplo de aproximadamente cinco vezes o faturamento.
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