Reprodução/Odebrecht Ambiental/Facebook
Odebrecht Ambiental: fatia de 70% que pertence à Odebrecht será vendida; outros 30% continuam com o FI-FGTS
Renée Pereira, do Estadão Conteúdo
São Paulo - A gestora canadense Brookfield está perto de fechar a compra do controle da Odebrecht Ambiental, apurou o jornal O Estado de S. Paulo.
Fontes próximas às negociações afirmaram que as conversas avançaram
bastante nos últimos dias e que o processo está passando pelos últimos
ajustes.
O negócio envolve apenas a parte da Odebrecht na subsidiária, de 70%. O
restante deve continuar com o FI-FGTS, sócio na companhia de concessões
públicas de água e esgoto, tratamento de reúso de água e resíduos.
No total, a Odebrecht Ambiental tem 26 ativos espalhados por Brasil,
México e Angola. Em 2014, último dado disponível, a empresa faturou
quase R$ 2 bilhões. Procuradas, as duas empresas não quiseram comentar o
assunto.
Nesta semana, a Odebrecht anunciou a venda de 57% da concessão rodoviária Rutas de Lima para a própria Brookfield.
Ao contrário do que ocorria há alguns anos, em que o apetite do
conglomerado baiano era no sentido de ampliar os negócios, hoje as
vendas de ativos são prioritárias para reduzir o pesado endividamento do
grupo, de cerca de R$ 90 bilhões.
A empresa de saneamento é apenas um vários dos ativos colocados à venda
pela Odebrecht, grupo envolvido na Operação Lava Jato, que investiga
corrupção em contratos da Petrobras.
Desde que o presidente do conglomerado, Marcelo Odebrecht, foi preso há
um ano, a situação financeira da empresa se deteriorou. Com vários
compromissos firmados, dívida elevada e sem acesso a crédito, a
alternativa para dar fôlego ao caixa da companhia tem sido a venda de
ativos.
Outros ativos da companhia, como empresas de mobilidade, como Linha 4 -
Amarela, do Metrô de São Paulo, estão em negociações. A empresa poderá
reduzir participações em empreendimentos de logística, como o terminal
de contêineres Embraport, na Baixada Santista, e o Aeroporto do Galeão,
no Rio, além de empreendimentos imobiliários, que reúnem cerca de R$ 1,5
bilhão em ativos.
Energia
Outro importante negócio à venda é a Santo Antônio Energia,
concessionária que administra a Hidrelétrica Santo Antônio, no rio
Madeira.
Há cerca de dez dias, executivos da empresa viajaram para a China para
negociar com grupos locais a participação de 28% da Odebrecht na usina,
afirmam fontes próximas à companhia.
"Não basta vender alguns ativos, mas tirar do seu balanço as empresas que estão altamente endividadas", disse outra fonte.
É o caso da Odebrecht Agroindustrial, que deve concluir nos próximos
dias a renegociação - entre R$ 6 bilhões e R$ 10 bilhões - de parte de
sua dívida.
A solução envolve bancos nacionais - público e privado - e estrangeiros,
afirmou uma fonte. Esse é um ativo considerado mais complicado para ser
vendido.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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