quarta-feira, 29 de junho de 2016

Setor de açúcar e etanol tem "otimismo prudente"




O cenário para o açúcar é bom nos próximos dois anos. A demanda mundial é crescente, e o Brasil tem um bom posicionamento estratégico.

Essa é a avaliação de Jacyr Costa Filho, diretor da Tereos no Brasil. Ele vê o setor com "um otimismo prudente".

O câmbio ajuda e os estoques mundiais estão baixos, o que coloca o produto brasileiro em evidência e o deixa mais competitivo.
 
Na avaliação da Tereos, o deficit mundial entre oferta e demanda de açúcar fica próximo de 6 milhões de toneladas na atual safra 2015/16. O deficit se manterá também na safra seguinte, atingindo pelo menos 5 milhões de toneladas.
 
Os estoques mundiais estão praticamente nas mãos de chineses e indianos, o que traz uma desvantagem ao Brasil, que só tem capacidade de armazenagem de 40% da safra.
 
Os chineses conseguem armazenar o correspondente ao consumo de uma safra.
 
Para ser mais competitivo, e negociar o produto de forma e hora mais adequadas, o país deveria ter meios para elevar essa capacidade de armazenagem.
 
O mesmo critério vale para o etanol, que teria uma maior regularidade de preços, o que seria bom para produtor e consumidor.
 
Ao contrário do açúcar, a demanda do etanol não mostra crescimento neste ano.
 
"Há uma relativa estagnação, mas o setor se beneficia do aumento da mistura do etanol na gasolina, da alteração na Cide (o imposto do combustível) e da mudança de ICMS em vários Estados", afirma o diretor da Tereos.
 
Um dos Estados que mudaram o tributo foi Minas Gerais, onde houve uma forte aceleração no consumo.
 
O etanol não tem um crescimento na demanda, mas melhora muito em relação ao desastre de períodos anteriores, segundo Costa.
 
Há uma preocupação do setor, no entanto, com o que deve ocorrer no final do ano.
O período do crédito presumido dado pelo governo Dilma Rousseff, em setembro de 2013, termina em 31 de dezembro próximo.
 
Com isso, o produtor pagará mais R$ 0,12 de PIS/Cofins por litro de etanol.
 
A única maneira de compensar essa perda de competitividade do produto seria uma correção da Cide na mesma proporção 

(Folha de S.Paulo, 29/6/16)

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