segunda-feira, 6 de junho de 2016

Temer suspende nomeações até projeto ser aprovado na Câmara






Ueslei Marcelino / Reuters
Presidente interino do Brasil, Michel Temer, dia 01/06/2016
Michel Temer: Temer disse esperar que a proposta possa ser aprovada pelos deputados entre terça e quarta-feira 

Da REUTERS


Brasília - O presidente interino Michel Temer anunciou nesta segunda-feira que o governo vai suspender todas as nomeações para estatais e fundos de pensão até que a Câmara dos Deputados aprove um projeto que já teve aval do Senado e que obriga que todos os nomeados para esses postos tenham alta qualificação técnica.

Em declaração à imprensa no Palácio do Planalto, Temer disse esperar que a proposta possa ser aprovada pelos deputados entre terça e quarta-feira desta semana. O presidente interino afirmou ainda que as nomeações devem "preferencialmente" levar em conta os quadros das próprias empresas estatais. "Penso que se nós conseguirmos aprovar esses dois projetos ainda esta semana --dos fundos de pensão e das empresas estatais-- teremos dado mais um passo na configuração daquele propósito que nós expressamos", afirmou Temer, em referência a medidas para reforço de governança.
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Temer também anunciou a edição de um decreto que será publicado na terça-feira determinando que a Força Aérea Brasileira (FAB) mantenha de forma permanente pelo menos uma aeronave para transporte de órgãos e tecidos para transplante.

A medida foi tomada após matéria do jornal O Globo revelar que entre 2013 e 2015 a FAB deixou de fornecer aviões para o transporte de 153 corações, fígados, pulmões, pâncreas, rins e ossos no país.

"Eu devo dizer que o número apontado era um número muito significativo e, portanto, preocupante", afirmou Temer, acrescentando que a nova regra também abarcará o transporte do paciente até o local do transplante, quando assim for indicado pelas equipes especializadas.


Brasil perde posições em investimento direto estrangeiro




Atualmente, o país ocupa o 12º lugar em um total de 25 países pesquisados pela consultoria A.T. Kearney 

Da Redação
redacao@amanha.com.br
Brasil perde posições em investimento direto estrangeiro

Com US$ 80 bilhões em investimento estrangeiro em 12 meses até abril, volume que cobre o déficit em conta corrente de US$ 34,1 bilhões, o Brasil ainda conta com uma situação confortável. Porém, um levantamento da consultoria A.T. Kearney revela que o país perdeu seis posições nos últimos quatro anos em investimento direto estrangeiro. Atualmente, o Brasil ocupa a 12ª posição em um total de 25 nações pesquisadas. Além do Brasil, a América Latina só é representada no ranking pelo México, ainda mais atrás, na 18ª posição. A consultoria usa como base dados da Unctad, que se baseiam na metodologia antiga do Banco Central. 

O Brasil tem perdido representatividade global justamente em um momento em que o apetite dos investidores externos por ativos tem aumentado em outros países, pois há um cenário de liquidez internacional ainda abundante. De acordo com dados da A.T. Kearney, o volume global de investimento externo alcançou US$ 1,7 trilhão no ano passado – o maior desde 2007. Neste ano, 70% das 504 empresas da pesquisa dizem que aumentarão o volume de recursos direcionados para fora de seus países. 

Um dos atrativos para investidores externos no Brasil é que os ativos ficaram relativamente baratos com a desvalorização do real. Como a tendência é de avanço do fluxo global de investimentos pelo menos até 2019, é vital que a situação econômica brasileira se revertesse o mais rapidamente possível. Muitos investidores aportam recursos no país tendo em vista o grande tamanho do mercado doméstico. 


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sexta-feira, 3 de junho de 2016

Chile tem tanta energia solar que agora é de graça




Yuzuru Yoshikawa/Bloomberg
Painéis de energia solar
Energia solar: preços à vista chegaram a zero em algumas regiões do país durante 113 dias até abril

Vanessa Dezem e Javiera Quiroga, da Bloomberg


A indústria solar do Chile se expandiu tão rapidamente que está gerando eletricidade gratuitamente.

Os preços à vista chegaram a zero em algumas regiões do país durante 113 dias até abril, número que está a caminho de superar o total do ano passado, de 192 dias, segundo a operadora da rede central do Chile.
Embora isto pode ser bom para os consumidores, é uma má notícia para as usinas de energia, em dificuldades para gerar receita, e para as empresas que buscam financiar novos parques.

A pior situação acontece na região norte do país, no deserto do Atacama. A crescente demanda por eletricidade do Chile, impulsionada pela expansão da produção mineira e pelo crescimento econômico, ajudou a estimular o desenvolvimento de 29 parques solares, e outros 15 estão nos planos para a rede central de energia do país.

Agora, o Chile enfrenta a queda da demanda por energia devido à desaceleração da produção de cobre em meio a um excedente global, o que provoca um excesso de energia gerada em uma região que não possui linhas de transmissão para distribuir a eletricidade a outras partes.

“Os investidores estão perdendo dinheiro”, disse Rafael Mateo, CEO da unidade de energia da Acciona, que está investindo US$ 343 milhões em um projeto de 247 megawatts na região, que será um dos maiores da América Latina. “O crescimento foi desordenado. Não se pode ter tantas empresas no mesmo lugar”.

Um dos principais problemas é que o Chile possui duas redes de energia principais, a central e a do norte, sem conexão entre si. Existem também áreas dentro das redes que não possuem uma capacidade de transmissão adequada.

Com isso, uma região pode ter muita energia, o que derruba os preços, porque o excedente não pode ser entregue a outras partes do país, segundo Carlos Barría, ex-chefe da divisão de energia renovável do governo e professor da Pontifícia Universidade Católica do Chile, em Santiago.

Infraestrutura inadequada


O governo está trabalhando para corrigir este problema, com planos de construir uma linha de transmissão de 3.000 quilômetros para ligar as duas redes até 2017. Além disso, está desenvolvendo uma linha de 753 quilômetros para resolver o congestionamento nas partes norte da rede central, a região na qual os excedentes de energia estão levando os preços a zero.

“O Chile tem pelo menos sete ou oito pontos nas linhas de transmissão que estão em colapso e bloqueados e tem o enorme desafio de driblar os pontos de estrangulamento”, disse o ministro de Energia, Máximo Pacheco, em entrevista, em Santiago. “Quando você embarca em um caminho de crescimento e desenvolvimento como o que temos tido, obviamente surgem problemas”.

Governo estuda conceder empréstimos para Estados em pior situação fiscal




Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais poderão ter programas de recuperação próprios

Da Redação

redacao@amanha.com.br
Governo estuda conceder empréstimos para Estados em pior situação fiscal


Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, Estados em pior situação fiscal, poderão receber empréstimos da União. De acordo com a edição do jornal O Globo desta sexta-feira (3), a equipe econômica estuda a possibilidade. A carência temporária para o pagamento das dívidas com o governo federal e o alongamento desses débitos por 20 anos, propostas pelo Ministério da Fazenda, não resolveriam o problema dos cofres carioca, gaúcho e mineiro. 

“Parte da equipe ainda resiste a dar crédito adicional a estados cujas finanças estão em frangalhos por descuido na gestão de suas contas. Além disso, seria preciso construir um programa de recuperação fiscal para esses estados, que combinaria a ajuda financeira com contrapartidas mais duras, como a adoção de um limite de gastos mais rigoroso”, revela a reportagem. Segundo dados do Tesouro, as despesas do Rio Grande do Sul com pessoal avançaram 46% entre 2012 e 2015, de R$ 14,9 bilhões para R$ 21,8 bilhões, por exemplo. 

Outra dificuldade para a solução é que uma operação de crédito do governo federal para os Estados necessitaria um projeto de lei complementar que exige quórum maior para aprovação no Congresso. 

A equipe econômica definirá, nos próximos dias, qual será a carência dada aos governadores no pagamento das dívidas com a União. Em reunião no Ministério da Fazenda, os secretários de Fazenda estaduais pediram que a moratória seja de 100% por um prazo de até dois anos. Para os técnicos do governo, no entanto, esse caminho é inviável, pois o máximo de carência que poderia ser dado ao pagamento das dívidas é de um ano.  

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Falta de investidores ameaça plano da China contra dívida






Reuters/David Gray
Yuan, moeda chinesa
Sinal vermelho na dívida: estratégia chinesa para diminuir exposição dos bancos pode fracassar por falta de investidores
 


No papel, a mais recente iniciativa da China para livrar seus bancos de empréstimos de liquidação duvidosa parece sensata.

Reunindo a dívida em títulos, os bancos esperam repassá-la a investidores ávidos por risco, uma solução que poderia ser benéfica para todos e que foi muito elogiada pelo bilionário Wilbur Ross.
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Mas se as primeiras transações desse programa de 50 bilhões de yuans (US$ 7,6 bilhões) servirem de referência, todo esse exercício pode acabar simplesmente transferindo a inadimplência de um banco a outro, o que pouco faria para melhorar a saúde do sistema financeiro da China como um todo.

O Bank of China (BOC) vendeu pelo menos metade dos 301 milhões de yuans de sua oferta de estreia de títulos garantidos por empréstimos em inadimplência (“non-performing loans”, NPLs) para outros bancos chineses no dia 26 de maio, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto, que pediram anonimato porque não estão autorizadas a falar publicamente sobre isso.

Noventa e cinco por cento da fatia de maior risco da transação foi comprada por um gestor de ativo que pertence ao Estado, um sinal de demanda morna entre as instituições privadas.

Nesse mesmo dia, o China Merchants Bank (CMB) vendeu pelo menos 60 por cento de uma oferta de 233 milhões de yuans em NPLs a outros bancos, disseram pessoas familiarizadas com o assunto.

Embora uma demonstração inicial de apoio dos bancos possa ajudar a atrair outros tipos de investidores, os céticos dizem que é improvável que o programa atraia uma demanda ampla porque os títulos são ilíquidos e complexos demais para a maioria das instituições não bancárias da China.

Um fracasso da tentativa de expurgar os credores de seus NPLs poderia gerar expectativas de um resgate liderado pelo governo que, segundo estimativas do Standard Chartered, poderia chegar a custar até US$ 1,5 trilhão.

“Não temos uma quantidade suficiente de investidores institucionais locais com experiência para fixar o preço de produtos tão complexos”, disse Ming Ming, chefe de pesquisa sobre renda fixa em Pequim da Citic Securities, maior corretora da China.

“A falta de investidores qualificados, fará com que os bancos tenham dificuldades para vender títulos garantidos por NPLs e restringirá seu desenvolvimento”.

O acúmulo de empréstimos de liquidação duvidosa é um dos maiores riscos enfrentados pela maior economia asiática.

Após anos inundando o país de crédito, os bancos agora enfrentam um aumento de tomadores de empréstimos em problemas porque o crescimento econômico desacelerou para o ritmo mais lento desde 1990 e os lucros corporativos estão diminuindo.

A China tem cerca de US$ 2,4 trilhões de dívida corporativa sob risco de calote, de acordo com a Bloomberg Intelligence.

O problema é que a maioria das seguradoras, dos trusts, das corretoras e dos fundos mútuos da China não tem o conhecimento necessário para investir em ativos garantidos por empréstimos de liquidação duvidosa, de acordo com Luo Yi, analista da Huatai Securities em Shenzhen.

Mensagens enviadas por fax ao banco central e à Comissão Reguladora Bancária da China não foram respondidas e assessores de imprensa do Bank of China e do China Merchants Bank preferiram não comentar.


United e Delta estão entre interessadas na Avianca, diz WSJ







Divulgação
Avianca A320
Avianca: jornal também informou que assessores da Avianca distribuíram um documento a possíveis interessados
 
Da REUTERS


As companhias aéreas Delta Air Lines e United Continental estão entre as interessadas em fazer ofertas pelo grupo de aviação comercial colombiano Avianca, publicou nesta quinta-feira o Wall Street Journal em seu site.

O jornal também informou que assessores da Avianca distribuíram um documento a possíveis interessados para uma injeção de capital de 500 milhões de dólares.
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A Delta e a United não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.

As assessorias de imprensa da Avianca em Bogotá e em San José, na Costa Rica, não responderam após o horário comercial. Um pedido de comentários por email não foi imediatamente respondido.

Empresa quer triplicar receitas com PMEs e viagens exóticas







Thinkstock/Milan_Jovic
Computador, dólares e passaporte representando viagem ao exterior
Viagem: Com R$ 40 milhões para investir de 2016 a 2018, a Alatur JTB já adquiriu 3 companhias e lançou 2 startups
 
 
 
 
 
 
São Paulo - A Alatur JTB, empresa brasileira de viagens corporativas, está expandindo seus horizontes. Ela quer ampliar seu portfólio de clientes para incluir mais pequenas e médias empresas e investe em viagens de incentivo, dadas como prêmio aos melhores funcionários ou vendedores.

Com R$ 40 milhões para investir de 2016 a 2018, a companhia já adquiriu três companhias no último ano e lançou duas startups. 
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Assim, ela espera um faturamento de R$ 1,7 bilhão em 2016, alta de 21,43% em relação ao ano passado. Para 2020, o plano é atingir R$ 5 bilhões de receitas.

A Alatur JTB faz a reserva da passagem e da hospedagem, assim como de transporte para o aeroporto.

Para manter o crescimento, está buscando novos perfis de clientes: pequenas e médias empresas

Ainda que essas gastem menos com viagens, o mercado é maior e as possibilidades, mais amplas.

Segundo Eduardo Kina, presidente da companhia, a gestão de viagens em empresas menores ainda é pouco profissional. As reservas são feitas pelo próprio dono ou secretária, com pouco controle desses gastos, diz ele.

Por isso, a companhia pode oferecer vantagens como negociações melhores e um relatório detalhando todos os gastos, que ajudam a companhia a montar um orçamento específico para isso.

 

Viagem em alto estilo


Além da aquisição das agências BSP e Jaraguá, feitas no começo do ano, a Alatur JTB lançou duas startups. Uma delas, chamada 55 Destinos, é voltada para pacotes de lazer.

A outra, Honour, foi criada para oferecer viagens de experiência como incentivo para os melhores funcionários, vendedores ou parceiros.

Esses pacotes podem incluir passeios para locais exóticos ou convites para assistir a grandes eventos esportivos, como a Copa e Olimpíadas.

Apesar da crise, as empresas estão cortando treinamento, mas não os passeios de incentivo, diz Kina. 

“Eles continuam premiando melhores vendedores e funcionários. Afinal, são esses que vendem e fazem a empresa crescer”.

Hoje, 70% de suas receitas vêm das viagens corporativas. Até 2020, o plano é que essa fatia seja de apenas 50%, aumentando viagens de incentivo, que, junto com eventos, correspondem a 25% do faturamento da Alatur JTB, Os outros 5% vêm de passeios a lazer, voltado ao consumidor final.

 

Voando em ventos contrários


O mercado não está muito favorável. Por conta da crise econômica, muitas empresas cortaram os gastos com viagens e trocaram reuniões presenciais em outros estados por teleconferências e conversas pelo Skype.

Por isso, o setor caiu 18% no primeiro trimestre desse ano em relação ao ano passado. No entanto, o faturamento da Alatur JTB cresceu 18% no mesmo período.

Esse aumento veio por conta das três aquisições que a empresa fez no ano passado e a adição de novos clientes, principalmente de pequenas e médias empresas.

Sem os novos contratos, a companhia teria visto uma queda de 10% nas receitas do trimestre em relação ao ano passado. “Se tivéssemos ficado parados, teríamos caído junto com o mercado”, disse Kina.