quinta-feira, 9 de junho de 2016

George Soros alerta para colapso da UE em caso de "Brexit"





Getty Images
Magnata húngaro George Soros
George Soros: "Se o Reino Unido sair, isso poderia desencadear em um êxodo geral e a dissolução da União Europeia passará a ser praticamente inevitável"


Washington - Dono de uma fortuna de US$ 24 bilhões, o megainvestidor George Soros disse nesta quinta-feira que há boa chance de a União Europeia (UE) entrar em colapso caso o Reino Unido opte por deixar o bloco (ação conhecida como "Brexit"), além de uma crise imigratória e desafios com a Grécia.

"Se o Reino Unido sair, isso poderia desencadear em um êxodo geral e a dissolução da União Europeia passará a ser praticamente inevitável", disse ele.
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Ainda assim, Soros disse que a força recente na libra britânica é um sinal de que uma votação pela saída da UE é menos provável.

"Os mercados nem sempre têm razão, mas neste caso eu concordo com eles", disse o investidor em uma entrevista ao The Wall Street Journal.

O bilionário de 85 anos, dono de um fundo que administra cerca de US$ 30 bilhões, também mostrou preocupação e ceticismo em relação à economia chinesa.

"A China continua a sofrer com a fuga de capitais e tem esgotado suas reservas em moeda estrangeira, enquanto outros países asiáticos têm acumulado moeda estrangeira", disse Soros.

"A China está enfrentando um conflito interno dentro de sua liderança política e durante o próximo ano isso irá dificultar a sua capacidade de lidar com questões financeiras", destacou.

Soros teme que novos problemas surgirão na China, em parte porque o país não parece disposto a abraçar um sistema político transparente que ele afirma ser necessário para aprovar reformas econômicas duradouras.

Pequim iniciou reformas no ano passado, mas voltou atrás em alguns esforços em meio a mercados turbulentos.

Alguns investidores estão começando a antecipar o aumento da inflação em meio a ganhos salariais recentes nos EUA, mas Soros disse que está mais preocupado que a fraqueza continue na China e exerça uma pressão deflacionária - uma espiral prejudicial de queda dos salários e preços - sobre os EUA e economias globais.

Fonte: Dow Jones Newswires.

Curitiba recebe projeto de luxo da KSM Realty




Gestora do Banco Modal lança condomínio de R$ 127 milhões

Da Redação

redacao@amanha.com.br



Será em Curitiba o primeiro projeto residencial da gestora de recursos KSM Realty, braço imobiliário do Banco Modal. Neste mês, a companhia lança na capital paranaense, em parceria com a incorporadora local AG7 Realty, o Ícaro Jardins do Graciosa, condomínio de luxo com Valor Geral de Vendas [soma do valor potencial de venda de todas as unidades de um empreendimento] de R$ 127 milhões. O preço médio por metro quadrado será de R$ 12,5 mil. O preço inicial dos apartamentos varia de R$ 4 milhões a R$ 11,5 milhões.

Localizado em bairro nobre, o projeto utiliza o conceito de casas suspensas, com cada unidade ocupando um andar. Serão três torres com o total de 21 unidades. A expectativa é que pelo menos 50% do Ícaro seja vendido nos próximos seis meses. A KSM Realty é detentora de 65% do projeto no qual atuará como co-incorporadora e gestora. Esse é o primeiro lançamento do fundo residencial de R$ 100 milhões da KSM, criada há pouco mais de dois anos. Para além do terreno e do desenvolvimento do projeto em Curitiba, o recurso está destinado para a compra de mais quatro terrenos (três em São Paulo e um no Rio de Janeiro). A unidade paranaense foi comprada por R$ 14 milhões, ainda em setembro de 2014. 

Nos próximos dois meses, a KSM Realty planeja iniciar a captação de US$ 200 milhões, junto a investidores americanos, para outro fundo residencial, focado em empreendimentos "long stay" (serviços destinados a hospedagem por períodos mais longos). A intenção é lançar de seis a dez prédios no mesmo formato em São Paulo. Além do Banco Modal, a KSM tem como sócios Oscar Segall, Raul Amorim de Souza, Jorge Felipe Lemann, João Amorim de Souza Neto, Carlos Eduardo Malagoni e Carolina Burg.



quarta-feira, 8 de junho de 2016

Investidores estrangeiros apostam na recuperação do país






Bloomberg News
bandeira do brasil
Bandeira do Brasil: demanda por análises de integridade e risco político, investigações e diligência prévia para fusões e aquisições aumentou de forma significativa


Geert Aalbers, diretor sênior e chefe da Control Risks no Brasil, parece estar no lugar certo, na hora certa. A consultoria global de risco, que opera no país há cerca de 20 anos, registra crescimento substancial desde o ano passado.

Sem antecipar os números, Aalbers diz que 2016 será o melhor ano da companhia no Brasil. Com a crise política e o escândalo da Petrobras, a demanda por análises de integridade e risco político, investigações e diligência prévia para fusões e aquisições aumentou de forma significativa.
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“Estamos vendo um grande interesse de investidores internacionais, fundos de private equity, fundos de pensão, grandes conglomerados, todos tentando compreender o cenário e buscando boas oportunidades para colocar os pés na América Latina”, diz.

Os ativos brasileiros se tornaram tão baratos que alguns analistas chegaram a qualificar o Brasil, junto com outros mercados emergentes, como o negócio desta década. A moeda brasileira se desvalorizou de forma significativa em relação ao dólar em 2015 e apesar da recuperação vista nos primeiros meses deste ano ainda está no menor valor desde 2003.

Com a recessão e a desvalorização do real, as companhias brasileiras nunca estiveram tão baratas. Muitas delas, afetadas pela crise e pelo escândalo de corrupção na Petrobras, estão vendendo boa parte de seus ativos. É o caso do BTG Pactual, maior banco de investimento independente da América Latina.

Desde que o fundador e CEO do banco, André Esteves, foi preso sob a acusação de tentar atrapalhar as investigações do esquema de corrupção, o BTG se desfez de ativos importantes, como o controle do banco suíço BSI e ações na Rede D'Or São Luiz, a maior rede de hospitais privados do país.

De acordo com relatório da área de inteligência da Thomson Reuters, o banco atuou em dez negociações apenas no primeiro trimestre deste ano, totalizando US$ 2,779 bilhões.

A Petrobras, com uma dívida que supera os US$ 130 bilhões, também planeja vender US$ 15 bilhões em ativos até o fim do ano.

Robert Abad, fundador da consultoria em mercados emergentes EM+BRACE, baseada na Califórnia, diz que o Brasil ainda é uma das nações mais promissoras da América Latina. “Há uma filosofia que todo investidor em mercados emergentes precisa ter. Se o país tem uma boa base, se houve progresso ao longo dos anos, então quando uma crise dessas acontece é o momento certo para investir”, diz.

Dados da plataforma financeira Dealogic mostram que o número total de fusões e aquisições no Brasil atingiu US$ 22,59 bilhões no último trimestre de 2015, o melhor quarto trimestre desde 2013 e o terceiro melhor desde que os dados começaram a ser registrados, em 1995.

Outro relatório, da consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC), apontou que o número de fusões e aquisições no Brasil em 2015 diminuiu 16% quando comparado com o ano anterior.

Mas, se consideradas apenas as negociações fechadas por investidores estrangeiros no país, o número sobe 1%, de 338 em 2014 para 342 em 2015. Pela primeira vez, desde que o relatório começou a ser feito, mais acordos foram firmados por investidores de outros países do que por brasileiros.

A consultoria Control Risks vê oportunidades em uma série de setores, como infraestrutura, energias renováveis, serviços, saúde e educação. “O Brasil é um país imenso, com grandes necessidades em áreas básicas, como infraestrutura. O novo ciclo de desenvolvimento vai exigir investimentos e o governo vai trabalhar para melhorar os incentivos e o retorno para os investidores”, afirma Aalbers.

Depois de atingir, em janeiro, o menor valor desde 2008, o Índice Bovespa, principal indicador da bolsa de valores de São Paulo, teve alta de mais de 23% nos primeiros meses deste ano, e se tornou um dos investimentos com a melhor performance do mundo em 2016.

A alta foi influenciada pelo avanço do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, já que o fim do impasse político é visto pelos investidores como um importante passo rumo à retomada do crescimento da economia.

Caio Mesquita, fundador da consultoria independente de investimentos Empiricus, diz que o mercado deve continuar a reagir positivamente à mudança de governo. “O que vai acontecer daqui pra frente depende muito do tipo de governo que será formado, mas, de qualquer forma, se você tem uma visão de longo prazo, é um bom momento para investir no Brasil.”

Aalbers, da Control Risks, vive no Brasil há 18 anos e diz que há duas maneiras de olhar para o país. “O primeiro é com euforia, como vimos durante o boom do país. O segundo, é com realismo. Os riscos e custos de fazer negócios no Brasil são altos e continuarão sendo pelo menos por um tempo. Os investidores que estiverem preparados para entender o cenário e absorver esses custos, terão sucesso.”

Meirelles diz que governo busca crescimento sustentável






Ueslei Marcelino / Reuters
Ministro da Fazenda Henrique Meirelles, dia 08/06/2016
Henrique Meirelles: o ministro admitiu que o Brasil vive a crise econômica mais “intensa” de sua história


O Brasil está vendo hoje um novo discurso e uma nova direção que pretende alterar o curso da economia brasileira, disse o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ao discursar nesta quarta-feira (8) para empresários no Palácio do Planalto.

Meirelles acompanhou o presidente interino, Michel Temer, que se reuniu com mais de 100 representantes do setor para ouvir sugestões a fim de solucionar a crise econômica.
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“Os senhores ouvem hoje um novo discurso, uma nova direção, que pretende alterar o curso da economia para termos crescimento, mais oportunidade, maior produtividade, emprego e renda. São intenções declaradas por todos os governos, mas este está tomando medidas concretas, avaliando a crise e buscando um crescimento sustentável para o Brasil nas próximas décadas”, destacou.

Meirelles admitiu que o Brasil vive a crise econômica mais “intensa” de sua história. Não será surpresa se o Produto Interno Bruto (PIB), [a soma de todas as riquezas], for o menor desde o “início do século 20”.

Mas destacou que, após a aprovação de medidas propostas pelo governo ao Congresso Nacional, será possível retomar o crescimento nos próximos trimestres. Disse, ainda, que é cauteloso e prefere “a máxima de prometer menos e entregar mais”.
 

Crise intensa


“Estamos vivendo a crise mais intensa da história do Brasil. Vamos esperar, mas não será surpresa se contração deste ano for a mais intensa desde que PIB começou a ser medido no início do século 20. É uma crise que gerou 11 milhões de desempregados. Temos que reverter esse processo”, disse.

O ministro enfatizou que o número de desempregados no país é similar à população de Cuba. “Temos que reverter este processo”, afirmou.

Henrique Meirelles disse, ainda, que diagnósticos equivocadas no passado levaram a economia à atual situação e a equipe econômica tem trabalhado para mudar a situação que levou a erros causando consequências graves à economia, como a intervenção em preços e medidas que inibiram os investimentos.
 

Gastos limitados


O ministro criticou também o crescimento da dívida pública nos últimos anos. Uma das medidas do governo para reverter essa situação é a de limitar os gastos públicos, iniciativa já anunciada pelo presidente interino Michel Temer.

E, mais uma vez, voltou a dizer que a falta de clareza e o endividamento no atual patamar levaram a uma falta de confiança dos investidores.

O ministro da Fazenda prometeu a continuidade das medidas econômicas e disse o trabalho da equipe para recuperar a economia é intenso, “dia e noite”.

Citou, ainda, o esforçou para resolver as mudanças na Previdência Social e sanar o déficit do setor. Ao encerrar o discurso, ele conclamou os empresários ao trabalho: “Vamos trabalhar e sucesso a todos”.


Recessão amplia necessidade de capital da Caixa, diz Moody's






Lia Lubambo/EXAME
2 - Caixa Econômica Federal
Caixa: os analistas da Moody's afirmaram que a injeção de capital não deve exceder 0,3% do PIB ou 1% das receitas do governo
 
Flavia Alemi, do Estadão Conteúdo


São Paulo - A agência de classificação de risco Moody's afirmou em relatório divulgado nesta quarta-feira, 8, que a Caixa Econômica Federal pode precisar de apoio do governo caso não consiga vender ativos ou reduzir dividendos.

E, segundo a agência, é mais provável que esse apoio venha na forma de tolerância regulatória do que como injeção de capital, já que o governo convive com um enorme déficit fiscal.
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No entanto, caso uma injeção de capital seja necessária, os analistas da Moody's afirmaram que o montante requerido não deve exceder 0,3% do PIB ou 1% das receitas do governo, e que este poderia arcar com tal demanda apesar de sua situação fiscal.

O panorama montado pela agência sobre a situação da Caixa ressalta o aumento dos gastos com provisões, decorrente de uma combinação entre crescente inadimplência e desaceleração do volume de negócios. Segundo a Moody's, isso resultou no consumo total das receitas antes das provisões desde 2015.

Além disso, na visão da agência, a Caixa é mais sensível à recessão econômica que outros grandes bancos brasileiros, uma vez que seu enfoque está na concessão de crédito para setores em que a capacidade de honrar a dívida está intimamente ligada ao aumento do desemprego e à inflação.

"Historicamente, o foco da Caixa em classes de empréstimos com garantia como crédito imobiliário e consignado ajudou a entidade a manter taxas de inadimplência abaixo da média do sistema, mas a forte expansão em carteiras não tradicionais para o banco expuseram a instituição a classes de ativos de maior risco", afirmou Ceres Lisboa, vice-presidente sênior da Moody's.

"Esperamos que a atual recessão resultará em aumento das provisões para o banco."

Crise pode ser "até maior do que os Anos 30", diz Meirelles






Reuters/Ueslei Marcelino
Henrique Meirelles
Henrique Meirelles: "não será surpresa se contração deste ano for a mais intensa desde que PIB começou a ser medido no início do século 20"
 
Carla Araújo, do Estadão Conteúdo
Idiana Tomazelli e Tânia Monteiro, do Estadão Conteúdo


Brasília - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta quarta-feira, 8, que o Brasil enfrenta a crise mais intensa de sua história e que não será uma surpresa se o recuo do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano for o maior desde que começou a contabilidade nacional no País.

Em discurso durante evento no Palácio do Planalto, porém, Meirelles disse que o governo em exercício está tomando "medidas concretas", avaliando as razões da crise para solucioná-la.
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"Estamos vivendo crise mais intensa da história do Brasil. Vamos aguardar, mas não será surpresa se contração deste ano for a mais intensa desde que PIB começou a ser medido no início do século 20, até maior do que nos Anos 30. É uma crise que gerou 11 milhões de desempregados. Então, nós temos que reverter esse processo", afirmou Meirelles.

O ministro destacou que o governo vem trabalhando para realizar um diagnóstico correto e preciso da situação da economia e do que levou o País a esta situação.
Isso porque, segundo ele, diagnósticos equivocados no passado "levaram a erros e causaram consequências graves à economia".

"Os senhores ouvem hoje um novo discurso, um novo tom, uma nova direção. Direção que pretende de fato alterar o curso da economia brasileira, visando de fato a ter crescimento, mais oportunidade, maior renda. São intenções declaradas por todos os governos, mas este governo está tomando medidas concretas, avaliando as razões para a crise e proporcionar um crescimento sustentável para o Brasil nas próximas décadas", disse Meirelles.

Mais cedo, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, disse no mesmo evento com empresários que a solução da crise não passa pelo aumento de impostos. Meirelles disse que a equipe econômica vai "olhar por trás disso" para detectar os efeitos do aumento de impostos na economia.

 

Medidas


O ministro da Fazenda afirmou também que o governo está trabalhando em um "elenco muito forte de medidas" para a retomada do crescimento. "Não tenho a menor dúvida de que, no momento em que tudo isso seja aprovado pelo Congresso, chegaremos nos próximos trimestres a retomar crescimento de forma que pode surpreender", disse. "É possível que tenhamos retomada mais forte", acrescentou o ministro.

Em evento com empresários e a presença do presidente em exercício Michel Temer (PMDB), Meirelles voltou a destacar a necessidade de reequilibrar as contas públicas e destacou erros que, segundo ele, foram praticados nas gestões passadas. "De 1997 até 2015, as despesas públicas totais do Brasil cresceram mais de 5,8% ao ano acima da inflação. Isso foi sustentado pelo aumento da tributação", disse o ministro.

Segundo Meirelles, a desaceleração da economia tornou a trajetória de crescimento dos gastos insustentável. "Houve aceleração das despesas enquanto houve queda do processo de crescimento", disse. "É fundamental que se restaure a saúde das finanças públicas", defendeu.

O ministro disse ainda que o estabelecimento de um teto para os gastos, com crescimento limitado à inflação daquele ano, como proposto pelo governo, já contribui para melhorar a confiança, não só de empresários, mas também de consumidores. Meirelles afirmou que as famílias estavam dentro de suas casas com medo de perder o emprego.

"Este processo começa a ser revertido quando o governo sinaliza que controla suas contas", disse.

Além das medidas estruturais, Meirelles afirmou que é preciso ter uma boa administração nas empresas públicas e nos serviços prestados pelo governo. Por isso, classificou como "fundamental" o projeto que prevê melhorias na governança de estatais e de fundos de pensão.

"É um elenco muito forte de medidas, estamos num processo constante", afirmou o ministro. "Gosto de seguir a máxima: prometer menos, entregar mais."

MP amplia teto de capital estrangeiro em empresas aéreas





Joao Carlos Medau/Flickr/Creative Commons
Avião Airbus A318-122 da Avianca na pista do aeroporto de Congonhas, em São Paulo
Avião da Avianca: a MP ainda segue para votação no plenário da Câmara e depois vai ao plenário do Senado
 
André Borges, do Estadão Conteúdo


Brasília - Foi aprovada na tarde desta quarta-feira, 8, em comissão mista do Congresso, uma medida provisória que aumenta para até 49% a participação de empresas estrangeiras em capital de companhias aéreas nacionais. 

Pela regra atual, esse limite é de 20%. Apesar do aumento, a decisão contraria o que defende a atual cúpula do governo Temer, que pleiteava a liberação integral para negócios com empresas de fora.
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Ontem, o deputado Zé Geraldo (PT-PA), relator da Medida Provisória 714, chegou a anunciar que a MP abriria a participação de 100% para empresas de outros países.

Hoje, no entanto, ele apresentou uma "errata", mantendo a proposta de 49% que era defendida pela presidente afastada Dilma Rousseff. Segundo Zé Geraldo, houve "um erro" de sua assessoria técnica ao incluir a emenda de 100% na medida.

Apesar da aprovação pela comissão mista criada para debater o assunto, o martelo ainda não está batido. A MP, que precisa ser aprovada até o dia 29 de junho, ainda segue para votação no plenário da Câmara e depois vai ao plenário do Senado, para então seguir à sanção presidencial.

No Congresso, já se fala que o líder do governo na Câmara, deputado André Moura (PSC-SE), estaria orientado a incluir um "destaque" na MP, com a proposta de retomar a abertura de 100% de capital estrangeiro.

A MP 714 também prevê uma mudança importante na gestão de recursos arrecadados pelo Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac), com impacto direto no caixa da Infraero.

Pela proposta, uma parte das cobranças tarifárias feitas pelos aeroportos - taxa conhecida como Ataero - será destinada diretamente para o orçamento da estatal, em vez de ser enviada para o Fnac.

O impacto estimado é de algo entre R$ 500 milhões e R$ 600 milhões por ano na Infraero, que tem enfrentado sérias restrições de caixa nos últimos anos.

Usado regularmente pelo Tesouro para melhorar o resultado das contas públicas, o Fnac teve cerca de R$ 4,4 bilhões contingenciados em 2014 e 2015.

A MP prevê ainda que o fundo tenha parte de seus recursos aplicados obrigatoriamente na formação de pilotos.
 

Reciprocidade


Apesar de a participação estrangeira ter sido ampliada para até 49%, a MP abre espaço para movimentações societárias das empresas Latam e Avianca no Brasil, que possuem participação de capital do Chile e da Colômbia, respectivamente.

Pela regra de reciprocidade, empresas de outros países poderão exercer participação societária superior ao limite estabelecido, desde que seu país de origem ofereça o mesmo tratamento para companhias brasileiras. Chile e Colômbia abrem a possibilidade de 100% de participação de capital de fora.

Já nos Estados Unidos, por exemplo, o limite de entrada de investidores estrangeiros é de 25%. Na Europa, o teto é de 49%.