sexta-feira, 5 de agosto de 2016

MPF diz que Lula foi ativo em corrupção da Petrobras







Paulo Whitaker/Reuters
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Lula: MPF diz que ex-presidente recebeu "vantagens indevidas" em esquema de corrupção na Petrobras
 
Ricardo Brandt, do Estadão Conteúdo
Julia Affonso, do Estadão Conteúdo
 
 
Fausto Macedo e Mateus Coutinho, do Estadão Conteúdo

São Paulo - Em manifestação de 70 páginas, o Ministério Público Federal defende a competência do juiz federal Sérgio Moro para julgar o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e afirma que o petista 'participou ativamente do esquema criminoso' na Petrobras.

O documento é subscrito por quatro procuradores da República que compõem a força-tarefa da Operação Lava Jato.

"Considerando os dados colhidos no âmbito da Operação Lava Jato, há elementos de prova de que Lula participou ativamente do esquema criminoso engendrado em desfavor da Petrobras, e também de que recebeu, direta e indiretamente, vantagens indevidas decorrentes dessa estrutura delituosa", acusam os procuradores.

A manifestação é uma resposta à ofensiva da defesa de Lula que, em exceção de incompetência, alega parcialidade do juiz Moro para conduzir as investigações contra o ex-presidente.

A Lava Jato suspeita que Lula é o verdadeiro proprietário do sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), e do tríplex 164-A no Guarujá - os advogados de Lula negam taxativamente que ele possua tais propriedades.

A investigação também mira a LILS, empresa de palestras do ex-presidente.

A defesa de Lula alega que inexistem motivos para que Moro 'seja competente para processar e julgar os feitos que o envolvem, em razão de os fatos supostamente delituosos - aquisição e reforma de imóveis nos municípios de Atibaia e Guarujá e realização de palestras contratadas - consumaram-se no Estado de São Paulo, não apresentando conexão com os fatos investigados no âmbito da Operação Lava Jato'.

Os procuradores Julio Carlos Motta Noronha, Roberson Henrique Pozzobon, Jerusa Burmann Viecili e Athayde Ribeiro Costa afirmam que há 'fortes indícios' de envolvimento de Lula no esquema Petrobrás.

"Contextualizando os fortes indícios, diversos fatos vinculados ao esquema que fraudou as licitações da Petrobras apontam que o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (Lula) tinha ciência do estratagema criminoso e dele se beneficiou", acusam os procuradores.

A peça é um verdadeiro libelo e remonta ao episódio do Mensalão, 11 anos atrás, primeiro escândalo da era Lula.

"Considerando que uma das formas de repasse de propina dentro do arranjo montado no seio da Petrobras era a realização de doações eleitorais, impende destacar que, ainda em 2005, Lula admitiu ter conhecimento sobre a prática de "caixa 2" no financiamento de campanhas políticas", destacam.

Os procuradores observam que Lula, em recente depoimento à Polícia Federal, "reconheceu que, quanto à indicação de Diretores para a Petrobras 'recebia os nomes dos diretores a partir de acordos políticos firmados'".

"Ou seja, Lula sabia que empresas realizavam doações eleitorais 'por fora' e que havia um ávido loteamento de cargos públicos. Não é crível, assim, que Lula desconhecesse a motivação dos pagamentos de 'caixa 2' nas campanhas eleitorais, o porquê da voracidade em assumir elevados postos na Administração Pública federal, e a existência de vinculação entre um fato e outro", acusam.

Segundo os procuradores, "a estrutura criminosa perdurou por, pelo menos, uma década". A Lava Jato investiga o esquema de corrupção, cartel e propinas instalado na Petrobras entre 2004 e 2014.

A peça lista quadros importantes do PT, antigos aliados de Lula, muitos deles acabaram na prisão da Lava Jato.

"Nesse arranjo, os partidos e as pessoas que estavam no Governo Federal, dentre elas Lula, ocuparam posição central em relação a entidades e indivíduos que diretamente se beneficiaram do esquema: José Dirceu, primeiro ministro da Casa Civil do Governo de Lula, pessoa de sua confiança, foi um dos beneficiados com o esquema; André Vargas, líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados durante o mandato de Lula, foi um dos beneficiados com o esquema; João Vaccari, tesoureiro do Partido dos Trabalhadores, legenda pela qual Lula se elegeu, foi um dos beneficiados com o esquema; José de Filippi Júnior, tesoureiro de campanha presidencial de Lula em 2006, recebeu dinheiro oriundo do esquema; João Santana, publicitário responsável pela campanha presidencial de Lula em 2006, recebeu dinheiro oriundo do esquema."

Os procuradores se reportam também a inquéritos abertos no Supremo Tribunal Federal e relatam que "partidos políticos da base aliada do Governo Federal de Lula e seus filiados receberam recursos oriundos do esquema".

"Executivos das maiores empreiteiras do País, que se reuniam e viajavam com Lula, participaram do esquema criminoso, fraudando as licitações da Petrobras, e pagando propina. Considerando que todas essas figuras, diretamente envolvidas no estratagema criminoso, orbitavam em volta de Lula e do Partido dos Trabalhadores, não é crível que ele desconhecesse a existência dos ilícitos", destaca o documento.

A Procuradoria afirma que "mesmo após o término de seu mandato presidencial, Lula foi beneficiado direta e indiretamente por repasses financeiros de empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato".

"Rememore-se que, no âmbito desta operação, diversos agentes públicos foram denunciados por receber vantagem indevida mesmo após saírem de seus cargos. Além disso, é inegável a influência política que Lula continuou a exercer no Governo Federal, mesmo após o término de seu mandato (encontrando-se até hoje, mais de cinco anos após o fim do seu mandato com a atual Presidente da República). E, por fim, não se esqueça que diversos funcionários públicos diretamente vinculados ao esquema criminoso, como os Diretores da Petrobrás Paulo Roberto Costa e Renato Duque, foram indicados por Lula e permaneceram nos cargos mesmo após a saída deste da Presidência da República."

 

Defesa de Lula


O advogado José Roberto Batochio, que coordena a estratégia de defesa do ex-presidente Lula, afirma que a Justiça Federal no Paraná, base da Lava Jato, não detém competência para conduzir os feitos relativos ao petista.

"A defesa de Lula arguiu a incompetência do juiz do Paraná para apreciar e julgar estes casos que envolvem o apartamento do Guarujá, o sítio de Atibaia e o Instituto Lula por uma razão muito simples."

"A lei diz que o juiz competente para julgar os fatos é o juiz do local onde os fatos teriam ocorrido. O apartamento que, indevidamente, é apontado como de propriedade de Lula, fica no Guarujá, que não se confunde com Guaratuba. Guaratuba fica no Estado do Paraná. De outro lado, o sítio se situa em Atibaia, que é Estado de São Paulo. Atibaia não é Atobá, uma cidade do Paraná", destacou o advogado.

Segundo Batochio, "não há nenhuma razão para esses processos estarem no Paraná". "Como questionamos isso, que o caso não tem nada a ver com o Paraná, o Ministério Público Federal, para contestar nossa exceção de incompetência, escreve setenta páginas. Só pelo fato de ter escrito setenta páginas significa que a tese é insustentável. Guarujá é, de fato, no Estado de São Paulo. E Atibaia é, de fato, no Estado de São Paulo. Guarujá e Atibaia não são no Paraná", disse. "Para 'provar' que Guarujá e Atibaia estão no Paraná, os procuradores escrevem setenta páginas", salientou.

O advogado afirmou ainda que o caso vai ser resolvido pelos tribunais superiores, "de modo a colocar as coisas nos devidos lugares". "A não ser que tenham mudado Guarujá e Atibaia para o Estado do Paraná", comentou.

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Otimismo com transação da SABMiller dá impulso a AB InBev






Spencer Platt/Getty Images
Garrafas da cerveja Budweiser, da AB InBev, em exposição em um bar de Nova York, Estado Unidos
Ab Inbev: ação chegou a subir 2,6 por cento em Bruxelas
 
Thomas Buckley, da Bloomberg


As ações da Anheuser-Busch InBev subiram com a perspectiva otimista de que a maior cervejaria do mundo conseguirá obter apoio suficiente dos acionistas para completar sua oferta de US$ 103 bilhões pela SABMiller mesmo depois de o maior acordo do setor cervejeiro ter encontrado um obstáculo inesperado nesta semana.

A ação chegou a subir 2,6 por cento em Bruxelas. Marshall Wace, um hedge fund com sede em Londres, disse na sexta-feira que apoia a nova oferta e controla mais de 1 por cento das ações da SABMiller.

A cervejaria belga repetiu na sexta-feira que pretende concluir a aquisição neste ano ao reportar um crescimento dos lucros no segundo trimestre inferior às estimativas dos analistas em mercados desafiadores na América do Sul.

“Em um dia normal, esperaríamos que as ações sofressem algum tipo de pressão nesta manhã”, escreveu Jonathan Fyfe, analista da Mirabaud.

‘‘No entanto, as notícias da noite de ontem, de que vários acionistas da SABMiller se declararam a favor da oferta, podem muito bem ser uma compensação conveniente”.

Diante da queda da popularidade de suas grandes marcas nos EUA e na Europa Ocidental, o CEO Carlos Brito passou os últimos 10 meses correndo atrás da SABMiller.

A oferta encontrou dificuldades inesperadas depois que a libra despencou devido à decisão do Reino Unido, em referendo, de sair da União Europeia.

No início desta semana, a AB InBev elevou sua oferta pela última vez e a SABMiller congelou todo o contato com a empresa sobre a integração, levantando a possibilidade de que o maior acordo da história do setor cervejeiro possa cambalear.
 

Ações em alta


A SABMiller chegou a avançar 1,7 por cento, para 43,97 libras, em Londres. A AB InBev elevou a oferta na segunda-feira para 45 libras por ação ou uma alternativa em dinheiro e ações no valor de cerca de 50,72 libras.

Os resultados registraram alta de 4,3 por cento, para US$ 4,01 bilhões, ajustados antes de juros, impostos, depreciação e amortização, porque as remessas caíram 1,7 por cento inesperadamente, disse a fabricante da Stella Artois. Os analistas esperavam um crescimento de 6,9 por cento.

A AB InBev disse que a receita brasileira vai estagnar apesar da Olimpíada do Rio de Janeiro no próximo mês.

O consumo está sofrendo no Brasil devido a impostos mais altos, a uma mudança no governo, à economia em queda e ao surto do vírus Zika.

No primeiro trimestre do ano, a fraqueza no Brasil provocou as piores vendas na América Latina desde 2009 e a AB InBev disse na sexta-feira que essa fraqueza demorou mais do que o previsto e obrigou-a a abandonar sua projeção de crescimento da receita no Brasil neste ano.

“O Brasil está enfrentando um ambiente de consumo muito difícil, a inflação está alta, os salários estão sob pressão e tivemos um trimestre muito duro”, disse Brito em teleconferência com jornalistas.

“Vemos sinal de melhora macroeconômica e tentamos adotar uma visão de longo prazo e o Brasil ainda é um ótimo lugar para fazer negócios”.

Número de fusões e aquisições desfeitas é o maior em 5 anos






Divulgação
Laboratório da Pfizer
Laboratório Pfizer: a empresa pagou uma multa de 150 milhões de dólares por desistir de uma compra
São Paulo — Passam os anos e uma máxima do mundo empresarial se mostra cada vez mais atual: os melhores negócios são, muitas vezes, aqueles que não são feitos. Quando a economia vai bem, dificilmente alguém se lembra disso. Nesses momentos, o objetivo é comprar, fundir empresas e crescer.

Os compradores, com medo de ser passados para trás por concorrentes igualmente ávidos por crescimento, exigem poucas garantias dos vendedores e pagam preços elevados. Quando os ventos mudam, os problemas ficam evidentes, e o jeito é tentar arrastar todo mundo de volta para a mesa de negociação. É essa a situação no Brasil hoje.

Nos últimos cinco anos, as fusões e aquisições no país somaram cerca de 300 bilhões de dólares, e as brigas entre antigos sócios mostram que parte delas nunca deveria ter saído do papel. Atualmente, algumas das transações estão sendo desfeitas; outras, renegociadas — em determinadas situações, as divergências são tão grandes que os casos foram parar nos tribunais. 

Um levantamento feito, a pedido de EXAME, pela consultoria Dealogic mostra que, nos últimos 12 meses, 16 transações foram desfeitas, somando 12 bilhões de dólares. É o maior volume desde 2011. 

“Quando o negócio tem alguns pecados mas é lucrativo, o investidor releva.

Mas, quando fica frustrado com os resultados, parte para a briga”, diz José Roberto Castro Neves, sócio do escritório FCDG Advogados, envolvido numa dezena de discussões desse tipo. O volume de arbitragens no país também aumentou, e 60% delas são embates societários.

Os principais casos são de compradores que buscam alterar o preço da aquisição ou desfazê-la sem pagar multa — alegando que os resultados estão abaixo do esperado, por exemplo — e de vendedores que exigem indenizações porque os sócios resolveram cancelar o contrato. As discussões em arbitragem incluem operações feitas há até quatro anos.

Quando o fundo de private equity KKR comprou a empresa brasileira de tecnologia Aceco em 2014, estava há pelo menos dois anos buscando um negócio para estrear no país. A Aceco crescia 60% ao ano, com a demanda de bancos e empresas para construção ou ampliação de data centers. O KKR pagou 1,5 bilhão de reais pela empresa em abril de 2014.

Em janeiro, iniciou uma arbitragem para desfazer a operação, alegando que os vendedores — a família Nitzan e o fundo de private equity General Atlantic — fraudaram o balanço para esconder passivos e valorizar a empresa. Segundo EXAME apurou, a General Atlantic diz que o KKR está insatisfeito porque se endividou para fazer a compra.

Como os resultados da empresa pioraram em razão da crise, ficou difícil pagar a dívida e o fundo se arrependeu. Essa não é a única disputa em que o KKR está envolvido no Brasil. O fundo é um dos donos do grupo americano de ensino Laureate, que comprou a universidade FMU no Brasil há três anos, por 1 bilhão de reais.

A Laureate argumenta que o desempenho da faculdade brasileira é inferior ao que os donos da FMU lhe apresentaram e quer rever o preço — o fundador Edvaldo da Silva diz que não. O caso foi parar num tribunal de arbitragem. A pressa de fechar negócios quando a economia estava aquecida levou muitos compradores a abrir mão de fazer auditorias detalhadas — e, por isso, demoraram para descobrir problemas.

Em maio, a varejista Leader entrou com uma ação no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro para suspender o restante do pagamento pela compra da concorrente Seller, que foi feita em 2013 e custou 500 milhões de reais. A Leader alega que foi notificada recentemente pelo Ministério Público de “inconsistências” fiscais da Seller. A própria Leader foi uma aquisição-problema.

O banco BTG Pactual comprou a empresa em 2012 e, segundo executivos ligados à operação, a pressa foi maior do que a análise da companhia. Com um endividamento que chegou a 1 bilhão de reais em 2015, a Leader acabou sendo revendida por 1 real.

A discussão dos passivos tributários também colocou em pé de guerra a rede americana de farmácias CVS e a família Arede, que vendeu a Drogaria Onofre aos americanos em fevereiro de 2013. A CVS quer um desconto de quase 20% no valor da aquisição, que somou 600 milhões de reais. A alegação é que as dívidas fiscais são maiores do que o que foi informado.

A família Arede diz que a CVS perdeu o prazo para utilizar os créditos tributários gerados pela operação e está querendo diminuir o prejuízo. O caso também foi parar em tribunais de arbitragem. Os advogados contratados para assessorar as empresas em fusões e aquisições costumam antecipar problemas que podem acontecer depois que os negócios são fechados.

Há uma descrição detalhada das situações em que a transação pode ser desfeita e das multas que podem ser cobradas. Isso só não acontece quando os contratos são fechados às pressas — ou quando a situação financeira dos envolvidos muda tão rapidamente que fica difícil saber o que fazer.

É o caso da empresa americana de energia SunEdison, que pediu recuperação judicial menos de um ano depois de ter se comprometido a realizar duas operações com a brasileira Renova, de energias renováveis, em julho de 2015. A SunEdison deveria comprar parques eólicos da Renova e pagá-los com ações de sua subsidiária, a TerraForm.

Depois disso, a Renova venderia centrais hidrelétricas para a TerraForm. A primeira parte do negócio aconteceu, mas a SunEdison desistiu da segunda etapa — e, por isso, pagou à Renova uma multa de 10 milhões de dólares. Agora a Renova quer exercer sua opção de venda das ações na TerraForm por 15 dólares, conforme previsto em contrato, mas a SunEdison alega que não tem como cumprir o combinado.

Mudanças regulatórias têm sido outro foco de problemas. A fusão da corretora Gradual com a administradora de recursos Bridge terminou em briga.

Meses depois do anúncio do negócio, realizado em fevereiro de 2015, Fernanda Lima, dona da Gradual, foi informada pelo Banco Central que a análise da transação levaria meses e dificilmente seria aprovada por causa dos problemas envolvendo Zeca Oliveira, dono da Bridge.

Em julho, Oliveira foi denunciado pelo Ministério Público, acusado de autorizar aplicações irregulares de fundos de pensão quando presidia o banco BNY Mellon no Brasil.

Segundo pessoas próximas às empresas, Fernanda conversou sobre o assunto com Oliveira e, no dia seguinte, recebeu a notificação de que a Bridge enviaria o caso a um tribunal de arbitragem. Para Oliveira, Fernanda estava rompendo o contrato. Nenhuma das empresas citadas nesta reportagem deu entrevista.

 

Capítulo da discórdia


A proliferação das brigas entre antigos sócios está levando os escritórios de advocacia a mudar as cláusulas destinadas a resolver as desavenças. Na maioria dos casos, estão limitando os motivos que podem ser alegados para desfazer negócios — e também o prazo durante o qual compradores e vendedores podem recorrer. Isso exige que os contratos sejam bem mais detalhados.

“O que era resolvido em um parágrafo agora tem páginas de previsões de rompimento”, diz Gabriel Leutewiler, sócio do escritório Santos Neto Advogados. Os novos contratos também têm cláusulas que permitem que o negócio seja desfeito em caso de dano de imagem — um trecho que foi incluído em razão das operações Lava-Jato e Zelotes. Não é apenas no Brasil que as fusões e as aquisições têm dado errado.

Houve um recorde de operações desfeitas nos Estados Unidos em 2016. O grupo farmacêutico Pfizer pretendia comprar a irlandesa Allergan por 150 bilhões de dólares e transferir sua sede para a Irlanda para pagar menos impostos — mas o governo americano mudou as regras fiscais e o negócio deixou de ser viável.

A Pfizer voltou atrás e pagou 150 milhões de dólares de multa por desistir da aquisição. Mais uma vez, não ter feito nada teria sido a melhor opção.

Venda da Fórmula 1 está próxima, diz jornal





braverabbit/Thinkstock
Carro de Fórmula 1
Fórmula 1: franquia tem cerca de 350 funcionários e movimenta 1,7 bilhão de euros em negócios
 
 
 
 
São Paulo - A venda da Fórmula 1 está próxima. Segundo o The Wall Street Journal, possíveis compradores já fizeram ofertas pela franquia de corridas de automobilismo e um ganhador deve ser anunciado nas próximas semanas.

Entre os interessados estão os grupos de televisão britânicos Sky PLC e Liberty Global e o norte-americano Discovery Communications, de acordo com o jornal. Ainda não se sabe a que valor a transação pode chegar.
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Fundado em 1950, o campeonato já promoveu mais de 900 corridas Grand Prix em mais de 30 países.
Além dos contratos com autódromos e equipes, a F1 negocia patrocínios e gordos direitos de transmissão na TV.

A empresa vendeu seu controle ao fundo de private equity CVC Capital Partners em 2006. Desde então, essa participação vem sendo reduzida e hoje está em aproximadamente 35%.

A gestora também comprou em 2007 uma fatia majoritária no circuito de corridas GP2.

Ela estuda se desfazer sua parte na F1 há tempos, mas nunca chegou a fechar acordo.

Um dos entraves para a venda, segundo o WSJ, foi o processo enfrentado pelo fundador e presidente da franquia de corridas, Bernie Ecclestone, acusado de suborno e fraude.

O caso foi arquivado em 2014 mediante um pagamento no valor de 100 milhões de dólares.

A F1 tem cerca de 350 funcionários e movimenta 1,7 bilhão de euros em negócios, de acordo com os números mais recentes divulgados pelo CVC.

Grupo chinês Fosun anuncia aquisição da gestora Rio Bravo





Divulgação
Gestora de investimentos Rio Bravo
Rio Bravo: acordo será assinado nesta terça, mas empresas não divulgaram detalhes
 
Fernanda Guimarães, do Estadão Conteúdo


São Paulo - O Brasil é geograficamente um canal que liga a América Latina e a Ásia, segundo o presidente do grupo chinês Fosun, Guo Guangchang.

O grupo acaba de anunciar seu primeiro investimento na região, com a aquisição do controle da Rio Bravo Investimentos, que tem entre seus sócios o ex-presidente do Banco Central (BC), Gustavo Franco.
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"Estamos muito satisfeitos em anunciar que a aquisição da Rio Bravo é um marco importante na estratégia da Fosun de estar presente nas maiores economias emergentes, associando oportunidades de investimento com capital em um contexto global, valorizando sempre o conhecimento local de parcerias fortes e bem-sucedidas", disse o executivo, em nota à imprensa.

O fechamento da aquisição, segundo a empresa, deverá acontecer uma vez verificadas certas condições estabelecidas no contrato firmado entre as partes, mas detalhes não foram fornecidos. O acordo entre as partes será assinado nesta terça-feira.
 

Varejo já fechou 166,9 mil lojas em 2015 e 2016, diz CNC






Marcelo Camargo/Agência Brasil
Comércio varejista de São Paulo deve fechar 2014 em queda
Varejo: apesar da melhora dos indicadores de confiança no setor de comércio a partir de maio, a CNC prevê uma queda de 10,6% das vendas do varejo em 2016
 
Adriana Fernandes, do Estadão Conteúdo


Brasília - Com o agravamento da recessão econômica, os empresários brasileiros fecharam 166,9 mil lojas de setor de varejos ao longo de 2015 e primeiro semestre deste ano. 

Levantamento divulgado nesta terça-feira, 2, pela Confederação Nacional de Comércio (CNC), mostra que 67,9 mil lojas foram fechadas somente nos primeiros seis meses de 2016. No ano passado, os dados da CNC apontam para 99 mil lojas fechadas.
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Apesar da melhora dos indicadores de confiança no setor de comércio a partir de maio, a CNC prevê uma queda de 10,6% das vendas do varejo em 2016, resultado pior do que o recuo de 8,6% em 2015.

Na região Sudeste, foram fechados 35.327 estabelecimentos. A pesquisa da CNC leva em consideração apenas lojas de varejo que têm trabalhadores com vínculo empregatício.

Elas somam cerca de 700 mil lojas em todo o País e respondem por aproximadamente 4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, segundo Fábio Bentes da divisão econômica da CNC.

Não há ainda previsões para o segundo semestre, mas a CNC não descarta a possibilidade de o número de lojas fechadas em 2016 ultrapassar o de 2015. Em 2014, o varejo abriu 11,45 mil novas lojas.

O fechamento de lojas é maior no segmento de hipermercados e supermercados. A inflação de alimentos que pressiona as vendas. "O varejo não conseguirá reagir de forma pujante se o setor de supermercados não reagir junto", disse Bentes.

Segundo ele, ainda não está clara se haverá uma reversão do quadro de alta dos preços nos próximos meses. Na sua avaliação, esse reversão será fundamental para acelerar a melhora do varejo no segundo semestre deste ano.

"Estamos dependendo de São Pedro", afirmou. Ele destacou ainda que o setor de comércio deve perder 267,2 mil postos de trabalho em 2016. No ano passado, o fechamento de vagas chegou a 278,5 mil.

A CNC espera piora das vendas no Dia dos Pais e também no Natal, como ocorreu também em outras datas importantes para o comércio, como Páscoa e Dia das Mães.


Justiça dos EUA acata pedido da Petrobras sobre ações






Ueslei Marcelino/Reuters
Petrobras, tanque da Petrobras
Petrobras: com isso, a consequência prática é que o julgamento só vai ocorrer após a corte de apelação se pronunciar
 
Da REUTERS


Rio de Janeiro - A Petrobras informou nesta terça-feira que a Corte Federal de Apelações do Segundo Circuito dos Estados Unidos suspendeu ações coletiva e individuais em curso na Corte Federal de Nova York até o julgamento de recurso da empresa contra uma decisão de certificação de classe.

"Com isso, está suspenso o início do julgamento da ação coletiva e das ações individuais, previamente marcado para iniciar em setembro de 2016", afirmou a empresa em nota, frisando que "continuará a defender firmemente os seus direitos".

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Texto atualizado às 17h00. Mais informações em instantes