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Ab Inbev: ação chegou a subir 2,6 por cento em Bruxelas
Thomas Buckley, da Bloomberg
As ações da Anheuser-Busch InBev
subiram com a perspectiva otimista de que a maior cervejaria do mundo
conseguirá obter apoio suficiente dos acionistas para completar sua
oferta de US$ 103 bilhões pela SABMiller mesmo depois de o maior acordo do setor cervejeiro ter encontrado um obstáculo inesperado nesta semana.
A ação chegou a subir 2,6 por cento em Bruxelas. Marshall Wace, um hedge
fund com sede em Londres, disse na sexta-feira que apoia a nova oferta e
controla mais de 1 por cento das ações da SABMiller.
A cervejaria belga repetiu na sexta-feira que pretende concluir a
aquisição neste ano ao reportar um crescimento dos lucros no segundo
trimestre inferior às estimativas dos analistas em mercados desafiadores
na América do Sul.
“Em um dia normal, esperaríamos que as ações sofressem algum tipo de
pressão nesta manhã”, escreveu Jonathan Fyfe, analista da Mirabaud.
‘‘No entanto, as notícias da noite de ontem, de que vários acionistas da
SABMiller se declararam a favor da oferta, podem muito bem ser uma
compensação conveniente”.
Diante da queda da popularidade de suas grandes marcas nos EUA e na
Europa Ocidental, o CEO Carlos Brito passou os últimos 10 meses correndo
atrás da SABMiller.
A oferta encontrou dificuldades inesperadas depois que a libra despencou
devido à decisão do Reino Unido, em referendo, de sair da União
Europeia.
No início desta semana, a AB InBev elevou sua oferta pela última vez e a
SABMiller congelou todo o contato com a empresa sobre a integração,
levantando a possibilidade de que o maior acordo da história do setor
cervejeiro possa cambalear.
Ações em alta
A SABMiller chegou a avançar 1,7 por cento, para 43,97 libras, em
Londres. A AB InBev elevou a oferta na segunda-feira para 45 libras por
ação ou uma alternativa em dinheiro e ações no valor de cerca de 50,72
libras.
Os resultados registraram alta de 4,3 por cento, para US$ 4,01 bilhões,
ajustados antes de juros, impostos, depreciação e amortização, porque as
remessas caíram 1,7 por cento inesperadamente, disse a fabricante da
Stella Artois. Os analistas esperavam um crescimento de 6,9 por cento.
A AB InBev disse que a receita brasileira vai estagnar apesar da Olimpíada do Rio de Janeiro no próximo mês.
O consumo está sofrendo no Brasil devido a impostos mais altos, a uma
mudança no governo, à economia em queda e ao surto do vírus Zika.
No primeiro trimestre do ano, a fraqueza no Brasil provocou as piores
vendas na América Latina desde 2009 e a AB InBev disse na sexta-feira
que essa fraqueza demorou mais do que o previsto e obrigou-a a abandonar
sua projeção de crescimento da receita no Brasil neste ano.
“O Brasil está enfrentando um ambiente de consumo muito difícil, a
inflação está alta, os salários estão sob pressão e tivemos um trimestre
muito duro”, disse Brito em teleconferência com jornalistas.
“Vemos sinal de melhora macroeconômica e tentamos adotar uma visão de
longo prazo e o Brasil ainda é um ótimo lugar para fazer negócios”.
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