Divulgação/Obrigado
Obrigado: marca investiu 22 milhões de reais em uma campanha de marketing – 12 milhões voltados só para SP
São Paulo - Com sistemas de cultivo e extração próprios que prometem preservar o frescor da água de coco, a marca baiana Obrigado quer ganhar espaço no Brasil e se aventurar no mercado externo.
"Queremos fazer barulho", diz Roberto Lessa, diretor de operações do Grupo Aurantiaca, que fabrica o produto.
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Resultado de investimentos que somam 570 milhões de reais nos últimos dez anos, a bebida começou a ser vendida no país em 2014.
Do ano passado para cá, sua produção saltou de cerca de 3 milhões de litros para 9,5 milhões de litros.
Para o 2017, a previsão é de novamente mais que triplicar o envase, para
32 milhões de litros. Espaço para crescer não falta: sua única fábrica
tem capacidade para processar 108 milhões de litros.
A companhia não abre seu faturamento.
Visando se tornar mais conhecida, principalmente no Sudeste, a marca
apostou pesado em uma campanha publicitária na TV, protagonizada por
Grazi Massafera e Carlinhos Brown, que estreou no início do ano.
O gasto com marketing totalizou 22 milhões de reais – 12 milhões voltados só para São Paulo.
O investimento parece ter surtido efeito. De fevereiro até maio, a
participação de mercado da Obrigado evoluiu de 1,6% para 3,9% em todo o
Brasil, segundo dados Nielsen fornecidos pelo Aurantiaca.
O consumo da água de coco tem crescido bastante no país. O volume
comercializado de bebidas 100% fruta, majoritariamente composto pela
categoria, aumentou 12% de 2014 para 2015. Nos últimos cinco anos, o
salto foi de 77,1%, conforme números da Euromonitor.
A líder no segmento, Pepsico (dona da marca Kero Coco), tinha 65,7% do
mercado em 2010, mas, sua participação caiu para 56,7% no passado com o
surgimento de novos concorrentes.
De acordo com Lessa, a Obrigado já é o quinto rótulo mais vendido. Pelos
dados da Euromonitor, as marcas preferidas são Kero Coco, Ducoco,
Sococo e do bem (recém comprada pela Ambev), nessa ordem.
Exportações
A empresa também almeja conquistar o exterior e, em junho, passou também
a enviar a Obrigado para os Estados Unidos e para a Europa (a partir da
Holanda).
As transações são feitas por meio de escritórios próprios montados nos
dois países. Mais de 300.000 litros de água de coco já foram exportados.
A marca também tem bebidas
que misturam a água de coco com polpa de frutas e ervas de sabores
exóticos, como jabuticaba, capim santo e gengibre. Elas correspondem a
cerca de 15% do portfólio.
Mas, por enquanto, só a tradicional é vendida
lá fora.
Histórico
O grupo Aurantiaca é brasileiro, mas seu principal acionista é a
companhia norte-americana Cilento, que tem por trás o investidor Willem
Kooyker, também dono da Blenheim Capital Management, firma com mais de 5
bilhões de dólares sob sua gestão.
O presidente da empresa, o holandês Piet Henk Dorr, radicado no Brasil, é outro sócio.
A história do conglomerado começou em 2006, quando os parceiros
compraram terras na cidade de Conde, no litoral da Bahia. Eles chegaram a
cogitar um empreendimento turístico, mas o plano mudou conforme foram
conhecendo a região.
"O mundo lá fora estava pedindo produtos de coco. E as fazendas tinham
muitos coqueiros e o ambiente perfeito para o plantio. Também não havia
no estado uma indústria de peso nesse setor", conta Lessa.
Os empresários passaram então a estudar a fruta e desenvolveram sistemas próprios de plantio do coco e extração da água.
Para aumentar a produtividade, as fazendas da Aurantiaca são divididas
em pequenas propriedades de até 25 hectares, chamadas glebas. A produção
de cada uma delas fica sob responsabilidade de um trabalhador, o
"arista".
Todo coqueiro recebe um código de barras e possui um histórico eletrônico com a evolução de suas características.
"O prontuário de uma planta é mais extenso que uma ficha médica", brinca Lessa.
Segundo ele, com essa tecnologia, cada pé chega a dar até 230 cocos por
ano, enquanto a média de outros produtores no Brasil é de 34.
Para retirar a água, o grupo também apostou na criação de um maquinário
que não corta a fruta, mas drena o líquido por meio de "seringas".
"Descobrimos que o contato com o oxigênio, a luz e a casca prejudicam o
sabor da bebida, então levamos 2,5 anos criando esse sistema que garante
o frescor", explica o executivo.
As plantações de coco são cultivadas pelo braço Aurantiaca Agrícola. São
2226 hectares, sendo 1750 plantados. Já o envase é de responsabilidade
da subsidiária Frysk Industrial.
A holding ainda é dona da Fibraztech que usa as fibras do coco para
fabricar biomantas usadas na indústria da construção, em mineradoras e
para revegetação.
Dos 570 milhões de reais investidos até agora, 520 milhões vieram de
recursos próprios dos sócios e o restante foi financiado por Bradesco,
Itaú e Desenbahia (Agência de Fomento do Estado da Bahia).
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