quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Socorro, o dinheiro sumiu!








Acontece de você ter uma ideia genial para um negócio. E aí surge um outro e mais complicado desafio: de onde virá o dinheiro para financiar o projeto?

Gerenciar esta parte do empreendedorismo ficou ainda mais difícil com as crises dos últimos anos, confirma a mais recente edição do Relatório sobre Financiamento Empresarial 2015-2016, do Global Entrepreneurship Monitor (GEM).




O estudo apontou que os empreendedores ficaram muito mais dependentes de financiamento próprio no mundo nos últimos sete anos – principalmente na fase inicial das empresas. Em vários países, diz o relatório, o acesso a recursos de fontes tradicionais como bancos, instituições de governo e investidores ficou seriamente travado depois da grande crise mundial de 2008.

E a torneira está ainda mais fechada em economias de regiões como a América Latina e a África. No Brasil, por exemplo, apenas 1% da população adulta atuou como investidora informal para iniciativas empresariais. É um percentual pífio mesmo para o continente, já que no Chile chega a 14%.

Os valores desembolsados por investidores informais também são deprimentes: US$ 1,510 em média, na América Latina. Na Europa, chegou a US$ 12,580, quase dez vezes mais. Por ‘investidores informais’, o estudo trata amigos, parentes e colegas do empreendedor – além do próprio.

Quem empreende vive isso na pele e no caixa todos os dias – e o resultado do estudo pode parecer meio óbvio. Mas o interessante é um efeito colateral do aperto para conseguir dinheiro para apostar em iniciativas empresariais: o relatório verificou um aumento da disposição e da capacidade de montar um negócio com menos recursos. Enquanto o valor médio para abrir uma empresa era de US$ 65 mil em 2006, no ano passado caiu para US$ 13 mil, ou seja, em 10 anos caiu 80%.

Isso só me faz confirmar a suspeita de que, quando alguém é mordido pelo bichinho de empreender, sempre dá um jeito. Cada vez mais ajustando seu sonho ao tamanho do caixa disponível.


Ivan Primo Bornes – o fundador e masseiro do Pastifício Primo escreve toda semana no Blog do Empreendedor. Quer fazer uma pergunta? Receber uma dica? Escreva para  ivan.primo@pastificioprimo.com.br.

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