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Petróleo: contrato que garantiu que a Petrobras explorasse 5 bilhões de
barris sem licitação será revisto pelo governo e pela estatal
Da REUTERS
Rio de Janeiro - O governo prevê concluir a revisão do contrato de cessão onerosa com a Petrobras
ainda neste ano, o que poderia implicar em perdas ou ganhos para a
estatal ou União, dependendo de ajustes em variáveis como reservas de petróleo e preços do barril.
A expectativa da conclusão do processo de revisão do contrato da cessão
onerosa foi comentada nesta quarta-feira pelo diretor do Departamento de
Políticas de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural, do Ministério de Minas e Energia, José Botelho, durante evento no Rio de Janeiro.
A cessão onerosa foi assinada com a Petrobras em 2010, no processo de
capitalização da companhia, e garantiu a ela o direito a explorar 5
bilhões de barris sem licitação.
Já estava prevista a revisão do valor do contrato ao final da fase exploratória, após a declaração de comercialidade dos blocos.
A revisão será fundamentada em laudos elaborados por entidades certificadoras independentes, de volumes e outras variáveis.
"Esperamos terminar essa revisão ainda neste semestre. Temos as
certificadoras que já foram contratadas e agora a gente passa por uma
negociação, alguns pontos estão ainda pendentes, esses pontos podem ser
favoráveis ou não à União ou à Petrobras", disse Botelho, durante a
apresentação de uma palestra no Rio de Janeiro.
Botelho afirmou ainda, para uma plateia de representantes da indústria
de petróleo e gás, que o governo tem a expectativa que a Lei de Partilha
seja revisada em setembro, dando fim à exclusividade da Petrobras na
operação dos campos do polígono do pré-sal.
Segundo o diretor do ministério, o governo está trabalhando para atrair
investimentos privados para o país, em um momento em que a Petrobras
reduz sua participação no setor, propondo inclusive uma mudança profunda
nas regras de conteúdo local.
Além de trabalhar para tirar o conteúdo local como um fator diferencial
na oferta por blocos exploratórios em futuros leilões, o governo também
quer regulamentar as regras para perdoar empresas que não conseguiram ou
não conseguirão honrar compromissos de conteúdo local.
Unitizações
Também na linha de atrair investimentos, Botelho explicou que o governo
está trabalhando na nova resolução para unitizações de áreas de
petróleo.
A medida é necessária quando uma reserva de óleo e gás ultrapassa
limites do contrato para outras áreas. A situação ocorre atualmente em
diversos ativos no pré-sal. Algumas áreas licitadas no passado em regime
de concessão têm jazidas que ultrapassam os limites do contrato para
áreas do polígono do pré-sal, que pertencem à União.
A situação atrasa investimentos de empresas privadas e da Petrobras.
Após a aprovação das novas regras, o governo planeja licitar no próximo
ano áreas unitizáveis do pré-sal.
"As áreas unitizáveis da União serão postas de imediato em licitação...
existe expectativa de que todas elas sejam licitadas, mas pode haver
situações onde você vai ofertar diretamente para a Petrobras... se for
mais interessante, dependendo de volumes", afirmou Botelho.
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