São Paulo - Quando foi criada, em maio do ano passado, a B.blend esperava vender uma boa quantidade de refrigerantes Guaraná em cápsula para suas máquinas de bebidas nos primeiros doze meses de operação.

Nada comparado ao que aconteceu, em meio a retração da economia e incertezas políticas: as vendas do produto da joint venture entre Ambev e Whirlpool foram oito vezes maiores.
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A surpresa foi tanta que a companhia decidiu investir em uma fábrica de cápsulas de bebidas no país, mesmo no cenário macroeconômico atual, desanimador para investimentos.

Anunciou hoje que está finalizando a construção de uma unidade fabril em Sete Lagoas, Minas Gerais, dentro de um complexo industrial da Ambev.

A planta, feita em seis meses por 50 pessoas e com 70 fornecedores, tem 1.600 metros quadrados, emprega 15 pessoas, por ser praticamente toda automatizada, e fará 25 bebidas.

O início da produção será neste segundo semestre, mas a empresa não precisou quando.

A decisão, espera a companhia, deve acarretar em uma maior rapidez de lançamentos, cadeia simplificada e uma maior flexibilidade de preços e portfólio. Antes, todas as cápsulas vinham da Alemanha – as máquinas de bebidas seguem sendo feitas em Joinville, Santa Catarina.

Os preços, no entanto, não devem ser alterados. Hoje, as cápsulas custam entre R$ 1,49 a R$ 4,99 e a máquina, desde seu lançamento, teve o valor reduzido de R$ 3.499 para R$ 2.999.

“Atuaremos em dez categorias de bebidas, com opções de produtos e preços para os mais variados tipos de consumo”, afirmou Omar Zeyn, CEO da B.blend.
 

Ajuda do público


Cinco novas marcas foram anunciadas pela empresa – os segmentos que serão foco da produção: Puro Gosto, de sucos 100% naturais, Levez, de néctares, Sunchai, de chás quentes e gelados, Fruá, de frapês, e Brown Town, de chocolates.

Entre elas, duas (Puro Gosto e Levez) surgiram a partir de pesquisas e sugestões de parte dos clientes premium, os 500 primeiros a comprarem as máquinas da B.blend.

Depois de uma seleção, a empresa reuniu 40 ideias co-criadas com ajuda dessas pessoas, em novembro de 2015. Elas não receberão nada financeiro em troca.

“Mas têm o privilégio de fazerem parte da criação de novos sabores, além de estreitarem sua relação com a marca”, afirma Zeyn.

As vendas dos produtos continuarão sendo feitas pelo site da marca, www.bblend.com.br, e em parte das lojas da FastShop – 50 unidades já comercializam as máquinas.

Atualmente, 400 cidades do país recebem os produtos e a intenção é ampliar esse número.

“A empresa em uma cadeia logística própria, apesar de estar dentro do complexo da Ambev”, explica o CEO. 

Fazer bebidas alcoólicas da Ambev estão fora de cogitação até o momento, garante o executivo.