Thinkstock/Rodrigo bellizzi
Dívida: "se nada for feito, o Brasil não voltará a ter superávit
(primário)", disse o ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira
Da REUTERS
BRASÍLIA - A equipe econômica entrou em campo nesta quarta-feira para
tentar convencer os parlamentares a votarem medidas de ajuste fiscal,
citando ameaça de que a dívida pública está próxima de sair do controle e, deste modo, atrapalhar a recuperação econômica.
Em dura apresentação na comissão especial da Câmara dos Deputados
que analisa a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita o
crescimento dos gastos públicos à inflação do ano anterior, o ministro
interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou que o Brasil está
perto do momento em que a dívida bruta se tornará insustentável,
prevendo que ela passará dos 70 por cento do Produto Interno Bruto (PIB)
já neste ano.
Publicidade
Ele reconheceu que a dívida continuará crescendo mesmo com a aprovação
da PEC, mas destacou que, sem ela, se aproximará do nível de países que
colapsaram, citando Grécia e Portugal.
"Se nada for feito, o Brasil não voltará a ter superávit (primário)",
disse Oliveira. Também presente na audiência, o ministro da Fazenda,
Henrique Meirelles, apontou que a PEC é essencial no plano de ajuste
gradual concebido pelo governo para estabilizar a dívida pública.
Ele disse ainda que não é possível resolver o problema do déficit
primário e da dívida por meio do aumento de impostos, já que a carga
tributária brasileira é uma das mais altas do mundo.
Segundo o ministro, não está sendo considerado no momento aumento de
impostos, mas poderá voltar à mesa "se absolutamente necessário".
A PEC limita o crescimento dos gastos públicos à inflação do ano anterior por 20 anos e precisa do aval do Congresso Nacional.
O governo tem como meta para este ano déficit primário de 170,5 bilhões
de reais para o governo central (governo federal, Banco Central e INSS) e
de 139 bilhões de reais em 2017.
O governo interino de Michel Temer tem enfrentado muita pressão política
para aprovar medidas de ajuste fiscal, como a renegociação da dívida
dos Estados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário